Febre – Aliada ou inimiga?

Na maioria das vezes, febre é resultado de um mecanismo de defesa do corpo que entra em ação para combater agentes externos agressores, especialmente os vírus.

Em geral, todas as mães ficam apreensivas quando os filhos apresentam sinais de febre, o sintoma mais frequente na pediatria. O que muitas não sabem, no entanto, é que o aumento da temperatura do corpo nem sempre é sinal de doença.
A febre, na maioria das vezes, é resultado de um mecanismo de defesa do corpo que entra em ação para combater agentes externos agressores, especialmente os vírus.
Ela pode se dissipar da mesma forma que se instalou – de repente -, sem motivo para preocupação além do acompanhamento habitual da saúde da criança.
“Precisamos desmistificar a ideia de que febre está associada a algum malefício.
Ao contrário, ela ajuda no combate a infecções”, explica Marco Aurélio Sáfadi, infectopediatra e presidente do Comitê de Pesquisa Clínica da Sociedade Latino-Americana de Infectologia Pediátrica (Slipe).
O médico reforça ainda a importância de compreender os sinais do corpo: “Estudos mostram que crianças com catapora ou resfriados comuns que tomaram antitérmicos para baixar a febre demoraram mais tempo para combater as infecções do que aquelas que não tomaram o mesmo medicamento”.

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A alta temperatura pode realmente ajudar as crianças na batalha de uma doença. Uma pediatra americana afirmou que as febres altas típicas de muitas doenças da infância podem ajudar a forçar uma criança a desacelerar, descansar e dormir mais. Itens vitais na recuperação.

Hannah Chow-Johnson, professora-assistente da Loyola University Chicago Stritch School of Medicine, disse que era frequentemente questionada sobre o que fazer com as crianças com uma temperatura elevada. “Meus atendimentos mais frequentes são de pais preocupados que querem saber quão alta uma febre pode ser preocupante”, disse.
“O que muitos pais não percebem é que, muitas vezes, febre é amiga do filho”, acrescentou.

Segundo Hannah, a febre pode realmente ajudar a criança a se recuperar mais rapidamente, especialmente se ela está lutando contra uma doença viral.
No passado, pesquisadores do Great Ormond Street Hospital, alegaram que remédios para abaixar a febre podem retardar o tempo de recuperação, pois a alta temperatura pode ajudar a matar as bactérias que causam a doença.
Febre é definida como uma temperatura maior que 37,5º e pode ser um sinal de algo sério.

Dicas

Febres são seguras. Ela é a maneira que o corpo consegue encontrar para controlar a sua resposta imunológica.

  • O corpo de seu filho vai controlar a temperatura, não importa o que você faça. Não desperte uma criança de um sono profundo para dar medicamentos para a febre. O sono é mais importante.
  • Termômetros de ouvido e na testa não são confiáveis.
    Atenha-se um bom termômetro antiquado digital para a melhor precisão.
    No que diz respeito à frequência que a febre deve ser medida, uma vez por dia é suficiente.
  • Não há um número máximo no termômetro que significa “ir para o hospital”, a menos que seu filho pare de beber água, urinar ou responder bem.
    Mas se a criança está respondendo aos três itens, os pais podem acompanhar a melhora de casa.
  • Vestir crianças com roupas leves e dar banhos mornos para ajudar a refrescá-los.
  • Dê a medicação apenas se o seu filho se sentir desconfortável, não apenas para reduzir a temperatura.
  • Se não houver nenhuma fonte clara para a febre da criança (tosse, corrimento nasal ou dor) e a febre durar de dois a três dias, leve-a ao médico.

Febre. Aliada ou inimiga?

Seu filho está com febre, não tem apetite nem quer brincar. O que você faz? Trata imediatamente? Liga para o médico? Apesar de não haver relação entre temperatura e gravidade da doença, a ansiedade dos pais pode atrapalhar nesse momento. O que você deve saber:

 – O que causa a febre?

Na maioria das vezes, a febre é uma reação do corpo à invasão do organismo por vírus ou bactérias. Cerca de 90% delas são causadas por infecções virais que não precisam de qualquer tratamento médico, como gripes ou resfriados.
Nessas situações, o cérebro libera substâncias que elevam a temperatura do corpo de forma controlada até, no máximo, 42 graus.

 – Para que ela serve?

A febre é uma reação de proteção do organismo. O aumento da temperatura ativa o metabolismo e acelera a reação dos glóbulos brancos, que funcionam como soldados defendendo o corpo do vírus ou da bactéria.

 – Quando devo usar os antitérmicos?

Normalmente, medica-se a febre a partir dos 37,8 graus por uma questão de custo-benefício: acima dessa temperatura, a criança tende a ficar abatida, com frio e corpo dolorido. Algumas vertentes da homeopatia e da antroposofia valorizam tanto os aspectos benéficos que nem chegam a tratá-la.
Em geral, se o seu filho está bem disposto, os pediatras garantem que não há necessidade de baixar a febre, a não ser em casos especiais, como hipertensão, cardiopatias ou histórico de convulsões.
Isso porque quem sofre com esses problemas não deve se expor, especialmente, à aceleração dos batimentos do coração provocada pela febre.

 – Qual é o problema de medicar antes da hora?

Você toma antibiótico sem ser preciso? O raciocínio é idêntico. Não há necessidade de antitérmico antes dos 37,8 graus. Além do mais, quem força a redução da temperatura precocemente não permite que o organismo dê a largada nos mecanismos de defesa e pode acabar facilitando a vida do inimigo invasor. Também fica sem informação.
Não sabe, por exemplo, qual teria sido o pico da febre.
Por isso, tenha calma e evite dar o antitérmico ao primeiro sinal de febre.

 – Como funcionam os antitérmicos?

Estudos científicos não apontam diferenças entre a ação da dipirona (princípio da Novalgina) e a do paracetamol (do Tylenol). Em qualquer caso, o esperado é que a febre abaixe em, no máximo, duas horas. Esse tempo pode variar se o remédio foi dado quando a temperatura ainda estava em elevação.
Siga rigorosamente os intervalos prescritos para evitar uma intoxicação.
Uma alternativa para depois do remédio é dar um banho morno (nunca frio).
O melhor é quando as mãos e os pés tiverem voltado a se aquecer.
Caso contrário, a criança vai sentir calafrios.

 – Toda elevação de temperatura é febre?

De fato, todos os dias ocorrem variações de um grau na temperatura. Geralmente, a mais baixa é de madrugada e a mais alta, no final da tarde. A febre é a elevação da temperatura acompanhada de extremidades geladas, sensação de frio, ausência de suor e aceleração dos batimentos cardíacos.

 – Se quando a criança está com febre o corpo gasta mais energia, por que o apetite diminui?

Como o corpo está mobilizando todas as suas energias para derrotar o inimigo, ele sabe que não deve perder forças com a digestão. Daí que a redução do apetite faz parte do mecanismo de defesa. As dores no corpo e o mal-estar têm o mesmo propósito, o de obrigar o doente a poupar energia para o que realmente importa naquele momento.
As crianças, impulsionadas por sua interminável curiosidade, são mais suscetíveis à falta de apetite do que ao abatimento.

 – Por quanto tempo é normal ter febre sem saber a causa?

De forma geral, se a febre vai e volta, é bom que a criança seja examinada por um médico em 12 horas, caso esteja muito caída, ou até 24 horas, se o seu estado geral for bom. Frequentemente, os médicos esperam de três a cinco dias para iniciar uma investigação mais profunda porque esse é, em média, o período de incubação das doenças.
Depois disso, pedem-se exames de sangue e de urina, e outros, dependendo do estado geral da criança.

 – Por que a febre pode levar a convulsões?

As convulsões febris são um reflexo da imaturidade do sistema nervoso da criança entre os 6 meses e os 2 anos, mas podem acontecer até os 6 anos. O problema afeta de 3% a 4% das crianças e o risco tende a desaparecer mais cedo nas meninas. A boa notícia é que em apenas um terço dos casos as convulsões se repetem.
Elas não têm relação com febre muito alta, costumam surgir durante o período em que a temperatura está em elevação.
A crise pode durar de alguns segundos a três minutos, durante a qual a criança fica com o olhar parado, sem responder a estímulos, depois se debate e volta ao normal, sem apresentar sequelas.
Nas crianças com convulsão febril, está indicado o uso de antitérmico (paracetamol) antes da aplicação de vacinas.

 – Febre mais alta quer dizer problema mais grave?

Não há qualquer relação entre a temperatura e a gravidade do problema. A temperatura varia de acordo com a pessoa e o tipo de doença. Se isso fosse real, os médicos certamente utilizariam esse parâmetro para triar os pacientes no pronto-socorro, por exemplo. Por isso, muita calma nessa hora.
É preciso ter paciência para medicar na hora certa, pois como a febre é um sintoma, baixar a temperatura a qualquer preço pode não ser um bom negócio.

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