50 perguntas e respostas sobre os cuidados com o bebê

As principais dúvidas que os pais de primeira viagem têm sobre os primeiros dias de vida do bebê: Como aliviar as cólicas? Como amamentá-lo quando a licença-maternidade chega ao fim? Respondemos as dúvidas mais recorrentes sobre o primeiro ano de vida do pequeno.
Confira!

 – Qual a maneira correta de limpar o umbigo do recém-nascido?

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Umedeça um cotonete (ou algodão) com álcool a 70% (adquirido em farmácia) e passe na superfície do curativo pelo menos três vezes ao dia. Tenha o cuidado de limpar todo o entorno do umbigo para evitar infecções. Continue fazendo a limpeza até três dias após a queda do curativo.

 – Como sei que ele está com cólica ou fome? Tem diferença no tipo de choro?

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O choro causado pelo desconforto das cólicas intestinais é diferente do da fome. Mas fique tranquila, pois, com o tempo e a convivência, você aprende a distinguir cada chorinho: fome, frio, sono, calor, xixi, fralda apertada, dor, mimo e assim por diante.
No caso da cólica, considere que é uma situação transitória, mais frequente no final da tarde e à noite.
Em geral, as queixas começam na segunda semana de vida do bebê e cessam no quarto mês.
É um choro intenso e súbito, que deixa a criança irritada e agitada até três horas por dia.
Além disso, diferentemente do que acontece na fome, dar o peito não resolve.

 – O que posso fazer para aliviar as cólicas?

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As cólicas são o resultado de um processo natural do desenvolvimento gastrointestinal da criança e que dura de três a quatro meses. Portanto, procure manter a calma diante do choro do seu bebê. A ansiedade do adulto só faz piorar a situação. Ambiente tranquilo e música suave são sempre bem-vindos. Banho morno (em posição fetal) também.
O mesmo se aplica a compressas mornas na barriguinha com toalhas felpudas passadas a ferro.
Elas têm um efeito analgésico (mas teste antes o calor da toalha em sua própria face).
Outra dica: movimente as pernas do bebê, fazendo-o pedalar no ar.
Esse exercício pode ajudá-lo a eliminar o excesso de gases.
Procure ainda massagear a barriguinha do bebê no sentido horário.
A amamentação no peito (sempre seguida de arroto) também contribui para o alívio dos desconfortos.
Agora, o mais importante é ter paciência para acalmar o bebê, aconchegando-o no colo, barriga com barriga, ou apoiado de bruços na extensão do seu antebraço.
E atenção: oferecer chás entre as mamadas pode prejudicar a amamentação, além de não resolver as cólicas.
Já os remédios “contra gases” têm pouca eficácia.

 – É verdade que a minha alimentação pode influenciar nas cólicas do bebê?

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Esse é um tema ainda controverso. Faltam mais estudos científicos, mas existem relatos de que alguns alimentos ingeridos pela mãe deixam os bebês mais agitados. É o caso de chocolate, refrigerantes, café, alguns tipos de chá e até mesmo o próprio leite de vaca.
Soja, trigo e nozes presentes na dieta da mãe também são suspeitos de provocar cólicas nos bebês.

 – O que faço para ter mais leite?

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O leite materno é produzido sob demanda. Quanto mais o bebê suga, mais você o produz. Em outras palavras, confie na sua capacidade de amamentar e tudo ficará bem. Agora, para tornar essa tarefa ainda mais tranquila, existem algumas dicas básicas. Procure oferecer o peito com frequência, sempre que o bebê quiser, de dia e de noite, a qualquer hora.
Livre demanda.
Certifique-se de que ele está bem acomodado no seu colo e pegando o bico da mama corretamente.
As duas mamas devem ser esvaziadas a cada mamada, alternando a ordem de início (comece uma mamada com o peito que terminou a última).
Beba mais líquido (pelo menos de oito a dez copos por dia) e repouse entre as mamadas.
Fuja do estresse, que atrapalha e muito o afluxo de leite.
Sessões de relaxamento com massagens no dorso das costas costumam aliviar as tensões.
A divisão das tarefas tanto da casa quanto do bebê também.
No caso de bebês prematuros, que não podem mamar, faça você a ordenha.
Isso ajuda a manter a produção.
E ainda dá para fazer doações a bancos de leite.

 – Meu bebê quer mamar o tempo todo.
Isso é normal?

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Normalíssimo. O bebê mama, em média, a cada três horas, ou seja, de oito a dez vezes por dia. Alguns, porém, podem encurtar esses intervalos, ficando entre 12 e 15 mamadas em menos de 24 horas. É a maneira que eles têm de estimular a produção de leite e ajustá-la à sua necessidade de crescimento.
Daí a importância de dar o peito sempre que o bebê requisitar.
Ele sabe o quanto precisa.

 – Toda vez que dou de mamar, preciso fazer o bebê arrotar?

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É muito importante colocar o bebê para arrotar após cada mamada (fazendo isso, você previne que ele regurgite e, pior, engasgue com o leite). Mas isso não significa que ele vai, de fato, soltar os gases do estômago. Algumas vezes, o bebê simplesmente não arrota.
Seja como for, mantenha o ritual do arroto, posicionando o pequeno junto ao ombro, na vertical, e dando tapinhas sutis em suas costas.
Só assim você dará à criança a oportunidade de eliminar o ar que engoliu – que pode vir acompanhado de leite.
Agora, se ele não arrotar entre 20 e 30 minutos, tudo bem.
Por precaução, procure apenas colocá-lo no berço de barriguinha para cima com a cabeceira suspensa.
Importante: bebês que mamam em mamadeiras merecem atenção redobrada no quesito arroto, uma vez que costumam engolir mais ar por causa das diferenças entre os bicos.

 – Qual a posição correta de colocar o recém-nascido para dormir: de lado, de bruços?

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O ideal é deixá-lo de lado ou de barriga para cima. Nessas posições, eles correm menos riscos de se engasgar com leite ou se asfixiar no travesseiro. O uso de almofadas em forma de triângulos para escorá-los não tem contraindicação. Mas evite colchões muito macios, cobertores fofos e mantas grossas.
Além disso, o ambiente deve ser arejado, e as roupas da criança, adequadas.

 – Qual o melhor momento para furar a orelha da minha filha?

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Não existe um prazo preestabelecido. Alguns afirmam que o brinco já pode ser colocado logo que o bebê sai da maternidade.

  – Como faço para desentupir o nariz do bebê?

Limpe as narinas do bebê com soro fisiológico. Ele deve ser aplicado através de conta gotas ou spray nasal. Inaladores e umidificadores também são bastante eficazes, principalmente se o ar estiver muito seco. E atenção: jamais tente introduzir cotonetes no nariz de um recém-nascido, pois os canais são estreitos e podem sofrer lesões.
O mais indicado nesse caso são bombinhas manuais de sucção, aquelas que parecem uma pera.

 – Vou voltar a trabalhar, mas meu bebê só aceita mamar no peito.
O que faço?

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Salvo exceções, o bebê deve ser alimentado exclusivamente pelo leite da mãe até os 6 meses de idade. E o ideal é que ele mame diretamente no peito. Agora, se você precisa voltar ao trabalho antes disso, existem opções. A primeira delas é interromper seus afazeres para dar de mamar para a criança.
Uma segunda alternativa é ordenhar o próprio leite e deixá-lo armazenado na geladeira antes de sair de casa (24 horas na geladeira ou 30 dias no congelador).
Aqui é importante procurar a ajuda de profissionais de saúde para aprender a retirar o leite e oferecê-lo ao bebê pela técnica do copinho.
A mamadeira pode fazer com que a criança largue o peito antes do tempo desejado.
Por fim, para crianças acima de 6 meses, as papinhas podem e devem ser introduzidas.

 – Com quantos meses o bebê deve deixar o quarto dos pais e ir para o seu próprio quarto?

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O ideal é que ele durma em seu próprio quarto logo que deixe a maternidade. Mas isso não é regra. Até porque, no primeiro semestre de vida, o bebê requer muito da mãe durante as madrugadas. Não são raros os que acordam a cada três horas para mamar.
Por isso, muitas mulheres optam por acomodar o filho ao lado de sua cama nessa primeira fase (em geral, nos primeiros três meses), o que garante um pouco mais de conforto e saúde (física e emocional).
Encerrado esse período, porém, é imperativo que o bebê passe a dormir em seu próprio quarto, sob pena de comprometer sua independência emocional e criar problemas sérios para a relação do casal.
Outra orientação importante: jamais durma com o bebê na cama: é perigoso para a criança.

 – Como sei que meu bebê tem refluxo?

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O refluxo é mais comum entre bebês prematuros, mas também acomete os “nascidos a termo” (esse é o nome técnico). Vômitos após as mamadas (leite in natura), perda de peso, irritação, tosse e sono agitado durante a noite podem sugerir o refluxo. Se for esse o caso do seu filho, consulte o pediatra dele para confirmar o diagnóstico.
Agora, se a criança dá apenas algumas golfadas por que mamou muito ou não arrotou direito, não se preocupe, pois isso é normal.
Mesmo porque a válvula que impede a volta do leite ainda é imatura.

 – Meu filho dorme bem durante o dia e passa a noite acordado e chorando.
Como faço para mudar esse hábito?

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Tenha paciência. Ele provavelmente adquiriu esse hábito porque se acostumou com a presença de alguém sempre por perto para acalmá-lo à noite. É importante que o bebê só mame quando tiver fome. Se a cada grunhido, os pais se levantam, fazem barulho ou acendem luzes, a tendência é que a criança desperte mesmo.
Pior ainda se oferecem chazinho ou pegam no colo.
Tente deixar o pequeno choramingar um pouco – às vezes, o sono logo volta.
Porém, se seu filho trocou os horários de vez, é preciso fazê-lo entender que existe dia e noite.
Pelas manhãs e à tarde, deixe janelas abertas para o sol entrar e o ar circular, sobretudo durante o sono.
Nesses períodos, desperte a criança para que ela mame a cada três horas e faça com que fique acordada por algum tempo.
No horário noturno, apague luzes, explique brandamente que chegou a hora do sono e resista à tentação de se levantar a cada 15 minutos só porque o bebê emitiu algum som.
E tenha calma para tirar a mamada da madrugada.
Faça isso aos poucos.

 – Com quantos meses posso colocar meu bebê na piscina?

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Por prudência, espere pelo menos até o terceiro mês de vida, quando o bebê já terá completado o primeiro ciclo de vacinação. Mas inspecione as condições da piscina. O ideal é que o tratamento da água seja feito à base de sal e não de cloro – que pode ser prejudicial para a pele da criança em dosagens erradas.
Observe também a limpeza tanto da água quanto de bordas e demais superfícies.
E verifique se a temperatura é confortável, entre 30 e 32 ºC.
O pH da água é outro item a ser considerado.
Ele deve girar em torno de 7,2 para evitar que os olhos do bebê ardam durante os mergulhos.
Por fim, tome cuidado com correntes de ar frio ao retirar o bebê da piscina.
Agasalhe-o logo, protegendo principalmente ouvidos, peito, costas e cabeça.

 – Eu e meu marido nos separamos.
Isso pode prejudicar de alguma forma nosso bebê?

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É claro que o bebê sente. Toda separação gera estresse e a instabilidade emocional do casal afeta a criança. Mas, se o filho se sentir amparado nesse processo, os danos costumam ser mais amenos, principalmente ao se comparar aos prejuízos causados por um casamento sem futuro mantido somente por causa dele.
Portanto, o mais importante é que o bebê se sinta amado de forma incondicional pelo pai e pela mãe, se estiverem juntos ou separados.

 – Quando posso levar o recém-nascido para passear na rua?

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Use o bom senso. Não existe regra. O ideal é deixar o recém-nascido dentro de casa, protegido de doenças. Ele pode tomar seu banho de sol no quintal, na varanda, na garagem ou mesmo no quarto de janela aberta. Depois do primeiro mês, aí sim já dá para pensar em levá-lo para um passeio curto na rua.
O mais importante aqui é evitar aglomerações, ambientes fechados, sol forte e friagem, principalmente até o terceiro mês.
Ou seja, até as doses das primeiras vacinas estarem completas, nada de gente em volta do carrinho, vento frio ou calor excessivo.
Shopping center, então, nem pensar.

 – Bebês prematuros têm desenvolvimento diferente? Preciso cuidar dele de modo especial?

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Sim, eles são mais sensíveis e precisam de estímulos adicionais para se desenvolver. O acompanhamento multidisciplinar é importante, principalmente com fisioterapeuta e fonoaudiólogo. Dependendo do grau e de eventuais sequelas, um neuropediatra também deverá participar dos cuidados do bebê.
Fora isso, os procedimentos são os mesmos: amamentar, dar banho, trocar etc.

 – Como faço para o bebê parar de soluçar?

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O melhor método é colocá-lo para arrotar. Isso mesmo. Diferentemente do que pensam muitas mães, o soluço não tem a ver com frio ou umidade. Em geral, ele acontece após as mamadas, justamente quando o bebê está com o estômago cheio. O leite materno e os gases causam o soluço.

 – Meu filho tem 6 meses e só dorme no colo.
O que devo fazer para ele dormir sozinho?

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Ele só dorme no colo porque se acostumou a isso. É uma questão de educação. Para mudar o hábito, os pais têm de se policiar também. Comece tentando colocá-lo no berço sem se afastar até que ele adormeça. Se despertar antes da hora, procure acalmá-lo apenas com a sua presença, sem pegá-lo no colo, até que volte a dormir.
Objetos de transição, que lembrem o cheiro da mãe, como um cobertorzinho, também podem ser colocados perto dele.
Mas lembre-se de que será preciso muita paciência, firmeza e ternura para reverter o quadro.
Procure não se estressar.

 – Minha filha tem mais de 6 meses, mas não aceita comida de jeito nenhum – nem papinha salgada nem papinha doce.
O que faço? Tenho medo que ela perca peso.

Não tenha medo. O segredo é insistir com paciência e carinho. Aos poucos, ela vai comer. E nada de estresse. A criança capta no ar a ansiedade do adulto e aí a situação se torna mais difícil. Saiba que os bebês resistem à introdução de novos alimentos na dieta, principalmente os sólidos.
Para lidar com a situação, tente estimular o olfato, use um tom de fala manso e sutil, sorria incondicionalmente.
Também é muito importante seguir um ritual, com horários fixos, cadeirão, televisão desligada, celular idem e assim por diante.
Criança gosta de rotina.

 – O que faço para o meu bebê se acalmar e dormir? Tem noites que nada funciona.
Será que ele está superestimulado?

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Esqueça essa história de “superestimulado”. Verifique apenas se o bebê está desconfortável por alguma questão mais palpável, como fome e fralda úmida. Se não houver causa aparente, mantenha-o acordado até um pouco mais tarde e, quando perceber que está adormecendo, coloque-o no berço.
Evidentemente, banho morno, massagem relaxante, luz suave no quarto e música tranquila podem ajudar o sono do bebê.
Agora, muita atenção: não acostume a criança a dormir no colo ou com movimentos de ninar.
Tirar esses hábitos depois pode ser mais difícil do que fazê-lo dormir agora.

 – Com quantos meses meu bebê pode assistir televisão?

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Não há uma regra em relação à tevê. Mas é absolutamente desnecessário expor um bebê aos restritos estímulos de um televisor. Existem outras formais mais interativas de entreter um bebê. A dica é deixá-lo no chão ou mesmo no berço com brinquedos próprios para a sua idade sempre que puder. A música também é uma excelente opção.
Mais que o estímulo audiovisual, a criança tem de se mexer, experimentar texturas, sentir cheiros, ter uma visão tridimensional do mundo etc.

 – Quando posso colocar meu bebê no andador?

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O andador é desaconselhável. Em primeiro lugar, por causa do risco de acidentes. Não são raros os casos em que o andador capota e o bebê bate a cabeça violentamente contra o chão. Além disso, o equipamento não estimula adequadamente a musculatura responsável pela marcha.
Ao contrário, cria vícios que podem ser prejudiciais ao seu desenvolvimento.
Prefira forrar o chão com um material que amorteça impactos e seja limpo com frequência, deixando o bebê livre para se movimentar à vontade.
Tapetes emborrachados e edredons são boas pedidas.

 – Minha filha às vezes fica até uma semana sem fazer cocô.
Isso é normal? Como faço para evitar esse ressecamento nela?

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Isso depende da idade. Lactentes que mamam exclusivamente o leite materno podem permanecer sem evacuar por até sete dias. Mas, ainda sim, se for o caso do seu filho, relate-o para o pediatra da criança.

 – É normal o bebê ter febre e ficar irritado quando os dentes estão nascendo? Dá para minimizar esses incômodos?

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Absolutamente normal. Eles ficam mesmo bastante irritadiços, além de babar bastante. E muitas vezes podem apresentar uma febre baixa durante o período de erupção dentária, possivelmente motivada por infecções secundárias.
O ideal nessa situação é dar mordedores de gel que possam ser levados à geladeira.
O frio ameniza o incômodo e o atrito ajuda a coçar a gengiva.
Se o médico da criança concordar, pomadas analgésicas para a aplicação diretamente no dente também podem ser uma opção.

 – Meu bebê tem quase 1 ano e ainda é careca.
Isso é normal? Quando o cabelo dele vai crescer?

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Não se preocupe com isso. Com o tempo, o cabelo cresce. Muitos bebês atingem essa faixa etária ainda com poucos fios. O crescimento capilar depende de fatores genéticos e características específicas do cabelo, como cor e estrutura.

 – Meu filho está com 11 meses e vive caindo, batendo a cabeça na tentativa de ficar em pé.
Cair tanto é perigoso?

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As quedas fazem parte do aprendizado do bebê. Deixe-o à vontade para se movimentar mesmo que caia. Tome apenas o cuidado de colocá-lo em um ambiente mais seguro, com forros macios e longe de quinas e áreas pontiagudas. Deixá-lo sozinho também não é uma boa ideia, mesmo em locais apropriados.
As crianças são surpreendentes e começam a fazer coisas que nunca fizeram de uma hora para outra, como subir em cadeiras.

 – Minha filha tem apenas 12 meses, mas já faz bastante birra: bate, grita e morde os outros quando contrariada.
Como faço para mostrar a ela o que é certo e o que é errado?

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Lidar com essa situação é um dos maiores desafios dos pais. Afinal, não é fácil mostrar aos filhos que as frustrações fazem parte da vida. O mais importante aqui é saber que as crianças precisam de limites desde recém-nascidas. E quem vai estipular esses limites são os pais.
Como isso será feito vai depender dos valores de cada família.
Uma estratégia que costuma funcionar é ser ao mesmo tempo firme e carinhosa nas atitudes, procurando tomá-las imediatamente após as birras.
Mostre que você desaprova a conduta do bebê, usando para isso também o tom de voz e a expressão facial (sempre olhando nos olhos dele, frente a frente).
Mas, logo em seguida, dê-lhe um abraço e um beijo para deixar claro que, apesar da bronca, ainda o ama muito.
Repita esse procedimento sempre que necessário.
E evite bater ou gritar.
Essa atitude apenas reforça na criança a ideia de que a violência é uma boa ferramenta para conseguir as coisas.
Procure ainda ficar alerta aos motivos que podem ter levado à birra.
Muitas vezes, o que a criança quer é atenção e os pais estão “ocupados”, assistindo tevê, falando ao telefone ou com foco em algo que não é o filho.

 – O que posso oferecer de sobremesa para o meu bebê de 9 meses? Posso dar gelatina, por exemplo?

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Pode, mas o melhor é evitar. Nessa fase, procure oferecer alimentos naturais livres de conservantes e corantes. As frutas são ótimas opções.

 – Moro numa cidade muito quente, tudo bem colocar ar-condicionado no quarto do bebê?

Sem problemas desde que se mantenha uma temperatura agradável para o bebê e se faça a limpeza periódica (e correta) dos dutos do aparelho. Também é importante ficar atento à umidade do ar, que costuma baixar em áreas refrigeradas. Estude a possibilidade de ter um umidificador no quarto.
Por fim, evite transitar demais com a criança entre ambientes muito quentes e muito frios, o que pode favorecer doenças.

 – Minha filha fica com a pele toda empelotada nos dias quentes.
Pode ser alergia ao calor? O que faço para aliviar a coceira?

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Isso não é alergia ao calor. O que acontece é uma reação da pele ao acúmulo de suor ou ao aumento da temperatura do corpo causado por roupas. O nome dessa reação cutânea é miliária, mais conhecida por brotoeja.
Banhos frequentes, roupas com baixa percentagem de fibras sintéticas e alguns produtos dermatológicos apropriados para o bebê (indicados pelo pediatra dele) podem amenizar as coceiras.

 – Como sei que meu filho é alérgico à lactose? Quais são os sintomas?

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Os sintomas geralmente são aumento do volume abdominal (distensão), cólicas, vômitos e diarreia, que podem se traduzir em dificuldade no ganho de peso. Mas é importante a consulta ao pediatra para realizar o diagnóstico correto, uma vez que os procedimentos variam conforme a situação.
Além disso, há três casos distintos com sintomas semelhantes que devem ser diferenciados: intolerância à lactose, intolerância ao leite de vaca e alergia à proteína do leite de vaca.

 – É verdade que os bebês percebem quando os pais estão estressados ou tristes?

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Sem dúvida. O bebê capta a instabilidade emocional, a ansiedade e o estresse, principalmente da mãe. A ligação sensorial é tão forte que há quem diga que para garantir a saúde de um bebê é preciso cuidar bem da mãe. Naturalmente, o impacto varia conforme a sensibilidade da criança.
Cada uma tem sua forma de reagir diante de algo que não vai bem com o pai ou a mãe.

 – Qual a temperatura ideal do banho do bebê?

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Ao redor de 37 °C. Mas não é preciso termômetro para saber a temperatura do banho. Basta colocar seu cotovelo na água por alguns segundos para verificar se não está nem muito quente nem muito fria para ele.

 – Minha filha está fazendo meu peito de chupeta.
Como faço para acabar com esse hábito?

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É preciso tomar cuidado com as meias-verdades. As mulheres sempre amamentaram seus filhos enquanto as chupetas surgiram, há apenas algumas décadas. Portanto, seria mais razoável imaginar que as crianças fazem as chupetas de peito e não o inverso. Amamentar significa dar colo, calor, aconchego, segurança, carinho e alimento.
É tudo o que a criança mais precisa no início de sua vida (e depois também!).
Antes de tirar qualquer conclusão, procure investigar se o bebê está pegando direito o bico, se a posição dele é confortável ou se ele está mesmo com fome na hora que você dá o peito.
O choro nem sempre quer dizer fome, já que a criança pode estar pedindo outra coisa.
Outra estratégia se o bebê já for maiorzinho é estabelecer rotinas e segui-las à risca, esvaziando sempre os dois seios a cada mamada.
Agora, se o bebê estiver mordendo seu seio, porque descobriu que é capaz de impingir dor à mãe, chame a atenção dele, sempre com firmeza e ternura.
A imposição de limites começa já nessa fase.

 – Meu filho tem 6 meses e dou cerca de cinco banhos por dia nele porque moro em uma cidade muito quente.
Isso é um problema?

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Sem problema. Só evite usar sabonete em todos os banhos. O excesso de produtos químicos pode comprometer a proteção natural da pele dele. E prefira sabonetes infantis, com o pH adequado.

 – Meu bebê tem 7 meses e é muito cabeludo. Posso cortar o cabelo dele?

Claro que pode. Existem até cabeleireiros especializados no corte de crianças, que oferecem ambientes mais lúdicos e profissionais acostumados a conquistar a confiança dos pequenos.

 – É normal o bebê suar quando mama?

Sim, a transpiração pode acontecer em razão tanto do esforço que o bebê faz ao mamar como também do calor provocado pelo contato com o corpo da mãe. Por isso, procure locais arejados e frescos para amamentar seu filho.

 – A chupeta prejudica a amamentação?

Sim, a chupeta é um dos grandes inimigos da amamentação. Ela pode ser decisiva tanto para diminuição da produção de leite como para a interrupção precoce do aleitamento materno, principalmente quando é introduzida nos primeiros meses de vida. Os primeiros dias são fundamentais para a adaptação do bebê ao bico do peito da mãe.
Nessa fase, ele aprende não só a sugar o mamilo mas também a pressionar os depósitos de leite que ficam sob a aréola da mama.
Se a criança usa chupeta e aprende a fazer a sucção apenas com os lábios, ao passar para o mamilo, sofre a chamada “confusão de bicos”.
Resultado: irritado e frustrado por sugar sem resultado, o bebê se cansa e deixa de estimular a descida do leite.
A mãe, então, fica nervosa, achando que não tem leite, e recorre à mamadeira, desencadeando assim o desmame precoce.

 – Bebês podem fazer natação?

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Sim. É um excelente exercício para o desenvolvimento das crianças desde que seguidos alguns cuidados, como higiene e limpeza da piscina e temperatura e tratamento da água. O ideal é esperar o ciclo de dosagem da primeira fase de vacinação do bebê, que se encerra no terceiro mês, antes de iniciar as aulas.
Também é muito importante ambientar o pequeno aos poucos para não traumatizá-lo.
Respeite seu tempo de adaptação.

 – Como trato assaduras?

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As assaduras são o resultado do atrito da pele do bebê com fezes, xixi e suor em um ambiente úmido e quente (em geral, a fralda). Fale sobre elas com o pediatra do seu filho. Se a infecção cutânea for simples, a aplicação periódica de pomadas indicadas pelo médico será suficiente.
Ar e luz do Sol também ajudam a aliviar a irritação, o que significa manter a criança sem fralda o máximo de tempo possível.
Dar bastante água ao bebê também é uma boa pedida.
Em casos mais recorrentes, tente substituir fraldas descartáveis pelas de pano e lenços umedecidos por algodão, procurando fazer as trocas com mais frequência.
De qualquer forma, na dúvida, é importante o diagnóstico médico para evitar o agravamento de um problema aparentemente corriqueiro.

 – Devo ferver as mamadeiras diariamente, mesmo para bebês com mais de 6 meses?

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Após o sexto mês, não há a necessidade desse tipo de cuidado. O que não significa deixar de higienizar mamadeiras. Procure limpá-las muito bem, principalmente os bicos, que devem ser desconectados da rosca a cada lavada para a retirada de resíduos acumulados.
Esse procedimento é uma importante medida na prevenção de infecções gastrintestinais.

 – Preciso higienizar a banheira antes do banho?

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De preferência, sim. Os bebês se sentam ali e ficam expostos a todo tipo de infecção, principalmente as meninas. Por isso, higienize a banheira com água e sabão neutro antes de cada banho.

 – Meu filho só quer ficar no colo, o dia todo. Se o coloco no chão, chora. O que faço?

Você tem de aprender a estabelecer limites para isso. O que não significa partir para atitudes intempestivas. Vá com calma. Mudar hábitos é difícil, mas as crianças conseguem, até com mais facilidade do que os adultos. Considere que bebês choram mesmo. E vão continuar chorando o resto da vida.
Aprenda a negociar o colo com ele.
Mostre que continuará ao lado dele mesmo que não o estiver segurando nos braços.
Ofereça coisas excitantes que o façam querer brincar no chão.
E seja firme e encorajadora na hora de insistir que ele fique num tapetinho.
O segredo é a paciência e a persistência, sem descambar para o estresse e os gritos.

 – Bebês podem se relacionar com animais domésticos, como cachorros e gatos?

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Podem, sim. Tomando os cuidados básicos, não há problema em deixar animais domésticos nos mesmos ambientes que os bebês. Acredita-se, inclusive, que a presença deles possa contribuir para o desenvolvimento do sistema imunológico dos pequenos. Agora, é preciso usar o bom senso.
Faça uma adequada higienização tanto dos locais por onde circulam cães e gatos como dos próprios animais.
Vaciná-los é outra medida obrigatória.
Importante: nunca deixe o animal sozinho com o bebê, mesmo que ele pareça inofensivo.
Por ciúme, curiosidade ou outro motivo, ele pode machucar a criança.

 – Meu filho tem 8 meses e não nasceu nenhum dentinho.
Isso é normal?

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Absolutamente normal. Em geral, a dentição se inicia com os incisivos anteriores e inferiores, por volta do sexto mês de vida. Mas é comum que algumas crianças cheguem a essa idade com parte da arcada já aparente e outras só comecem a sentir os incômodos da irrupção dentária depois do oitavo mês.

 – Meu filho já tem 12 meses e ainda não anda.
Devo me preocupar? Como posso incentivá-lo a dar os primeiros passos?

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Cada criança tem seu tempo de desenvolvimento. Em geral, começam a andar entre 1 ano e 1 ano e 3 meses. Mas isso não é regra: não há uma idade específica para que o bebê dê seus primeiros passos.
O importante é considerar que as habilidades motoras acontecem sem saltos, mas com conquistas após muitas tentativas, motivadas pela necessidade de exploração e interação da criança.
Portanto, os estímulos são importantes.
Agora, se a criança não esboçar evoluções e chegar a 1 ano e 3 meses sem perspectivas de caminhar, fale sobre isso com o pediatra dele.

 – Os bebês podem viajar de avião?

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Sim, sem problema. Procure apenas hidratá-lo bastante durante o voo. Isso é importante por causa da pressurização, que reduz a umidade do ar. Dê água ou leite para os mais velhos e o peito para os que ainda mamam.

 – Quando o bebê começa a enxergar com nitidez e a reconhecer as pessoas?

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Ao nascer, o bebê enxerga apenas vultos mal definidos. Isso é resultado da imaturidade do sistema óptico dele (ele não consegue colocar a imagem em foco sobre a retina, a chamada acomodação visual). Mas o campo visual vai aumentando com a idade.
A acomodação visual acontece por volta do terceiro mês, quando o bebê já distingue o vermelho e o azul, vendo as imagens com mais nitidez.
Aos 6 meses, é a vez de a criança ver o amarelo e o verde.
Nessa idade, a visão já é praticamente igual à de um adulto.
Enfim, ao completar o primeiro ano de vida, o bebê tem olhos com tamanhos próximos aos de adultos e retinas suficientemente desenvolvidas para que possa apreciar todas as nuances.

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