19 sintomas de câncer – Aprenda a identifica-los

Certas mudanças no corpo podem ser um alerta para o desenvolvimento de tumores. E identificá-los a tempo é fundamental para barrar a evolução da doença. Alguns sintomas devem ser investigados por um médico.
Geralmente, as mulheres tendem a ser mais cuidadosas com a saúde do que os homens, mas nem por isso certos sintomas são percebidos na correria diária.
Quando o assunto é câncer, entretanto, um olhar cuidadoso para os primeiros sinais da doença pode fazer toda a diferença em sua evolução.
“Vale lembrar que os cânceres que mais matam mulheres em todo o mundo – mama e colo de útero – são assintomáticos.
Os primeiro sinais só costumam aparecer quando a doença já está em estado avançado.
Por isso, entre outros fatores, os índices de mortalidade ainda são altos”, alerta José Luiz Fuser Jr.
, mestre em oncologia pelo Instituto of Cancer Research e oncologista da clínica São Carlos (RJ).

A recomendação é que as pessoas não esperem por sintomas para procurar um médico. Exames periódicos de rotina, como o papanicolau e a mamografia, identificam tumores precoces e aumentam as chances de cura. Como complemento a esse cuidado, fique de olho nas mudanças do organismo que podem ser um sinal da doença. Conheça algumas delas.

 – Perda inexplicável de peso

Muitas mulheres gostam de perder peso sem esforço, mas uma perda significativa e inexplicável de peso corporal – cerca de cinco quilos em um mês – sem um aumento das atividades físicas ou uma redução na ingestão de calorias deve ser pesquisada.
A menos que se prove o contrário, uma perda importante e não justificada de peso significa a presença de tumores malignos.
É claro que pode tratar-se de uma outra condição como o funcionamento aumentado da glândula tireoide.
Procure um médico, ele deve avaliar a causa da perda de peso.

 – Edema (inchaço)

O edema é tão comum que muitas mulheres simplesmente convivem com ele. No entanto, ele pode mostrar um câncer de ovário. Outros sintomas desta condição incluem dor abdominal ou dor na região pélvica, sensação de plenitude gástrica e problemas urinários, como urgência para urinar.
Se o edema ocorrer na maioria dos dias da semana, por algumas semanas, marque uma consulta médica para que este sintoma seja investigado.
Independente de qualquer sintoma, sempre faça um acompanhamento anual com o seu ginecologista para evitar problemas de saúde.

 – Alterações nas mamas

A maioria das mulheres conhece bem suas mamas, mesmo que não tenha o hábito de fazer o auto-exame mensal. Elas sabem quando um caroço aparece, só que este não é o único sinal do câncer de mama. Vermelhidão ou alteração na pele das mamas pode indicar um tipo muito raro mas agressivo do câncer de mama, o carcinoma inflamatório das mamas.
Estes sinais também precisam ser investigados.
Se você tem um machucado nas mamas que não cicatriza por algumas semanas, ele deve ser examinado por um ginecologista.
Em qualquer alteração nas aréolas ou a eliminação de secreções pelo bico do seio, sem que você esteja amamentando, procure um médico.
Se as suas aréolas são cronicamente invertidas não há problema, mas se uma ou ambas mudaram de posição e passaram a ficar invertidas, elas também devem ser examinadas.
A modificação é o que preocupa.
Às vezes pode ser necessário a realização de um exame físico cuidadoso associado a uma história clínica completa, além de exames complementares como ultrassonografia das mamas, mamografias, ressonância magnética ou biópsias.
Mudanças nas mamas é um sintoma de alerta para o câncer, mas outras doenças podem se manifestar desta maneira, como mastite, abcessos, fibromas e cistos.
“A avaliação clínica de um médico é fundamental, pois também pode haver mudança da densidade mamária pelo ciclo menstrual e gestação”, esclarece Tiago Kenge Takahashi, oncologista do Hospital Santa Paula (SP).
Em caso de câncer, a característica principal é um nódulo de crescimento progressivo, e endurecido.
Pode ainda ocorrer vermelhidão e ulceração de pele.
Além dos sintomas locais, o câncer pode ter manifestação sistêmica, como inchaço em gânglios axilares, no pescoço, dor óssea e emagrecimento.
Sendo assim, o ideal é procurar um mastologista, ginecologista ou oncologista clínico”,completa o especialista.

 – Sangramentos intermenstruais ou sangramentos não usuais

A maioria das mulheres, antes da menopausa, tende a ignorar os sangramentos intermenstruais. Assim como costumam pensar que sangramentos que vêm do trato gastro-intestinal fazem parte da menstruação, especialmente se eles forem regulares, entretanto eles podem ser um sinal do câncer colorretal.
Também aquelas mulheres já na menopausa, tendem a achar que os sangramentos depois da menopausa são normais, ignorando que eles possam ser um sinal de câncer de endométrio.

Se uma mulher não costuma apresentar sangramentos intermenstruais e passa a sangrar, isto deve ser investigado. Ao contrário, algumas mulheres têm mesmo sangramentos entre as menstruações, o que pode não significar problema para elas.
O câncer de endométrio é bem comum e pelo menos 3/4 das mulheres que apresentam este tumor têm sangramentos intermenstruais como um sinal precoce deste câncer.
O médico irá avaliar a necessidade de uma ultrassonografia do útero ou de uma biópsia.

 – Mudanças na pele

A maioria das pessoas sabe que deve ficar atenta para o aparecimento de pintas na pele – um sinal conhecido de câncer de pele. Mas poucos sabem que devemos estar atentos para mudanças na pigmentação, sangramentos ou descamações em excesso na pele. Inflamações, infecções, alergias e reações a medicamentos podem provocar alterações na pele.
Mas se a mudança durar algumas semanas após ser notada vale a pena procurar um dermatologista para investigar a causa.
“Além dos tumores de pele, praticamente todos os tumores sólidos podem progredir e apresentar uma manifestação na pele, mas não é comum.
Tumor de mama, cólon, pulmão, hematológicos, linfomas e leucemias são alguns deles”, lista Ana Paula Garcia Cardoso, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).
Há ainda lesões que acompanham o câncer, mas não são propriamente a doença.
São as chamadas síndromes paraneoplásicas.
“Essas manifestações são diversas.
Desde uma vermelhidão na pele, um processo inflamatório, até uma ulceração ou edemas que não passam despercebidos”, alerta a médica.
Todos esses problemas devem ser avaliados por um dermatologista, principalmente nas primeiras semanas que acontecem, para evitar a progressão para lesões malignas de pele.

 – Dificuldades na deglutição

Caso você esteja apresentando dificuldades para deglutir os alimentos, você já deve ter mudado sua dieta para algo que exclua alimentos sólidos e inclua sopas, proteínas batidas, papas, mingaus, sucos de frutas e líquidos em geral. Esta dificuldade pode ser um sinal de câncer no trato gastrointestinal, como o câncer de esôfago.
É recomendável que você consulte um gastroenterologista/ otorrinolaringologista.
Ele vai pesquisar a sua história clínica completa e poderá solicitar exames complementares como radiografias, endoscopia digestiva ou outros que achar necessários.
É um sintoma relacionado a várias causas “benignas”, como faringite, aftas ou infecção de vias aéreas.
Mas quando se torna persistente, o ideal é correr para um otorrinolaringologista, que pode solicitar endoscopia ou raio-x.
“O problema pode ser indício de câncer de esôfago, órgão muscular que fica entre a boca e o estômago.
Inicialmente, a doença se manifesta por dificuldades em engolir alimentos sólidos.
Depois são os pastosos até evoluir para os líquidos”, descreve Leandro Ramos, oncologista da Oncomed BH (MG).
O câncer de faringe é comum em tabagistas, que precisam fazer endoscopias periódicas para conseguir diagnosticar o problema precocemente.

 – Sangramentos inesperados

Se você notar sangue na urina ou nas fezes, não conclua que é um a infecção urinária ou problemas de hemorroida, respectivamente. Todo sangramento deve ser investigado para achar a sua causa exata. Um médico deve ser consultado.
Em relação ao sangramento por via anal, o médico pode achar necessário fazer um toque retal ou solicitar exames como a pesquisa de sangue oculto nas fezes ou uma colonoscopia.
Já o sangramento por via urinária pode representar tumores na bexiga ou nos rins.
O sintoma é mais frequente em mulheres com infecção urinária, que tenham sofrido trauma na região abdominal, e em esportistas.
Entretanto, também pode aparecer em cânceres ginecológicos ou do trato urinário em estado avançado.
“Nos tumores ginecológicos, pode acontecer do tumor crescer, comprimir e lesionar os tecidos próximos ao útero.
Já nos tumores urinários, como bexiga e rins, o tumor pode crescer e lesionar tanto tecidos próximos quanto à própria uretra, o que provoca sangramento”, pontua Fuser Jr.
Nesse caso, o ideal é não postergar e procurar um ginecologista ou urologista imediatamente.
Tossir e eliminar sangue, principalmente se acontecer mais de uma vez, pode ser sinal de doenças como a tuberculose ou tumores que devem ser investigados.
Procure inicialmente um clínico geral.
Ele o encaminhará ao especialista apropriado caso seja necessário.

 – Tosse com sangue

É um sintoma típico de tuberculose, mas também pode significar câncer numa área específica, mas também pode significar câncer numa área específica do pulmão. “O tumor no luz do brônquio provoca atrito e machuca, levando sangue”, justifica o oncologista Takahashi.
Tossir e eliminar sangue, principalmente se acontecer mais de uma vez, pode ser sinal de doenças como a tuberculose ou tumores que devem ser investigados.
Procure inicialmente um clínico geral.
Ele o encaminhará ao especialista apropriado caso seja necessário.
Ele provavelmente solicitará radiografia e uma broncoscopia (espécie de endoscopia do brônquio) para tirar a dúvida.

 – Dor abdominal e Depressão

Toda mulher/homem que apresenta dores abdominais e depressão precisa passar por uma avaliação médica criteriosa. Alguns pesquisadores já encontraram uma associação entre o câncer de pâncreas e a depressão, mas esta é uma relação mal entendida até o momento.

 – Indigestão

Muitas mulheres grávidas queixam-se de indigestão, azia ou sensação de plenitude gástrica à medida que a gestação evolui e elas ganham mais peso. Isso é esperado. Mas as mulheres com estas queixas, sem razão aparente, devem consultar um gastroenterologista, pois estes sintomas podem ser sinais precoces de câncer no esôfago, estômago ou na garganta.

 – Alterações na boca

Os fumantes devem prestar especial atenção a lesões brancas na boca ou manchas brancas na língua, elas podem representar uma alteração pré-cancerosa conhecida como leucoplasia e devem ser investigadas por um dentista ou por um cirurgião bucomaxilofacial.

 – Dor

Embora a maioria das queixas de dor não seja sinal de câncer e seja comum as pessoas se queixarem de alguma dor à medida que envelhecem, qualquer dor deve ser pesquisada. A dor é um sinal de que algo não vai bem com o organismo. Mas assim como a febre, ela é sintoma de inúmeras doenças benignas.
As dores que persistem necessitam de uma explicação e devem ser checadas.
Como sintoma oncológico, pode aparecer generalizada ou local.
E nem sempre a dor corresponde a um tumor no local em que aparece.
O tumor pode crescer próximo a um determinado nervo, por exemplo, provocando reflexo.
Há ainda casos de câncer no abdome que comprime a coluna e causa dor nas costas.
Procure a ajuda de um clínico geral é o primeiro passo para descobrir o que está ocorrendo no organismo, o qual deve conhecer sua história clínica e avaliar a necessidade de exames complementares ao exame físico.
Caso a dor seja localizada, procure um médico específico.
Por exemplo, dor no joelho merece a vista a um ortopedista, no abdome, um gastroenterologista, e assim por diante.

 – Placas na boca

“Aftas” que não saram ou placas esbranquiçadas devem ser investigadas. Elas são indícios de câncer de boca ou de leucoplaquia, que pode caminhar para a doença. “As placas são pré-malignas e tratáveis. Podem ser identificadas por um dentista ou um otorrinolaringologista”, sugere Ramos.
O câncer de boca pode vir ainda acompanhado de outro sintoma: ínguas no pescoço.
Fique atento!.

 – Mudanças nos linfonodos

Na verdade, íngua é o nome popular de linfonodo ou gânglio linfático e faz parte do sistema de defesa do organismo. São pequenos órgãos que existem em toda a rede linfática, como pescoço, axilas e na região acima das clavículas.
Protuberâncias ou inchaços na axila, no pescoço próximo à garganta ou em qualquer outro local pode ser um linfonodo aumentado.
Se um linfonodo torna-se progressivamente maior, e isto já dura mais de um mês, procure ajuda médica.
Eles também podem ser dolorosos, endurecidos, aderidos a planos profundos e crescer rapidamente.
Essa manifestação é frequente em tumores de mama, de cabeça e pescoço, de intestino ou estômago, colo de útero, em leucemias e linfomas, mas podem aparecer em todos os tumores”, explica Ana Paula.
Se a doença persistir procure um hematologista.
O médico vai examinar esta alteração, relacioná-la a alguma patologia como, por exemplo, uma infecção que possa explicar este aumento, ou pedir exames para investigar tal lesão.
Pode ser necessário fazer uma biópsia do linfonodo aumentado.

 – Febre

É um sintoma de inúmeras doenças, raramente malignas. Contudo, também está presente no diagnóstico de leucemias, linfomas e tumores sólidos com metástases no fígado. A febre é persistente e pode aparecer apenas uma vez ao dia. Acompanha sudorese profusa e perda de peso.
Se a febre persistir, marque uma consulta com um clínico geral ou infectologista para uma investigação mais detalhada.
De acordo com a American Câncer Society, febre persistente que não foi explicada por uma gripe ou por uma outra infecção pode ser um sinal de câncer.
Febre relacionada a tumores é mais comum quando este já se espalhou além do sítio inicial, mas ela pode ser um sinal precoce de alguns tipos de câncer como leucemia e linfoma.
Outros sintomas de câncer podem incluir icterícia ou mudança na cor das fezes.
Não hesite: um médico pode ajudar a identificar a causa da febre.

 – Fadiga/cansaço

A fadiga é um outro sintoma vago que pode estar relacionado a muitas doenças, de gravidades variadas ou pode ser alguns tumores, assim como a outros problemas de saúde. Na mulher, o cansaço pode ocorrer em situações de traumas emocionais a estresses no trabalho. No caso do Câncer, o cansaço costuma aparecer quando a doença está em estado avançado.
Ele ocorre porque o organismo está debilitado.
A fadiga também também pode ocorrer em estágios iniciais de leucemia, câncer de cólon ou estômago.
Sendo assim, é indicado procurar um clínico geral para um check-up e ficar atenta a sintomas paralelos.

 – Tosse persistente

A tosse é esperada em resfriados, gripes, alergias e algumas vezes como efeito colateral de medicações, principalmente as usadas para tratar a hipertensão arterial. Mas uma tosse prolongada, que dura mais do que três ou quatro semanas, não deve ser ignorada. É hora de procurar um pneumologista e agendar uma consulta para avaliação.
Isso porque pode estar ocorrendo uma inflamação pulmonar de origem benigna ou um câncer no órgão.
“O câncer de pulmão é assintomático.
Quando ocorre a tosse, é porque ele está em estágio avançado”, ressalta Leandro Ramos.
“Para completar, corre-se o risco de o câncer não ser primário, mas sim uma metástase da doença de outra região, como cólon”.
Alguns exames como radiografias de tórax e exames que avaliam a função pulmonar podem ajudar muito, especialmente se você é fumante.

 – Gases

Problemas digestivos, Síndrome do intestino Irritável e Doença de Chron estão relacionados ao estufamento após as refeições. Entretanto, o aumento na produção de gases também é sintoma de câncer no estômago ou fígado, vesícula e pâncreas.
Se o sintoma é diferente do que ocorre habitualmente, se há dor, perda de apetite e emagrecimento, pode ser um caso de câncer.
O médico responsável pelo diagnóstico será o gastroenterologista.

 – Sangue nas fezes

Fissuras anais e hemorroidas causam o problema, que também é sintoma de câncer de estômago, cólon ou reto. “O próprio crescimento do tumor provoca o sangramento. Fica uma espécie de ferida que pode ter contato com as fezes, ocasionando um quadro infeccioso”, Explica Rodolfo Gadia, oncologista do Centro Oncológico do Triângulo (MG).
O ideal é procurar um gastroenterologista ou mesmo um proctologista imediatamente, que poderá solicitar uma colonoscopia para investigar a região.

Outras informações/infográficos sobre o câncer