Doenças Respiratórias – resfriado, gripe comum e gripe suína (H1N1)

Tempo seco, mudanças climáticas, poluição…Tudo isso favorece o aparecimento das doenças respiratórias. Dos atos que mantém a vida, respirar pode ser considerado o mais importante deles. Afinal, é possível ficar algumas horas sem beber água, alguns dias sem comer, mas poucos minutos sem ar.
E qualquer obstáculo nas vias respiratórias pode trazer diversas consequências desagradáveis, como noites maldormidas e cansaço intenso durante o dia.
Por isso, entender as doenças respiratórias e buscar o melhor tratamento, seja para um simples resfriado ou algo mais grave, é essencial para ter qualidade de vida.

Clima desfavorável

O outono e o inverno são as estações do ano que fazem aumentar os casos de internação por problemas respiratórios como rinite, sinusite, bronquite e gripes. “Com a chegada do frio, as pessoas permanecem em lugares mais, e as infecções se espalham mais facilmente.
E o tempo seco desse período faz com que as vias aéreas fiquem mais suscetíveis a alterações, explica o pneumologista Oliver Augusto Nascimento, vice-presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.

Tratamento só com orientação

O uso de antibióticos é ineficaz contra a maioria dos casos de sinusite, segundo um estudo publicado na revista da Associação Médica Americana. Muitas vezes, os antibióticos, que são medicamentos usados em infecções bacterianas, são utilizados mesmo em casos em que a sinusite é viral.
Por isso, nada de buscar na gaveta qualquer remedinho para aliviar os sintomas.
Antes, é preciso procurar ajuda médica, identificar a doença e suas causas.
Os mesmos sinais que denunciam uma gripe podem pertencer a outra doença mais grave.
O uso inadequado de medicamentos pode apenas mascarar os sintomas, sem tratar a doença.
Além disso, o consumo excessivo de antibióticos (por ser um dos primeiros medicamentos que as pessoas buscam ao apresentarem uma infecção) resulta em uma crescente resistência, ou seja, são necessários remédios cada vez mais fortes para combater as bactérias.

É gripe ou resfriado?

Na maioria dos casos o corpo se cura sozinho dessas duas doenças, que tem semelhanças e diferenças nos sintomas. Tosse espirro, coriza e lá vem o diagnóstico popular: “é gripe”! Mas , em grande parte dos casos, os sintomas iniciais podem indicar apenas um resfriado.
“Apenas” porque esse último provoca sintomas mais leves e a gripe, em algumas situações, pode até matar.
Uma doença não é o agravamento de outra e cada uma tem suas particularidades.
Aprenda a diferenciá-las!

Gripe mais forte?

Em 2009, a população mundial temeu uma nova infecção: a gripe A (H1N1), chamada de gripe suína. Por ser uma versão nova de vírus, o medo foi causado pelo desconhecimento. “A gripe suína é causada por um vírus que nós, humanos, não estávamos preparados para combater.
Não tínhamos anticorpos contra ele e, por isso, muita gente acabou se infectando.
Mas, no geral, a mortalidade pela gripe suína foi menor do que a mortalidade pela gripe comum”, revela o pneumologista Oliver Augusto Nascimento.
A gripe A, portanto, Não é mais letal do que a gripe comum e apresenta sintomas semelhantes.
, que iniciam repentinamente.
É possível identificar o tipo da gripe por meio de exames laboratoriais que analisam as secreções das vias respiratórias.

Organismo fortalecido

É difícil prevenir tanto a gripe quanto o resfriado, já que estamos em contato com vírus e bactérias o tempo todo. Mas é possível adotar hábitos que mantenham o sistema imunológico preparado para combater as infecções.
“Ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas e hidratar-se adequadamente permite que a resposta imunológica seja adequada e não haja complicações”, destaca a clínica geral Juliana Morgado, subcoordenadora da emergência do Hospital Badim, no Rio de Janeiro(RJ).

A hidratação é ainda mais importante quando a gripe ou o resfriado já está instalado, pois a água facilita a eliminação das secreções. Melhor do que consumir alimentos específicos para o combate desses problemas é manter um cardápio balanceado.
Muitos pais costumam suplementar a dieta das crianças com vitamina C, porém não se deve esquecer dos outros nutrientes.
“A vitamina C entra nesse contexto porque é um antioxidante e melhora a resposta imunológica.
Mas tudo o que é ingerido em excesso é expelido pela urina.
É mais importante ter uma fonte de vitamina C todos os dias do que consumir grande quantidade em alguns”, salienta Juliana.

Tratamento certo

Não existem remédios capazes de curar gripe. O tratamento é seguido apenas para amenizar os sintomas.
“A gripe é uma doença que tem um curso habitual, um tempo de duração que geralmente é o mesmo, mas não há um tratamento específico porque, de uma forma geral, o organismo tem a condição de controlar a infecção sem nenhuma droga”, informa Juliana.
Em alguns casos, o médico pode receitar antivirais capazes de fazer com que a doença dure menos dias e que a intensidade dos sintomas seja menor.
Esses medicamentos costumam ser indicados especialmente para grupos de risco (pessoas com doenças crônicas e gestantes, por exemplo) em casos de suspeita de gripe A (H1N1).
O ideal é procurar um médico quando os sintomas aparecerem e iniciar o tratamento sem erros.
O uso de antibióticos, por exemplo, não é eficaz quando se trata de gripe.
Se houver suspeita de dengue, que pode apresentar sintomas semelhantes ao da gripe, é contraindicado o uso de ácido acetilsalicílico, que favorece hemorragia.

 É MITO!

Você já deve ter ouvido falar que, ao tomar chuva, cair na piscina de roupa e deixar a janela aberta no frio, pode pegar um resfriado. Mas a afirmação, segundo os médicos, é apenas uma crendice popular. “O resfriado é uma infecção das vias aéreas produzida por um vírus.
O fato de ficar molhado após a piscina ou depois de pegar chuva não é a causa de uma infecção respiratória”, diz o pneumologista Barros Franco, do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro.
O vírus da gripe e do resfriado circulam no ar e são expelido quando a pessoa infectada espirra, tosse ou mesmo fala.
Por isso, o risco de contágio é maior ao ficar próximo de quem já está com a doença.
É possível adquirir o vírus também por meio das mãos, que entram em contato com superfícies infectadas e carregam o agente para a boca, nariz e olhos.

Proteção necessária: Tire suas dúvidas sobre a vacina contra a gripe.

 – Quem pode ser vacinado?

Pessoas com mais de 60 anos, populações indígenas, crianças entre seis meses e dois anos, gestantes, população carcerária e profissionais de saúde podem se vacinar gratuitamente na campanha anual de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). O restante da população pode se vacinar em clínicas particulares de vacinação.
O valor da vacina nas clínicas particulares está entre 70,00 a 100,00.

 – Vacina da gripe causa gripe?

Não. O vírus da vacina é inativo e não pode provocar doença. O que podem ocorrer são reações leves, como vermelhidão e inchaço no local da aplicação, que desaparecem espontaneamente. Reações graves são raras e podem ocorrer em menos de 1% dos vacinados.

 – Quem tomou a vacina ainda pode pegar a doença?

Sim, mas a proteção é garantida em até 80% dos casos. “A vacina é eficaz. O que é preciso entender é que o fato de se vacinar não traz 100% de imunidade, mas pode prevenir em grande parte e fazer com que a infecção seja mais branda, evitando as complicações decorrentes da gripe.
Em idosos, por exemplo, que estão mais propensos a terem quadros infecciosos mais graves, a vacina evita as complicações secundárias da infecção viral, como uma pneumonia”, explica Juliana.

 – Existem contra-indicação?

Sim. Quem tem alergia à proteína do ovo não deve tomar a vacina, que tem a substância na composição. Pessoas com deficiências na produção de anticorpos (por problemas genéticos, imunodeficiência ou terapia imunossupressora) devem consultar um médico antes de tomá-la.

 – Quando vacinar?

A campanha nacional de vacinação contra a gripe acontece entre os meses de abril e maio. Além da gripe suína comum, a vacina também protege contra a gripe A (H1N1). A 15ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, a gripe comum, será realizada de 15 a 26 de abril de 2013, com o dia de mobilização nacional (Dia D) em 20 de abril.
Em todo o país, o público alvo da campanha é de aproximadamente 39,2 milhões de pessoas.

Categorias de risco clínico com indicação da vacina influenza sazonal (gripe comum)

 – Doença respiratória crônica

  • Asma em uso de corticoides inalatório ou sistêmico (moderada ou grave);
  • DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)
  • Bronquioectasia
  • Fibrose cística
  • Doenças intersticiais do pulmão
  • Displasia broncopulmonar
  • Hipertensão arterial pulmonar
  • Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade

 – Doença cardíaca crônica

  • Doença cardíaca congênita
  • Hipertensão arterial sistêmica com comorbidade
  • Doença cardíaca isquêmica
  • Insuficiência cardíaca

 – Doença renal crônica

  • Doença renal nos estágios 3, 4 e 5
  • Síndrome nefrótica
  • Paciente em diálise

 – Doença hepática crônica

  • Atresia biliar
  • Hepatites crônicas
  • Cirrose

 – Doença neurológica crônica

  • Condições em que a função respiratória pode estar comprometida pela doença neurológica
  • Considerar as necessidades clínicas individuais dos pacientes incluindo: AVC, Indivíduos com paralisia cerebral, esclerose múltipla, e condições similares
  • Doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular
  • Deficiência neurológica grave

 – Diabetes

  • Diabetes Mellitus tipo I e tipo II em uso de medicamentos

 – Imunossupressão

  • Imunodeficiência congênita ou adquirida
  • Imunossupressão por doenças ou medicamentos

 – Obesos

  • Obesidade grau III

 – Transplantados

  • Órgãos sólidos
  • Medula óssea

Alguns cuidados podem reduzir as chances de contágio:

  • Evite permanecer em locais fechados com pessoas infectadas
  • Mantenha as janelas abertas para melhor circulação do ar
  • Investir nos alimentos ricos em vitamina C, que aumentam a imunidade do organismo
  • Lavar as mãos com água e sabão ou usar uma loção desinfetante nelas, várias vezes ao dia
  • Tomar a vacina da gripe anualmente

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Se estiver gripado, você pode evitar a contaminação de outras pessoas:

  • Ficando em casa até que esteja se sentindo melhor
  • Cobrindo a boca e o nariz com um lenço toda vez que tossir ou espirrar
  • Lavando bem as mãos com água morna e sabão se as tiver usado para cobrir a boca ao espirrar ou tossir

 

 

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