Catapora – o que é, sintomas e tratamento

O inverno termina no dia 22 de setembro (domingo) e, com a chegada da primavera, aumentam também os casos de doenças como catapora, roséola, escarlatina e eritema infeccioso.
Essas mudanças de estação são propícias para a proliferação de vírus e bactérias que causam essas doenças e é importante se proteger, principalmente no caso das crianças, que devem manter a carteira de vacinação em dia.

Os postos de saúde de todo o país vão oferecer, a partir desse mês, a vacina contra catapora, que passa a integrar o Calendário Nacional de Vacinação. De acordo com o Ministério da Saúde deverão receber a dose apenas crianças de 15 meses (1 ano e 3 meses) que já tomaram a tríplice viral (contra caxumba, sarampo e rubéola) com 1 ano.
O novo imunizante, chamado tetra viral, será um reforço contra essas três doenças e mais proteção contra a varicela (catapora).

remédio para catapora

O Ministério da Saúde informa que os pais de crianças que já tomaram a vacina na rede particular (onde são dadas duas doses, por cerca de 150,00) devem procurar os postos de saúde, com a carteirinha, para avaliação da necessidade de repetir a imunização.
Não há programada, por enquanto, a inclusão de uma segunda dose da vacina contra catapora no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS).
A doença mata cerca de 100 pessoas por ano no Brasil.

A vacina tetra viral tem 97% de eficácia e raramente causa reações alérgicas, segundo o ministério. Não haverá campanha de vacinação, pois a dose entrará na rotina dos postos em substituição à segunda dose da tríplice viral. Além de evitar a contaminação pelo vírus, a imunização diminui os riscos de casos graves com internação e morte.

Com a inclusão da vacina, o Ministério da Saúde estima redução de 80% das hospitalizações por catapora. Em todo o país, foram distribuídas 4,5 milhões de doses. Procure saber

A produção nacional da vacina tetra viral é resultado da parceria para transferência de tecnologia entre o laboratório público Bio-Manguinhos e o laboratório privado britânico GlaxoSmithKline (GSK).
Nesse acordo, a GSK fica responsável por produzir o princípio ativo e transferir a tecnologia e, como contrapartida, o governo garante exclusividade na compra do medicamento por cinco anos.

A vacina tetra viral tem 97% de eficácia e raramente causa reações alérgicas, segundo o ministério. Não haverá campanha de vacinação, pois a dose entrará na rotina dos postos em substituição à segunda dose da tríplice viral. Além de evitar a contaminação pelo vírus, a imunização diminui os riscos de casos graves com internação e morte.

O que é Catapora ?

A varicela (catapora) é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, causada por um vírus chamado Varicela-Zoster, e que se manifesta com maior frequência em crianças. Na maioria das vezes, apresenta-se de forma benigna e as pessoas acometidas tendem a apresentar cansaço, dor de cabeça, febre e perda de apetite.
Esse vírus pode causar vários tipos de infecções: primária (quadro clínico de catapora bem estabelecido), latente (sem manifestação clínica) e reativação.
Altamente contagiosa, mas geralmente benigna, era uma das enfermidades mais comuns da infância antes do advento da vacina.

Uma vez adquirido o vírus, a pessoa fica imune por toda a vida. No entanto, esse vírus permanece em nosso corpo a vida toda, estando como que adormecido; sua reativação determina doença localizada na área correspondente a um ou mais nervos sensitivos e chama-se então Herpes-Zoster, conhecida também como cobreiro.

Época de maior incidência

Fim do inverno e início da primavera

Sintomas da Catapora

Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contágio da doença. Os sintomas iniciais são:

  • Dor de cabeça 
  • Febre, entre 38ºC, 38,5ºC
  • Falta de apetite
  • Dor de barriga
  • Mal estar

Estes sintomas aparecem de 1 a 2 dias antes das famosas erupções aparecerem. Esses sintomas duram de 2 a 4 dias após se manifestarem. Uma criança chega a desenvolver de 250 a 500 bolhas pequenas que coçam sobre os pontinhos vermelhos na pele.

sintomas da catapora

As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo e se proliferam a partir daí. Em geral, o surgimento de pequenas bolhas no couro cabeludo confirma o diagnóstico.

Um ou dois dias depois, as bolhas ficam acinzentadas e viram crostas. Enquanto isso, uma nova onda de bolhas pipoca em grupos. Com frequência, a catapora surge na boca, na vagina e nas pálpebras. Crianças com problemas de pele, como eczema, podem ter mais de 1.500 bolhas.
A maioria das pintinhas não deixa cicatrizes, a não ser que sejam infectadas por bactérias ao serem coçadas.

Algumas crianças que tomaram a vacina ainda desenvolverão uma versão moderada de catapora. Geralmente, elas se recuperam muito mais rápido e têm poucas bolhas (menos de 30). Esses são casos difíceis de serem diagnosticados. Entretanto, essas crianças ainda podem contagiar outras pessoas.

Em um quadro típico, uma criança fica coberta de erupções e não pode ir à escola por uma semana. Na primeira metade da semana, a criança sofre muito com a intensa coceira; na segunda metade, sofre de tédio. Desde a introdução da vacina contra a catapora, a doença tornou-se muito menos frequente.

A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece através do contato com o líquido da bolha ou através de tosse ou espirro. Geralmente, a vacina previne a doença completamente ou a torna muito moderada. Mesmo aqueles que estão infectados com uma versão moderada da doença podem ser contagiosos.

Quando alguém é infectado, a catapora leva de 10 a 21 dias para se manifestar. As pessoas tornam-se contagiosas de 1 a 2 dias antes de a doença irromper no corpo. Elas permanecem contagiosas enquanto as bolhas encrostadas estão presentes.

A maioria dos casos de catapora ocorre em crianças menores de 10 anos. A doença costuma ser moderada, embora possam ocorrer sérias complicações em alguns casos. Normalmente, os adultos e as crianças mais velhas ficam mais gravemente doentes do que crianças menores.

Os filhos de mães que tiveram catapora ou crianças que receberam a vacina estão menos predispostas a se contagiar com a doença antes do primeiro ano de vida. Caso a doença ocorra no primeiro ano de vida, ela costuma ser moderada. Isso se deve aos anticorpos presentes no sangue da mãe que as protegem.
As crianças menores de 1 ano cujas mães não tiveram catapora nem foram vacinadas podem ter uma versão mais grave da doença.

Os sintomas mais graves da catapora são mais frequentes em crianças com sistema imunológico problemático. Isso pode ser resultado de uma doença ou de medicamentos, como quimioterapia e esteroides.

Tratamento para Catapora

A catapora é uma doença auto-limitada na imensa maioria dos casos. O tratamento em pessoas saudáveis, sem deficiências do sistema imune, é basicamente de suporte. Deve-se evitar coçar a lesões para que não ocorra infecção bacteriana secundária. Em crianças, as unhas devem estar bem curtas.
Anti-histamínicos (antialérgicos) podem ser usados para diminuir o comichão e manter sempre a casa aberta e ventilada.

A febre deve ser tratada preferencialmente com paracetamol. Nunca se deve usar aspirina. Converse com seu médico para outras opções.

Os banhos com permanganato de potássio ou com solução iodadas, apesar de muito famosos, não apresentam comprovação científica. A higiene da pele pode e deve ser feita apenas com água e sabão. Para diminuir a coceira fazer compressa de água fria.

O aciclovir é um antiviral que pode ser usado nos pacientes acima de 12 anos ou naqueles com maior risco de complicações. A droga não elimina o vírus, mas diminui o tempo de doença, o número de lesões na pele e os riscos de complicações. Procure sempre orientação médica.

Pacientes imunossuprimidos ou com outras condições médicas graves, que porventura entram em contato com pessoas infectadas, devem usar a imunoglobulina contra catapora para impedir que desenvolvam a doença.

tratamento da catapora x remédiospara catapora

Complicações da catapora

Apesar de raro em crianças saudáveis, a catapora pode causar complicações sérias. Entre as mais comuns podemos citar:

  • Pneumonia
  • Hepatite
  • Encefalite (infecção do cérebro).
  • Miocardite (inflamação do músculo cardíaco).

Outra complicação possível é a síndrome de Reye, um quadro de alteração neurológica, que pode inclusive terminar em coma. A síndrome de Reye pode ser desencadeada pelo uso de ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina) durante o curso infecção. Por isso, este medicamente é contra-indicado na catapora.

Muitas vezes, a criança já chega ao hospital em estado muito grave com a catapora associada à pneumonia e infecção de pele severa. Nesses casos, a evolução para uma infecção generalizada é muita rápida, dizem os médicos.
A maior preocupação dos médicos é com a gravidade da doença: “A preocupação é, fundamentalmente, com estas crianças que começam com estado febril, com pequenas lesões e os pais ficam achando que é uma situação tranquila, quando, na verdade, a criança tem que ser levada para um profissional para que ele possa dar uma orientação melhor e, se for o caso, internar o mais rápido possível”, orienta o diretor geral do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Boaventura Braz.

Outras complicações:

  • Mulheres com catapora durante a gravidez sofrem o risco de passarem a infecção congênita para o feto.
  • Os recém-nascidos são mais suscetíveis a apresentar infecções graves caso sejam expostos ao vírus e a mãe não esteja imunizada.
  • As bolhas podem causar uma infecção secundária.
  • A encefalite é uma complicação grave, mas rara.
  • A síndrome de Reye, a pneumonia, a miocardite e a artrite transitória são outras possíveis complicações da catapora.
  • A ataxia cerebelar pode surgir durante a fase de recuperação ou posteriormente.
    Esta doença é caracterizada por afetar o equilíbrio do caminhar.

Como prevenir a catapora

prevenir a catapora x sintomas da catapora

A melhor forma de prevenir a doença é com a vacinação contra varicela, ainda no primeiro ano de vida. Em adolescentes é necessário duas doses da vacina.

Evite o contato com pessoas com catapora, pois o contágio é muito favorável e acontece pelo vírus que causa a doença.

Beber bastante líquido pode ajudar, mas vale lembrar que a doença é comum na fase infantil da vida das pessoas. Porém, há poucos indícios de pessoas que foram vacinadas e ainda assim contraíram a doença. Portanto, a melhor forma de evitar a doença é por meio da vacinação.

Crianças de 15 meses que já tenham recebido a primeira dose da tríplice viral vão passar a ser vacinadas também contra catapora, incluída na vacina tetra viral, que protege ainda contra a rubéola, caxumba e sarampo. A nova vacina (injetável) substitui a segunda dose da tríplice viral e já se encontra disponível no SUS.
Procure o posto de saúde mais próximo de sua residência e se informe sobre a vacina.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda duas doses da vacina contra a varicela (uma a partir dos 12 meses e outra aos 4 a 6 anos de idade). Estima-se que uma única dose da vacina em crianças até 12 anos propicie 70 a 90% de proteção contra a infecção e 95 a 98% de proteção contra as formas graves.
Mesmo assim, a SBP recomenda a segunda dose para o fator de proteção contra a infecção também chegue perto dos 100%.
Os fabricantes da vacina garantem que uma dose em crianças é suficiente e que uma segunda dose não faz diferença significativa no fator de proteção.
Mas, prevenir nunca é demais!

Catapora: cuidado com ela!!

Muita gente não sabe, mas muita gente sabe e acha que não vale a pena tomar a vacina porque catapora é uma doença benigna. Lamentavelmente, muitos médicos também pensam assim e transmitem esse conceito para seus pacientes.
Embora catapora seja uma doença habitualmente benigna, é impossível prever num caso específico, no seu filho, por exemplo, se a doença vai ser benigna ou não.

Há um mito que de certa forma tranquiliza as pessoas – “Ah, meu filho é bem cuidado, bem nutrido, não vai ter nada disso. Doença grave não é para gente forte como meu filho”. Quanto engano! Não é assim que as coisas acontecem.
Em 2003 e começo de 2004, só no Estado de São Paulo, ocorreram 40 mortes de crianças por varicela, ou catapora, porque a doença ocorre em larguíssimos números todos os anos.
Complicações hepáticas, neurológicas e respiratórias podem estar associadas a essa doença.
Além disso, as feridinhas banais da catapora podem ser infectadas por bactérias agressivas e produzir uma infecção generalizada gravíssima conhecida por septicemia.

É importante salientar que praticamente todas as mortes causadas pelas complicações decorrentes da catapora poderiam ter sido evitadas se pudéssemos vacinar todas as crianças.

DÚVIDAS COMUNS SOBRE A CATAPORA

Quanto tempo dura a catapora

A catapora dura, em média, 10 dias e, a partir do 6º dia do início dos sintomas, as feridas ganham crosta e a doença deixa de ser contagiosa. Mas, enquanto isto não acontece, o indivíduo deve evitar ao máximo o contato com os outros para evitar a transmissão da doença.

Estou grávida e queria saber se tenho que evitar contato com pessoas que estão com catapora.

Se você já teve catapora na infância, provavelmente não tem motivo para se preocupar. Seu corpo já produziu anticorpos contra o vírus, o que a tornou imune a novas infecções. Agora, se você acha que não teve catapora, então é melhor não ficar no mesmo ambiente que pessoas com catapora ou herpes zóster (infecção causada pelo mesmo vírus da catapora).

Quais os riscos se eu tiver catapora?

A catapora pode ser mais grave se for contraída durante a gravidez. Seu médico poderá receitar o remédio aciclovir (nome genérico), que reduz a gravidade e a duração da catapora, mas que só funciona se for dado dentro de 24 horas a partir do aparecimento das erupções no corpo.
Acredita-se que o aciclovir seja seguro para mulheres com menos de 20 semanas de gestação.
Mas, depois do terceiro mês, os médicos têm mais receio de receitá-lo devido a um risco em tese de afetar o bebê.

Os riscos para o bebê mudam drasticamente dependendo do estágio da gravidez em que você pegou a catapora. Antes de 13 semanas, o risco é pequeno, e apenas 0,4 por cento dos bebês apresentam alguma má formação. Crianças cujas mães tiveram catapora entre a 13ª e a 20ª semana estão em uma zona de risco ligeiramente maior.
Cerca de 2 por cento delas nascerão abaixo do peso ou terão problemas de visão ou marcas na pele.
Pode ser que elas também demorem um pouco mais para atingir certos marcos do desenvolvimento.

Se a catapora aparecer entre a 20ª e a 36ª semanas de gestação, ela não deve afetar o bebê, embora seja possível que ele tenha herpes zóster nos primeiros anos de vida. Depois da 36ª semana, os riscos voltam a aumentar. Caso você contraia catapora pouco antes ou pouco depois do parto, o bebê corre seríssimos riscos.
Se isso acontecer, ele receberá uma injeção de imunoglobulina anti-varicela zóster para reduzir a possibilidade de ser gravemente afetado pela doença.

Como saber se o meu bebê foi afetado ainda durante a gestação?

Uma ultra-sonografia morfológica pode ser realizada entre a 18ª e a 20ª semana de gestação para verificar se os órgãos vitais do bebê estão com aparência saudável. Seu médico ou o ultra-sonografista também conseguem ver se os membros e o cérebro do bebê estão se desenvolvendo conforme deveriam.
É importante ter em mente, contudo, que o ultra-som não detecta todos os tipos de anomalias congênitas, por isso não há garantia total de que o bebê nascerá sem nenhuma sequela.

Se não tive catapora ainda, vale a pena tomar a vacina?

Não se você já estiver grávida. Caso ainda não esteja, pode ser uma boa ideia, mas você vai ter que esperar três meses depois da imunização para tentar engravidar.

Tive contato com uma pessoa com catapora e não tenho certeza se já sou imune. O que devo fazer?

É possível realizar um exame de sangue para checar se há presença ou não de anticorpos da catapora no seu corpo. Mas ele tem que ser feito de 24 a 48 horas após o contato com a doença. Lembre-se de que a catapora permanece contagiosa desde 48 horas antes de as feridas aparecerem no corpo até todas elas terem formado crosta.
Se o resultado do exame apontar que você não tem anticorpos, isso quer dizer que não é imune à doença e que há uma boa chance de ter contraído.
Nesse caso, os médicos costumam receitar uma injeção de imunoglobulina anti-varicela zóster (VZIG), que servirá para amenizar a gravidade da infecção.
Para ser eficaz, ela tem que ser tomada até dez dias depois da exposição ao vírus.

Uma pessoa pode pegar catapora pela segunda vez?

Uma pessoa pode pegar catapora mais de uma vez sim, porque nossa imunidade não é perfeita e falhas acontecem. É raro, mas pode acontecer.

Peguei catapora há 5 meses e fiquei com marcas no corpo?

As marcas na verdade são cicatrizes e as cicatrizes costumam não desaparecer (podem com o passar dos anos ficarem menos nítidas, mas desaparecer é bem difícil), nesse caso o ideal é procurar um dermatologista para que ele faça uma avaliação e proponha uma forma de amenizar ou que sabe eliminar suas marcas de catapora.

Outras doenças semelhantes a catapora:

Roséola

O que é: A roséola, também chamada de exantema súbito ou sexta doença, é uma enfermidade, normalmente benigna, que afeta a epiderme de crianças. Habitualmente, aparece no Outono e na Primavera, por vezes em surtos locais.
O agente etiológico mais comum envolvido nessa doença é um vírus da família Herpesviridae, sendo que os principais são os herpesvírus 6 e 7 (HHV6 e HHV7, respectivamente).

Praticamente 100% dos adultos possuem anticorpos contra esses vírus, atribuindo-se a outra condição ou então foi ignorada pelo organismo. É mais comum em crianças de 3 meses a 3 anos de idade. A transmissão dessa doença se dá por contato direto ou com secreções provenientes de espirro e tosse (perdigotos).

Sintomas: A roséola tem um padrão bem característico, de acordo com o esquema a seguir: febre alta, repentina e contínua, que fica entre 38,3 e 42,2 graus, durante três ou quatro dias, e que desaparece tão rápido como veio. Além da febre, sintomas como nariz escorrendo, tosse, uma leve diarreia, falta de apetite e de energia.
Quando a febre vai embora, a pele começa a ficar manchada.
A erupção costuma começar no tronco, e depois vai se espalhando na direção do pescoço e das extremidades, não causa prurido (coceira) e desaparece em algumas horas ou em até três dias.
A erupção é cor de rosa, e pode ter elevações.
Às vezes há um halo mais claro em volta dos pontos vermelhos.

Aproximadamente 30% das crianças desenvolvem uma erupção à medida que a febre cede. Esta, por sua vez, caracteriza-se por ser vermelha e plana, podendo, contudo, apresentar áreas elevadas, principalmente na região do peito e abdômen, e menos extensiva na face e membros.

O diagnóstico: É feito com base no quadro apresentado pelo paciente. Geralmente, não há a necessidade de realizar exames laboratoriais.

O tratamento: É inespecífico, sendo recomendado minimizar a quantidade de roupas caso a criança fique muito suada, fornecer uma maior quantidade de água e, ocasionalmente, administrar paracetamol ou ibuprofeno, nunca aspirina, em casos de febre elevada.

Pode haver alguma complicação da roséola?: A febre alta provocada pela roséola às vezes pode causar uma convulsão febril, se a criança for suscetível. Ela pode ser assustadora, embora na maioria dos casos não traga nenhuma consequência à saúde da criança.
Em situações muito raras, o estágio febril da doença pode levar à meningite ou, mais raramente ainda, à encefalite (inflamação do cérebro), mas com boa evolução.
Mas, durante a fase febril, ainda não dá para saber se se trata de roséola, porque a erupção só surge depois.
Isso quer dizer que seu filho estará sob observação por causa da febre alta, e qualquer sintoma preocupante (letargia, confusão mental ou qualquer coisa que assuste você) deve ser comunicado ao médico.

Escarlatina

O que é: Escarlatina é uma doença infectocontagiosa aguda, provocada pela bactéria Estreptococo beta hemolítico do grupo A, que acomete especialmente as crianças em idade escolar, durante a primavera. Essa bactéria é a mesma que causa amigdalite, artrite, pneumonia, endocardite e algumas infecções cutâneas.
A diferença é que, na escarlatina, ela libera toxinas que provocam pequenas manchas vermelhas e confluentes na pele.

A transmissão ocorre pelo contato direto com a saliva ou a secreção nasal de pessoas doentes ou portadoras da bactéria que não apresentam sinais da enfermidade. O período de incubação pode variar de um a dez dias.
Sintomas da escarlatina:

  • Febre alta nos primeiros dias, que vai baixando aos poucos nos dias subsequentes até desaparecer;
  • Dor na garganta, que adquire coloração avermelhada;
  • Erupção cutânea (exantemas): pequenas manchas vermelho-escarlate de textura áspera na pele que aparecem inicialmente no tronco, depois tomam a face, o pescoço, os membros, axilas e virilha, mas poupam as palmas das mãos, as plantas dos pés e ao redor da boca, e descamam com a evolução do quadro;
  • Língua adquire o aspecto de framboesa, porque as papilas incham e ficam arroxeadas;
  • Mal-estar;
  • Inapetência;
  • Dor no corpo, de barriga e de cabeça;
  • Náuseas e vômitos.

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Diagnóstico: O diagnóstico é basicamente clínico, mas alguns exames laboratoriais, como o de cultura e o teste rápido de pesquisa do estreptococo na garganta, ajudam a identificar a bactéria e estabelecer o diagnóstico diferencial, porque há outras doenças com sintomas semelhantes.

Diagnóstico precoce e início imediato do tratamento são fundamentais para evitar complicações graves da doença, entre outras, a meningite, o reumatismo infeccioso e a glomerulonefrite.

Prevenção e tratamento: A melhor forma de prevenir a doença é evitar o contato com pessoas infectadas. Sempre é bom lembrar que portadores assintomáticos do estreptococo podem transmitir a bactéria.

Penicilina é o medicamento indicado para o tratamento da escarlatina. Pacientes alérgicos a essa droga podem recorrer a antibióticos, especialmente à eritromicina.

Analgésicos e antitérmicos são úteis para alívio dos sintomas.
Recomendações:

  • Leve a criança ao médico para esclarecer o diagnóstico sempre que apresentar mal-estar, dor de garganta e febre;
  • Mantenha o doente em casa, em repouso enquanto o quadro não regredir completamente;
  • Ofereça-lhe alimentos leves, fáceis de engolir e muito líquido;
  • Fique atento: criança com escarlatina que não for tratada adequadamente está sujeita a complicações graves que se manifestam quando a doença parece curada.

Eritema infeccioso

O que é: Doença infectocontagiosa, exantemática (que causa erupção na pele), eritematosa (manchas avermelhadas) e que atinge crianças de 2 a 14 anos, sendo considerada a forma mais benigna do amplo espectro de infecções associadas ao parvovírus humano B19, reconhecido atualmente como o agente etiológico.

É também conhecido como a quinta doença ou megaleritema epidêmico, sendo de ampla ocorrência no mundo; a maioria dos casos incide ao longo de todo o ano, enquanto os surtos possuem padrão sazonal, com maior freqüência nos meses de inverno e primavera e nos países de clima temperado.

Via de transmissão??: A via respiratória é a mais importante na fase virêmica da infecção pelo parvovírus B19, principalmente em comunidades fechadas (creches,escolas) e entre pessoas da mesma família, onde a taxa de ataque de infecção pode atingir 50% entre os susceptíveis.

Entretanto, experimentos realizados em voluntários demonstraram que a erupção cutânea ocorre 17 a 18 dias após a inoculação viral, caracterizando o eritema infeccioso como evento tardio no curso da infecção (fase pós virêmica) e, portanto, com mínimas chances de transmissão.

Período de incubação: de 4 a 14 dias

varicela e cataporaComo se desenvolve: Na sua forma clássica, o eritema tem o aspecto inicial de manchas avermelhadas, levemente elevadas (lembrando a asa de um morcego) e que tomam conta da bochecha (como se fosse uma face esbofeteada). Acomete, posteriormente, o tronco e os braços.
As alterações cutâneas persistem por até três semanas, podendo voltar por estímulos variados como: sol, estresse e variação da temperatura ambiental.
Geralmente não se acompanha de manifestações sistêmicas, sendo que alguns pacientes podem se queixar de dores musculares e nas articulações.

O eritema infeccioso é causado por um vírus chamado parvovírus B-19. A transmissão se faz por via respiratória e na fase inicial da moléstia. O período de incubação dura de quatro a 14 dias e se estende desde o contato até o aparecimento dos sintomas.

Como se faz o diagnóstico: O diagnóstico é basicamente clínico e leva em conta as características da erupção cutânea. Exames de sangue podem ajudar a identificar os níveis de anticorpos para o vírus B19, quando for necessário estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças exantemáticas, como a rubéola e o sarampo.

Tratamento e prevenção: A doença é autolimitada e cura-se espontaneamente. Por isso raramente é necessário o uso de medicações. Estas se restringem a analgésicos para os casos de dor muscular ou articular.
Não existem medidas específicas para prevenir a doença, nem são necessárias, exceto em casos de gestantes e doentes com anemia crônica.

Não há tratamento específico, sendo raros os casos que necessitam de medicação sintomática, restrita aos analgésicos, principalmente em adultos com artralgias ou mialgias.
?? As medidas preventivas devem visar somente os grupos com risco de desenvolver as formas graves da infecção pelo B19 (grávidas e portadores de anemias hemolíticas crônicas), sendo indicados a gamaglobulina humana intravenosa na grávida e o isolamento destes pacientes em risco de evolução grave.

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