Diabetes: dúvidas frequentes.

O Diabetes mellitus é doença crônica causada pela falta absoluta ou relativa da insulina no organismo. Quando a insulina produzida pelas células beta pancreáticas torna-se insuficiente, a glicose é impedida de ser absorvida pelas células, o que ocasiona elevação da mesma na corrente sanguínea.
 Os níveis glicêmicos ideais em jejum, variam de 70 a 99 mg por 100 ml de sangue.
 Se as células não recebem glicose, o cérebro sinaliza que está faltando alimento (Energia) para o corpo e ativa mecanismos de emergência para providenciar esse alimento.
 Esses mecanismos fazem o fígado produzir glicose e mandá-la para o sangue, além de obrigar o tecido gorduroso a queimar suas reservas para produzir mais energia que movimentará o corpo humano.

Diabetes: dúvidas frequentes.

Como consequência a glicose vai subir mais ainda, e o paciente começa Emagrecer, e sentir Fraqueza (pois ao mesmo tempo falta energia, já que a insulina responsável pela absorção da glicose está ausente ou deficiente).

Esses fenômenos levam a pessoa a sentir fome (Polifagia), o que vai aumentar ainda mais os níveis sanguíneos de glicose. A queima de gorduras para produzir energia gera Corpos Cetônicos, que devem ser eliminados pela respiração, o que ocasiona um hálito com cheiro adocicado (Hálito Cetônico) e pela urina (Cetonuria).

Agora você sabe como é a doença e como ela se manifesta e já pode entender algumas exigências do tratamento.  Respondemos aqui as dúvidas mais comuns. Será que é a sua? Vamos lá:

 – De que modo o fato de eu estar acima do peso afeta minha capacidade de obter níveis glicêmicos normais?

O excesso de peso provoca resistência à insulina. Isto significa que qualquer insulina que seu organismo possa produzir (ou que você injete) terá grande dificuldade para diminuir a glicemia, o que dificulta o controle. Além disso, o excesso de peso pode elevar a pressão arterial, deixando-o propenso à doença renal e derrame.
Esta situação pode também estar associada a altos níveis de gordura no sangue, o que o torna suscetível ao endurecimento das artérias.
Com a redução do peso, haverá melhora dos níveis glicêmicos e da saúde.

 – Aos setenta e dois anos de idade, por que eu deveria me preocupar com o controle glicêmico?

A idade não é razão para ignorar o controle do diabetes. Você pode viver até os noventa ou cem anos de idade, tempo suficiente para que as complicações diabéticas se desenvolvam. Quanto melhor for seu controle glicêmico, menor seu risco de desenvolvê-las.
As pessoas estão diminuindo o risco de ter complicações diabéticas através dos cuidados intensivos com o diabetes.
É fato que elas têm mais hipoglicemia, um fator mais arriscado para umas do que para outras.
Os cardíacos e pessoas que não sentem os sinais ao desenvolverem hipoglicemia (tremor, suor ou aceleração do batimento cardíaco, por exemplo) precisam ser cuidadosas.
O controle glicêmico rígido não é para qualquer um (e até pode ser perigoso para alguns).
Determine quais seriam os níveis glicêmicos certos para seu caso junto à equipe médica.

 – Qual é o número mínimo de testes glicêmicos diários a ser realizados para manter os níveis dentro dos limites esperados?

A resposta depende do tipo de diabetes que você tem. A maioria dos diabéticos de tipo 1 e os de tipo 2 que requerem insulina devem testar a glicemia quatro vezes por dia (antes de cada refeição e na hora de dormir) para que possam ajustar a dose de insulina que precede as refeições.
Os diabéticos do tipo 2 talvez só precisem testar antes do café da manhã todos os dias.
Ocasionalmente, tanto os que têm DTM1 como DMT2 deveriam testar a glicemia duas a três horas após uma refeição para ver se está muito alta, ou no meio da noite para ver se está muito baixa.
Se for o caso, a quantidade de alimento, exercício ou medicação precisa sofrer ajustes.
Todos os diabéticos deveriam testar a glicemia sempre que acharem que ela pode estar muito alta ou muito baixa.
Os sintomas de hipo ou hiperglicemia podem ser semelhantes ou o que sentem pode ter nenhuma ligação com os níveis glicêmicos!

 – A glicemia será afetada se o estômago esvaziar-se lentamente?

Se levar muitas horas para que o estômago se esvazie e para que os alimentos sejam absorvidos após a refeição, há risco de que os níveis glicêmicos abaixem demais quando você toma a insulina 45 minutos antes de comer.
A insulina atingirá o auge antes que o alimento seja absorvido e você pode sofrer uma hiperglicemia muitas horas depois, quando o estômago finalmente se esvaziar.
A causa comum da digestão mais lenta em pessoas que têm diabetes há muitos anos é o dano sofrido pelos nervos envolvidos na atividade muscular do estômago.
Esta condição chama-se gastroparesia.
O esvaziamento imprevisível do estômago dificulta atingir o nível normal de açúcar no sangue.
Existem vários medicamentos disponíveis que regulam os movimentos estomacais e você deve discutir com sua equipe médica sobre a necessidade de usá-los.

 – A dor que sinto nos pés está ligada a altos níveis glicêmicos?

Provavelmente, em especial se estes altos níveis o acompanham há muitos anos e a dor dura há vários meses. Os nervos funcionam melhor quando cercados por glicemia normal ao invés de alta. Discuta as dores que sente com sua equipe médica. Algumas pessoas sentem que a dor nos pés e pernas diminui quando a glicemia é mantida próxima da normal.
Outros sentem dor até pelo toque dos lençóis nos pés.
Se este for seu caso, você deve colocar um arco no pé da cama para impedir que o lençol encoste nos pés, proporcionando-lhe alívio até que os níveis glicêmicos abaixem.
Se o problema não desaparecer com o melhor controle glicêmico, o uso de uma pomada de capsaicina (pimenta comprida) na pele afetada pode ajudar.
Dispõe-se de outras terapias (especialmente medicamentosa), portanto é necessário discutir as diversas opções com a equipe médica.

 – Quais são os sintomas de hiperglicemia?

Os sintomas de hiperglicemia podem variar de uma pessoa para outra ou mesmo na mesma pessoa de um dia para o outro.
Mas, de modo geral, a pessoa:

  • Sentirá mais fome ou sede do que o usual
  • Terá que urinar com mais frequência
  • Terá que levantar-se várias vezes durante a noite para ir ao banheiro
  • Ficará muito cansada, sonolenta ou sem energia
  • Ficará incapaz de enxergar claramente ou verá “auréolas” quando olhar para uma luz

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Se você tiver qualquer dos sintomas acima, pegue seu medidor de glicemia e verifique imediatamente. Não trate estes sintomas com mais insulina, a não ser que tenha certeza que são devidos aos altos níveis glicêmicos. Há outras condições que causam sintomas semelhantes.
 

 – Que tipo de dano a hiperglicemia causa ao meu organismo?

Com o passar do tempo, a hiperglicemia pode prejudicar tanto as artérias quanto os nervos, resultando num pobre fluxo sanguíneo para mãos e pés, além de pernas, braços e órgãos vitais. Pouco fluxo de sangue para estas áreas aumenta o risco de infecções, problemas cardíacos, derrame, cegueira, amputações de pé ou perna e doença renal.
Além disso, você pode perder a sensação nos pés ou sentir dor crescente, assim como nas pernas.
Sem que perceba, os pés podem sofrer danos a partir de ferimentos leves.
Finalmente, veias e nervos danificados podem levar a problemas sexuais de difícil tratamento.
Por todas estas razões, você deve fazer grandes esforços para evitar altos níveis glicêmicos no organismo.

 – Por que minha hemoglobina glicada está alta quando a média glicêmica está dentro dos limites esperados?

Sua média glicêmica provavelmente baseia-se nos níveis medidos antes das refeições. Pode ser que ela esteja se elevando além do esperado depois de comer porque você pode não estar tomando insulina suficiente ou com a antecedência necessária.
Teste a glicemia duas horas depois do café da manhã, almoço e jantar durante vários dias (além dos testes feitos antes destas refeições) para verificar se esta é a razão para sua elevada hemoglobina glicada.
Uma glicemia superior a 200mg/dl duas horas após a refeição, é alta demais.
Além disso, é possível que sua glicemia esteja alta durante a noite, enquanto dorme.
Para saber, coloque o despertador para as quatro horas da madrugada, por exemplo, diversas vezes durante a semana e verifique o nível glicêmico.
Neste horário, uma glicemia superior a 150 mg/dl é muito alta.
Continue a verificar sua glicemia duas horas depois de comer e no meio da noite uma vez por mês para certificar-se de que não está tendo hiperglicemia inesperada nestas horas.
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 – Como posso avaliar meu controle glicêmico quando o médico só faz um teste de hemoglobina A1c a cada seis meses?

Você pode usar os resultados de sua auto-monitoração da glicemia para prever a hemoglobina A1c (HbA1c). Vejamos como. Faça a média de todos os resultados de seus testes glicêmicos semanais. Encontre sua média na tabela abaixo. Leia o número da HbA1c correspondente.
Isto lhe dará uma ideia de seus limites de HbA1c, antes que seu médico a mensure.
Seus limites glicêmicos podem ser um pouco diferentes se os limites normais da HbA1c do laboratório forem diferentes do seu.
Segundo a ANAD (Associação Nacional de Assistência ao Diabético), os limites normais de HbA1c são 4.
Descubra quais são os do laboratório e use-os para rever esta tabela.
Se você tiver diabetes tipo 1, faça um teste de HbA1c a cada três meses.

Média Glicêmica (MG/dl) – HbA1c Prevista

<100   <6.5

100 – 120   6.5 – 7.0

120 – 140   7.0  7.5

140 – 160   7.5 – 8.0

160 – 180   8.0 – 8.5

>180   >8.5

 – Por que minha glicemia fica alta antes de jantar se eu uso insulina regular antes de cada refeição e NPH à noite?

Doses médias de insulina regular duram apenas de quatro a seis horas. Com o tempo entre o almoço e jantar às vezes é de seis ou sete horas, não é de surpreender que a insulina do almoço esteja perdendo seu efeito antes do jantar. O regime insulínico ideal é flexível para permitir qualquer mudança que surja no esquema cotidiano.
Você deve ser capaz de fazer ajustes que corrijam oscilações incomuns de glicemia, causadas por motivos conhecidos ou não.
O regime que descreve é muito popular, mas muita gente acha que a ausência de uma insulina de ação intermediária ou longa durante o dia limita a flexibilidade que poderiam ter.
Como pode ver, seu regime não está lidando com elevação glicêmica que ocorre antes do jantar.
Converse com a equipe médica sobre este padrão, de modo que eles possam lhe sugerir maneiras de preveni-lo.

 – Tireoide – Glândula “escudo”

Diabetes: dúvidas frequentes.Esta curiosa imagem correspondente a uma importante glândula do nosso corpo, a tireoide. Localiza-se na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região, nos homens, vulgarmente designada pomo de Adão. Nesta imagem microscópica em azul e roxo, podemos ver seus folículos unidos por tecido conjuntivo em castanho.
O folículo consiste numa camada de células designadas epiteliais em azul.
Diabetes: dúvidas frequentes.As células produzem os hormônios da tireoide tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), que possibilitam a utilização adequada da energia do nosso corpo.
Vista não tão de perto, a tireoide tem uma forma comparada a de um escudo ou de uma borboleta.
Os hormônios que esta glândula produz têm efeitos variados na química do organismo.
É possível encontrar diferentes alterações na tireoide.
O excesso de hormônios produzidos conduz ao hipertiroidismo, e a falta deles, ao hipotiroidismo, principais distúrbios aos quais é preciso estar atento.

 – Hormônios

Os hormônios da tireoide regulam o metabolismo: o peso, a frequência de utilização cardíaca. Os problemas desta glândula podem estar mais presentes nas pessoas com diabetes do tipo 1. A tireoide deve funcionar em boas condições para garantir o equilíbrio do organismo.
Intervém em órgãos como coração, cérebro, fígado e rins e tem uma função reguladora no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, nos ciclos menstruais, na fertilidade, na memória, na concentração e no controle das emoções.

  – 15 – 25

É o peso em gramas da tireoide no caso dos adultos. A tireoide é considerada uma das maiores glândulas do corpo humano, embora seja relativamente pequena comparada a outros órgãos do corpo. Breve falaremos dela aqui no Ler Saúde. Aguarde e não deixe de conferir.

Especial DIABETES – Post nº  – Este post faz parte de uma série sobre o assunto diabetes. Não deixe de acompanhar aqui no blog Ler Saúde! Em Categorias, clique em Diabetes e acompanhe.

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