Endometriose – diagnóstico, sintomas e tratamento de endometriose

Neste artigo vamos falar sobre a endometriose, suas causas e conhecer os tipos.  Falaremos também sobre os sintomas de endometriose profunda,  intestinal, dentre outras.  Responder o questionamento mais frequente: endometriose tem cura? e falar sobre o tratamento de endometriose.

A doença que atinge 15% das mulheres entre 15 e 45 anos consiste na presença do endométrio, tecido que reveste o útero, em outras partes do corpo. Cólica forte e dificuldade para engravidar podem ser endometriose. Mas não é só isso!

O que é Endometriose?

A doença pode surgir da primeira à última menstruação. As pacientes, em média, levam sete anos para receber o diagnóstico. Por isso, reconhecer os sintomas já na adolescência é essencial para ter mais qualidade de vida. Tensão pré-menstrual, sangramento e cólicas fazem parte da rotina mensal das mulheres.

“A endometriose é uma doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva e que consiste na presença de endométrio em locais fora do útero. O endométrio é a camada interna do útero, que se renova mensalmente pela menstruação”, esclarece o médico Marco Aurélio Pinho de Oliveira. Sua função é preparar o órgão para receber o embrião. Quando a gravidez não acontece, o tecido descama e sai pela vagina: a menstruação.

O diagnóstico é um desafio para os profissionais que cuidam da saúde da mulher.
‘Demora-se, em média, de 6 a 8 anos para fechar o quadro clínico’, afirma o médico Marco Aurélio Pinho de Oliveira que costuma indicar a seguinte pergunta para ser feita em consultas: ‘de um a dez, qual nota você dá para a sua cólica?’ Acima de sete, não é cólica normal, é dor incapacitante. Mas toda mulher que tem cólica forte tem endometriose? Não.

O diagnóstico é um desafio para os profissionais que cuidam da saúde da mulher. “Demora-se, em média, de 6 a 8 anos para fechar o quadro clínico”, afirma o médico Marco Aurélio Pinho de Oliveira que costuma indicar a seguinte pergunta para ser feita em consultas: ‘de um a dez, qual nota você dá para a sua cólica?’ Acima de sete, não é cólica normal, é dor incapacitante.

Mas toda mulher que tem cólica forte tem endometriose? Não. E aí está o desafio do diagnóstico.

A doença aparece no período menstrual quando parte do sangue eliminado passa pelas trompas e cai dentro da barriga. “Esse sangue contém células que têm a capacidade de crescer em outros locais. Quando o sistema imunológico responsável pela defesa do organismo não consegue eliminar essas células, a doença se estabelece”, esclarece o ginecologista.

Assim, a única forma para evita-la é bloquear a menstruação. “Qualquer tratamento que consiga bloquear a menstruação por tempo prolongado, pode impedir ou dificultar o surgimento da doença. Existem alguns medicamentos hormonais que são normalmente usados para esse fim.
Nas mulheres que já tenham o diagnóstico de endometriose é importante o conceito da prevenção secundária, ou seja, impedir ou dificultar o avanço da doença”, completa o especialista.

Do início da puberdade ao climatério, elas convivem com esses e outros fatores ligados às suas funções fisiológicas e reprodutivas.Não bastasse todo o cuidado que um ciclo menstrual acarreta, uma importante parcela das mulheres tem sintomas mais intensos, tão fortes que diminuem drasticamente a qualidade de vida.

Esse grupo, ciente ou não, pode ter endometriose. A doença acontece quando o tecido que reveste a cavidade uterina, o endométrio, se implanta fora do útero.

Essa anomalia pode ocorrer superficialmente na cavidade peritonial, nos ovários ou mais profundamente, invadindo órgãos como o intestino e a bexiga. “É bastante frequente hoje.

Atinge entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva“, alerta Mauricio Simões Abrão, professor associado do departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE).

Abrão trabalha com a patologia desde 1988, quando liderou a criação do Ambulatório de Endometriose da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da USP.

No centro, ele e outros profissionais estudam questões genéticas e imunológicas ligadas à doença e no desenvolvimento de novas técnicas para o diagnóstico precoce e não invasivo.

O endométrio reveste a parede interna do útero e é uma das regiões do sistema reprodutor feminino mais afetadas pelas alterações no ciclo menstrual. Lá, o óvulo se aloja após a fertilização e, caso a mulher não engravide, parte dessa mucosa sai durante a menstruação. Mas isso não ocorre com quem tem a endometriose.
Em vez de serem eliminadas, as células seguem para os ovários ou a cavidade abdominal, onde se depositam.
As duas possibilidades mais fortes para a ocorrência do problema são a de um refluxo do sangue pelas trompas.

A doença também se caracteriza pela inflamação aguda no sistema reprodutor. Por isso, muitas moléculas que participam desse processo inflamatório têm sido estudadas, uma de cada vez ou em grupos de tamanho limitado. Os cientistas tentam, com isso, identificar marcadores que caracterizem a endometriose de forma mais precisa.

Diagnóstico da Endometriose

Endometriose atinge 10% das mulheres entre 15 e 45 anos. Em todo o mundo, médicos e pacientes buscam alertar as pessoas para a doença que ainda é pouco conhecida.

A endometriose é uma das principais causas de dor pélvica e de infertilidade na mulher. O diagnóstico precoce é fundamental para uma melhor perspectiva terapêutica. A endometriose é evolutiva. Por isso, quanto antes a identificarmos, menor será o número de casos avançados.

Estudos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da USP de Ribeirão Preto mostram que o tempo entre o início dos sintomas e a confirmação da patologia é de 7 anos.

Dois fatores são responsáveis por tanta demora. O primeiro é resultado da falta de acompanhamento especializado.
Isso quer dizer que a paciente passa anos sem procurar o médico, ainda que seu corpo lhe dê sinais periódicos de que algo está errado.

Além disso, o médico pode demorar a pensar na possibilidade das queixas relatadas pelas mulheres indicarem a existência da endometriose.

Por esses motivos, fazemos campanhas e ações de esclarecimento sobre a etiologia da doença para especialistas e leigos.

O diagnóstico  da endometriose é um desafio para os profissionais que cuidam da saúde da mulher. “Demora-se, em média, de 6 a 8 anos para fechar o quadro clínico”, afirma o médico que também é membro da Comissão Nacional de Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Que o diga a comerciante de 41 anos Andréa Lira Lanhas. Ela passou por uma verdadeira via sacra para descobrir as razões das fortes cólicas durante o período menstrual. “Eu menstruei aos 11 anos e só recebi o diagnóstico aos 32”, conta.

Andréa faz questão de ressaltar que sempre teve acompanhamento ginecológico, trocou várias vezes de médico e um deles chegou a associar a dor forte à presença de verme. “Então tá, né? O verme só aparecia quando eu ficava menstruada”, rebate.

Essa demora pode ser fatal para a evolução da doença que é uma das causas associadas à infertilidade – metade das mulheres que sofrem desse mal não consegue engravidar. “Com o tempo, piora. A endometriose pegou meu intestino e um pouco do fígado e precisei passar pela cirurgia, a videolaparoscopia”, relata Andréa que é casada há 18 anos.
É bom pontuar aqui que endometriose não é câncer.

Esse é um dos principais mitos que cercam a enfermidade. “Apesar da sua capacidade de infiltrar os tecidos e de estar presente em órgãos distantes como o pulmão, a endometriose é considerada uma doença benigna e, portanto, não dá metástases e não leva ao óbito.
A transformação maligna da endometriose é pouco frequente e praticamente não é vista na prática clínica”, explica Marco Aurélio.

O especialista diz que não faz sentido rastrear endometriose nas consultas regulares ao ginecologista. “Não se pode sair pedindo ressonância para toda a paciente”, explica. Para ele, o desafio atual da medicina como um todo – e particularmente para esse caso – é o médico ter tempo para ouvir a paciente e examinar detalhadamente.
“Sem ouvir detalhes da história da mulher, o médico não vai conseguir suspeitar. Eu costumo indicar a seguinte pergunta: ‘de um a dez, qual nota você dá para a sua cólica?

Acima de sete, não é cólica normal, é dor incapacitante. Mas toda mulher que tem cólica forte tem endometriose? Não”. E aí está o desafio do diagnóstico.

Sintomas da Endometriose

Fica fácil entender como ela prejudica diretamente a qualidade de vida da paciente e sua capacidade de reprodução se entendermos quais são seus sintomas.

Conheça os sintomas de endometriose
Os principais sinais são: cólicas menstruais severas; dor durante a relação sexual; dificuldade para evacuar ou urinar durante os períodos de menstruação; e dificuldade para engravidar.

Esses sintomas podem coexistir ou, eventualmente, a mulher pode apresentar um ou mais de forma mais intensa.

As cólicas, por exemplo, podem ser tão fortes que se tornam incapacitantes, impedindo que a paciente reúna condições mínimas para atividades do dia a dia.

Classificação da endometriose

O sistema de classificação de ASRM é comumente utilizado atualmente e baseia-se no aspecto, tamanho e profundidade de implantes peritoneais e ovarianos; na presença, extensão e tipo de aderências; e no grau de obliteração do fundo de saco. Estes parâmetros, em conjunto, refletem a extensão da doença endometriótica.
Os estádios são dependentes da pontuação de acordo com indicado abaixo:.

Estágio I (endometriose mínima): escore 1-5, implantes isolados e sem aderências significantes.

Estágio II (endometriose leve): escore 6-15, implantes superficiais com menos de 5 cm, sem aderências significantes.

Estágio III (endometriose moderada): escore 16-40, múltiplos implantes aderências peritubárias e periovarianas evidentes.

Estágio IV (endometriose grave): escore > 40, múltiplos implantes superficiais e profundos, incluindo endometriomas, aderências densas e firmes.

Conheça os sintomas de endometriose

Como a maioria das doenças, o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento. Se você tem um ou mais desses sinais, procure o médico rapidamente.

Sintomas de endometriose em Adolescentes:

  • Cólicas menstruais intensas.
  • Sangramento abundante ou irregular durante o período menstrual.
  • Dores nas relações sexuais, quando o pênis encosta no fundo da vagina.
  • Náuseas, diarreia, prisão de ventre, dores abdominais ou alterações urinárias durante as menstruações.
Sintomas de endometriose em Mulheres adultas:

  • Dismenorreia: muita cólica durante o período menstrual.
  • Dor durante a relação sexual.
  • Dificuldade de engravidar, a infertilidade atinge cerca de 40% das pacientes.
  • Cólicas fora do período menstrual.
  • Alterações intestinais ou urinárias durante o fluxo menstrual.

Como uma mulher desenvolve a endometriose?

Existem inúmeras teorias sobre suas causas. A primeira mais consistente surgiu em 1927, que ligava a doença à menstruação retrógada. Quando uma mulher menstrua, ela elimina o endométrio pelo sangue. O tecido, então, pode refluir pelas tubas uterinas, antigamente chamadas de trompas, levando, assim, o endométrio à cavidade abdominal.
Outras teses associaram a patologia a variações nos cromossomos 10 e 17.

Atualmente, uma linha bastante aceita se refere a alterações do sistema imunológico da mulher.
Outras doenças que atacam o mecanismo de defesa do corpo também têm relação com o desenvolvimento da endometriose.

Por exemplo, 30% desse grupo de pacientes têm problemas na tireoide.

Endometriose – onde se localiza?

As localizações mais comuns são os ovários; as trompas; a região atrás do útero, em sua porção mais próxima da vagina; os intestinos, principalmente nas porções finais conhecidas como reto e sigmoide; a região entre a vagina e o reto; e a região onde se apoiam os ovários, local por onde passam os ureteres (tubos que levam a urina dos rins para a bexiga).

A região próxima aos ureteres é um local perigoso pois os nódulos localizados próximos aos ureteres podem crescer e “amassar ou repuxar” e diminuir a espessura deste tubo, dificultando a passagem da urina e, até mesmo, em alguns casos, impedindo esta passagem, podendo trazer danos, as vezes irreversíveis aos rins, com alguns casos descritos de falência ou parada do funcionamento de um dos rins.

De que forma o médico chega ao diagnóstico?

A análise de certeza é dada pela laparoscopia. Esse é um procedimento de certa forma invasivo, pois acarreta pequenos cortes por onde se inserem duas pinças e uma câmera (óptica) que é conectada a um sistema de monitor, permitindo que o especialista observe a existência da endometriose por vídeo.

Essas e outras incisões já permitem tratar alguns casos pela inserção de caltérios, um instrumento que produz uma corrente elétrica e é usado para ressecar os focos.

A laparoscopia pode ser feita também para investigar outros distúrbios abdominais.

Alguns tipos de cirurgia, como a laqueação das trompas, podem ser realizadas durante o procedimento.
A laparoscopia é feita sob anestesia geral e a recuperação é mais rápida do que uma operação normal, pois as incisões são menores.

Um exame de sangue (o Ca-125) pode auxiliar os médicos diante de um quadro de cólica forte, por exemplo. Marco Aurélio explica que se o resultado pontuar acima de 35U/ml pode ser um sinal da doença. Mas aí tem outro problema que o especialista ressalta: “se der normal, não quer dizer nada, a mulher pode estar desenvolvendo a endometriose”.

A certeza do diagnóstico só pode ser dada através da biópsia feita durante uma videolaparoscopia – introdução de uma microcâmera através de um pequeno corte no umbigo.

“Por ser considerada uma cirurgia (com anestesia geral), a videolaparoscopia assume cada vez mais um papel no tratamento (ressecção das lesões) e não no diagnóstico da endometriose”, pondera o médico.

sintomas de endometriose e tratamento de endometriose

O afastamento da atriz Fernanda Machado na novela Amor à Vida, onde faz a personagem Leila, chamou a atenção para uma doença que atinge 15% das mulheres entre 15 e 45 anos: a endometriose. Os principais sintomas são cólicas fortes, dor na relação sexual e dificuldade para engravidar. Mas não só.

“Dor com irradiação para a raiz da coxa ou para o ânus e desconforto para evacuar – às vezes acompanhada de diarreia – ou para urinar durante o período menstrual também são sinais da doença”, esclarece o chefe do Ambulatório de Endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o médico Marco Aurélio Pinho de Oliveira.

A intérprete da vilã  de Amor à Vida, de Walcyr Carrasco, passou por uma cirurgia e voltou pouco tempo depois às gravações do folhetim global.

Há opção de exames mais brandos?

Os sistemas não invasivos são a principal novidade de diagnóstico. Há, hoje, um recurso criado no Brasil para a análise de endometriose por ultrassom. Pessoas do mundo todo vêm ao País para aprender a técnica.

O tratamento cirúrgico melhora a cada dia. Os meios para se fazer a laparoscopia evoluem no mesmo sentido.

Os medicamentos estão sendo testados na tentativa de controlar a doença de forma específica.
Mas ainda não temos uma fórmula ideal para tratar definitivamente a doença.

Eles substituem a laparoscopia?

Esses novos métodos podem não ser tão precisos quanto o exame mais tradicional, mas são fortemente permissivos para indicar a utilização e o tipo da laparoscopia.

Especialistas recomendam abordagem precoce da endometriose

Conhecida também como doença da mulher moderna, é responsável pela infertilidade de seis a cada 10 mulheres. Com o objetivo de elaborar um protocolo que facilite a abordagem da doença, 34 organismos internacionais que se debruçam sobre o tema se encontraram no World Endometrioses Society e elaboraram a primeira Diretriz Mundial sobre Endometriose.

Incidência alta, relacionada a 60% dos casos de infertilidade feminina e de difícil diagnóstico – demora-se até dez anos para ser concluído -, a endometriose atinge 15% das mulheres em idade reprodutiva. Cólicas fortes, dor na relação sexual e dificuldade para engravidar são os sintomas principais.

A doença acontece quando células do endométrio – tecido que reveste o útero internamente – escapam pela trompa, caem na cavidade abdominal e continuam se reproduzindo no organismo feminino.
Não é câncer, é uma enfermidade considerada benigna e não causa morte.

Apesar de ser objeto de estudos incessantes, a doença da mulher moderna – como também é conhecida -, não tem suas causas esclarecidas e divide opiniões de especialistas ao redor do mundo.

Com o objetivo de elaborar um protocolo que facilite a abordagem da doença, 34 organismos internacionais que se debruçam sobre o tema se encontraram no World Endometrioses Society. O Brasil foi representado pela Sociedade Brasileira de Endometriose. A primeira Diretriz Mundial sobre Endometriose foi publicada na revista especializada Human Reproduction.

Ginecologista especialista em endometriose e diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Delzio Bicalho explica que a principal recomendação é a mudança de mentalidade dos médicos e especialistas em saúde da mulher sobre a doença.

“O diagnóstico já é uma cirurgia: a laparoscopia trata o problema no momento em que ele é descoberto.
Dessa forma, o mais importante é que os médicos consigam perceber os indícios de um quadro clínico que pode desencadear a enfermidade”, afirma.

A realidade brasileira é que a população não tem acesso a exames como a laparoscopia e quando se tem um diaganóstico de certeza significa que a paciente já tem dez anos de doença.
“Ou seja, o diagnóstico presumido – de acordo com a história da mulher – pode contribuir para que a doença não avance”, explica.

O mais importante, segundo Delzio Bicalho, é a abordagem precoce. “Uma adolescente que tem episódios de cólica forte, já perdeu aula ou outros compromissos por causa da dor, deve iniciar um tratamento com pílula anticoncepcional, seja ela cíclica ou contínua.
Além de aliviar a dor, o medicamento atrofia a espessura do endométrio, o fluxo menstrual fica menor e diminui também a chance de células caírem na cavidade abdominal”, diz.Essa diretriz pode ser adotada inclusive em centros de saúde, pois, de acordo com o ginecologista, já que os medicamentos têm baixo custo e alto perfil de segurança.

Outra diretriz é sobre o tratamento. “Em casos de endometriose leve – são quatro níveis – a laparoscopia melhora a fertilidade para a paciente tentar engravidar naturalmente. Se vai fazer a fertilização, essa cirurgia não influencia o resultado”, pontua. “Quanto mais tardio se dá o diagnóstico, mais difícil é o tratamento”, informa o ginecologista.
O especialista afirma que a gravidez da paciente que teve endometriose tem um risco aumentado de complicação obstétrica como a eclâmpsia ou trombose.

A ciência está em busca de um marcador sanguíneo para o diagnóstico da doença, assim como exames de imagem que consigam diagnosticá-la. “Já existem algumas ressonâncias magnéticas que dão a suspeita de diagnóstico”, diz.

Os estudiosos trabalham com algumas teorias para a origem da doença, todas sem comprovação. Uma delas é a comportamental. “No tempo de nossas avós, com 22 anos elas já estavam casadas, com quatro ou cinco filhos.
A gravidez é a melhor abordagem para a endometriose, pois a mulher fica quase dois anos sem menstruar (a gravidez em si e o período da amamentação).

Hoje em dia, a mulher com 35 anos ainda não teve filhos.Esse adiamento da gravidez faz com que a mulher menstrue muitas vezes e por muito tempo.Quantas vezes não teve essa menstruação retrógrada (que volta pela trompa)?”, exemplifica.

Tipos de endometriose

A endometriose é uma doença enigmática e tem merecido classificações que procuram identificar a localização das lesões, o grau de comprometimento dos órgãos e a severidade da doença.
Embora grande parte das clínicas utilize a classificação da American Fertility Society que divide a doença em mínima, leve, moderada e severa, recentes avanços na pesquisa da doença recomendam uma nova classificação em três diferentes tipos: superficial ou peritoneal, ovariana e infiltrativa profunda.
Entretanto a endometriose é considerada uma doença multifocal, isto é, na maiorias das vezes ela se apresenta em mais de um tipo na mesma paciente: superficial e ovariana, intestinal e ovariana, as três juntas e assim por diante.

Todos os três têm o nome de endometriose, mas são consideradas doenças diferentes, pois não possuem a mesma origem e por isto recebem tratamentos diferenciados.
Esta divisão tem facilitado o tratamento e a cura, e mostra a importância do médico especialista em conhecer cada um dos detalhes que envolvem a doença, conseguindo-se assim separar o “joio do trigo”.

A endometriose costuma provocar medo nas mulheres, que pode ser justificado, muitas vezes, pelo desconhecimento de sua causa. Porém, nem sempre o aparecimento da doença é motivo de desespero e precisa ser combatido urgentemente.

Abaixo, conheça os três tipos de endometriose e saiba quais são as principais características:

Superficial: É caracterizada por lesões muito pequenas, de um a dois milímetros, na região pélvica da mulher. Os exames de imagem não são capazes de detectar o problema e seu diagnóstico ocorre apenas quando a cirurgia é realizada.
“O tipo (superficial) pode ou não trazer problemas clínicos, pois não sabemos se essas pequenas lesões crescem ou regridem espontaneamente”, explica o Dr.
Sergio Podgaec, ginecologista do Einstein.
“Ou seja, é possível que existam muitas mulheres com a doença e elas nunca saberão disso.
Assim, nem sempre a mulher que possui essa lesão deve fazer algum tipo de procedimento.
Na maioria dos casos, o importante é fazer o acompanhamento para saber se a doença evolui.

De ovário: Também conhecida como endometrioma de ovário, é uma das formas mais comuns da doença, acometendo, segundo dados do especialista do Einstein, aproximadamente 40% das mulheres que têm a doença. “Neste caso surge um cisto no ovário da mulher que geralmente só é detectado por meio de um exame de imagem”, explica Podgaec.
De acordo com o médico, nem sempre a doença pode ser detectada apenas com exame de toque na mulher, com exceção das vezes em que o cisto é muito grande.

Outras formas de endometriose

Endometriose de parede: Esta forma da doença aparece após uma cirurgia uterina, seja uma cesárea, histerectomia ou miomectomia. Durante a cirurgia, células do endométrio acabam ficando na cicatriz cirúrgica e ali proliferam e formam um nódulo de endometriose.
O quadro clínico consiste em um nódulo abaixo de uma cicatriz cirúrgica que dói e aumenta durante o fluxo menstrual! O tratamento é sempre cirúrgico e consiste na remoção do nódulo.
De forma contrária ao que fazemos nos outros tipos de endometriose esta não precisa de complementação medicamentosa após a cirurgia e tampouco da prevenção da recidiva.

Endometriose pulmonar ou pleural: É extremamente rara. Ainda não sabemos com as células endometriais vão parar tão longe! Talvez elas entrem em um vaso sanguíneo ou linfático e cheguem aos pulmões. A mulher com endometriose pulmonar pode se queixar de tosse com sangue durante o fluxo menstrual.

Septo reto-vaginal:  É extremamente rara, acomete o tecido que fica entre o reto e a vagina. Sua origem ainda é controversa, entretanto, acredita-se que pode derivar da transformação de algum resquício da formação dos órgãos genitais em células endometriais. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.

Endometriose Intestinal

A endometriose intestinal ocorre quando há endométrio envolta das paredes do intestino causando dores abdominais intensas e dificultando as suas funcionalidades.

Nos dias em que preedem a menstruação e também mudanças nos hábitos intestinais, pode ocorrer dores pélvicas para mulheres com endometriose intestinal. A doença pode gerar também nenhum sintoma, nos casos em que o tecido endometrial ainda não se espalhou muito.

Nestes casos, o tratamento de endometriose é mais fácil e nem sempre a cirurgia será necessária para retirar o tecido do intestino. Já nos casos em que não responde bem aos medicamentos e a cirurgia para a retirada do tecido é o tratamento mais indicada.

Conheça alguns sintomas da endometriose intestinal:

  • Dificuldade em evacuar
  • Intensa dor abdominal
  • Presença de sangue nas fezes
  • Sangramento pelo ânus durante a menstruação
Mesmo que a mulher aparentemente esteja curada, é preciso realizar exames regularmente para verificar se a doença não voltou.

Endometriose profunda

A endometriose profunda é a forma mais agressiva da doença em que o tecido endometrial alastra-se por uma ampla área, sendo considerada mais grave. Ela é mais espessa que o normal fazendo com que os sintomas clássicos da endometriose sejam muito mais fortes.

É o tipo mais avançado da endometriose. Caracterizado quando a mulher possui lesões com mais de cinco milímetros de espessura e pode afetar intestino, vagina, bexiga, ureter e outros órgãos. “Seu diagnóstico é realizado por meio de toque ou de exames de imagem.
Este é o tipo que normalmente gera mais dor na mulher”, diz o cardiologista.

Segundo ele, o tipo de sintoma varia de acordo com o local onde a doença acontece. “Geralmente, a suspeita pode ser mais precisa porque a mulher sente dor no local em que a doença está.
Ou seja, sintomas intestinais podem se relacionar com a presença de lesões intestinais, sintomas urinários com lesões na bexiga e dor na relação sexual com nódulos no fundo vaginal”.

Sintomas da endometriose profunda:Endometriose profunda

  • Menstruação abundante;
  • Dor durante a relação ou logo após;
  • Dificuldade em engravidar;
  • Intensa dor pélvica de longa data;
  • Sangramento anal na época da menstruação.
  • Intensa cólica menstrual;
  • Dificuldade em urinar;
  • Dor no fundo das costas;

Diagnóstico da endometriose profunda

O diagnóstico da endometriose profunda é baseado nos sintomas da doença e na realização de exames de diagnóstico.

A ultrassonografia transvaginal e a laparoscopia são os exames mais eficientes para detectar a doença, porém muito das vezes nem mesmo através deles é possível observar as alterações do tecido rapidamente e pode ser necessária a realização de ressonância magnética pélvica.

Tratamento de Endometriose

E como é o tratamento?

As abordagens variam, mas a partir do momento que identificamos a doença é preciso tratá-la imediatamente. É possível tratar suas consequências, visando a eliminar e controlar as lesões já existentes. É necessário, também, aplicar terapias de causa, que são, na verdade, meios de prevenção.

A primeira linha de cuidados vai variar de acordo com o tipo da patologia. Em geral, o tratamento de endometriose é cirúrgico.

Pela laparoscopia, o cirurgião remove seus focos. Em seguida, é recomendado um reforço terapêutico hormonal.
Se a paciente desejar engravidar, é indicado o tratamento de acordo com o local acometido e quais fatores associados de infertilidade ela pode apresentar.

tratamento de endometriose

Para casos de obstrução tubária, o processo mais apropriado é a fertilização in vitro.
Entre as mulheres ainda jovens e com a anatomia uterina preservada é possível indicar simplesmente a indução de circulação ou a fazer uma inseminação artificial.

Já o tratamento da causa é fundamental. É preciso entender que cuidar da endometriose não se resume apenas à luta contra as lesões do órgão.

Significa, também, olhar para seu estado emocional, estimular atividades físicas, psicoterapia, hobbies, minimizar fatores de estresse. Médico e paciente precisam entender que imunidade também está envolvida no desenvolvimento da doença.

Resultados de estudo publicado em fevereiro sinalizam um primeiro passo em direção a novas intervenções terapêuticas, levando, inclusive, à possibilidade de terapias personalizadas.
Pesquisadores estimam que 10% das mulheres sofram com a endometriose, uma doença de origem desconhecida e que causa dores insuportáveis e infertilidade, dependendo da gravidade.

Tanto mistério sobre a origem do problema faz com que os tratamentos se limitem a duas opções: terapia hormonal e, nos casos mais avançados, cirurgia. Resultados de estudo publicado na revista Science Translational Medicine, porém, sinalizam um primeiro passo em direção a novas intervenções terapêuticas, levando, inclusive, à possibilidade de terapias personalizadas.

Uma pergunta que sempre é feita é endometriose tem cura? Bom vamos falar sobre isso abaixo:

Endometriose tem Cura?

A endometriose não tem cura, mas tem tratamento. Os principais objetivos são aliviar ou reduzir a dor, reverter ou limitar a progressão da doença, preservar ou restaurar a fertilidade e evitar ou adiar a recorrência da doença.
Marco Aurélio Pinho de Oliveira pontua que o tratamento deve ser individualizado, levar em consideração o desejo da mulher em engravidar e o grau da doença, leve ou grave.

Mesmo endometriose não tenha cura, ela pode ser totalmente controlada. Nas manifestações graves da enfermidade, o tratamento cirúrgico através da videolaparoscopia é necessário.
Os implantes – pedaços do endométrio instalados em outras partes do corpo – são destruídos pela energia do laser, coagulação bipolar (cauterização) ou retirada com a tesoura.

endometriose tem cura

Andréa Lira Lanhas passou pela cirurgia em 2011. “Tirei vários focos. Como demorou muito para ter o diagnóstico de endometriose cheguei ao grau 4”, conta. A comerciante perdeu uma trompa e os ovários dela não estão em sua forma normal. “Logo após a cirurgia eu tentei a fertilização, mas não consegui.
Hoje estou com 41 anos e sei que não vou engravidar pela via normal”.

Os tratamentos hormonais costumam ser eficazes no controle da dor, porém na mulher que deseja engravidar, eles não ajudam. “A idade da mulher é fundamental, pois sabemos que quanto maior a idade, menor a chance de gravidez.
Mulheres acima de 37 anos não podem perder tempo e não devem adiar muito a laparoscopia ou a fertilização in vitro, dependendo de cada caso.

Nos casos de dor que não respondem aos tratamentos hormonais, a cirurgia pode ser necessária, especialmente se envolver órgãos nobres como a bexiga, ureter, rins ou intestino”, recomenda.

Não tome remédio por conta própria. Mulheres com endometriose precisam de um acompanhamento médico regular, pois mesmo após o tratamento pode ocorrer um retorno da doença.

Mais da metade das brasileiras desconhece a endometriose

Pesquisa da SBE em parceria com a Bayer mostrou que 53% das brasileiras desconhecem a endometriose. O levantamento foi feito com 10 mil mulheres, com idade acima de 18 anos, em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.

Outro indício de que a doença ainda não é de conhecimento amplo da população feminina é o levantamento do Google sobre os termos mais buscados no Brasil em 2014. O relatório apontou a palavra ‘endometriose’ entre as dez mais pesquisadas na categoria ‘O que é…’.

Pesquisa revela falta de informação das mulheres em grande parte das capitais do país sobre doença que é uma das principais causas de infertilidade na população feminina

Ela afeta mais de 170 milhões de mulheres em todo o mundo, causa dor, sangramento irregular e é também uma das principais causas da infertilidade e perda de qualidade de vida entre a população feminina. No Brasil, são cerca de 6 milhões de mulheres sofrendo com a endometriose, sendo que 53% desconhecem a doença.
O dado alarmante vem de pesquisa realizada este ano pela Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), com apoio da Bayer.
O levantamento foi feito com 10 mil mulheres, com idade acima de 18 anos, em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.

A pesquisa revelou que, em Porto Alegre, 68% das mulheres não sabem o que é a endometriose, enquanto, em Manaus, o número subiu para 82%. Em São Paulo e Brasília, 52% disseram nunca ter ouvido falar da doença.
Em Recife, 72% das mulheres afirmaram já ter ouvido falar sobre o assunto; em Curitiba e Salvador, o percentual de conhecimento foi de 64%, e no Rio de Janeiro, de 54%.
E reforça também que as mulheres ainda não estão bem informadas sobre a endometriose, o que acaba dificultando a detecção e tratamento da doença.
Na capital mineira, apenas 27% das mulheres abordadas responderam conhecer a doença.

O ginecologista Benito Ceccato, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, explica que o endométrio é a membrana que reveste a cavidade uterina, “cuja função é receber o ovo fecundado. A placenta vai ser formada no endométrio e será a conexão do bebê com a mãe, fornecendo os nutrientes necessários para o desenvolvimento fetal.
Todo mês, o endométrio prepara-se para receber o óvulo fecundado e, caso não ocorra a gravidez, ele descama junto do sangue (menstruação)”.
“Assim, a endometriose é a presença de tecido similar ao endométrio fora da cavidade uterina, que também responde às variações hormonais, podendo descamar e sangrar durante o período menstrual”, diz.

O especialista esclarece que a endometriose pode ocorrer, teoricamente, em qualquer parte do organismo, sendo descritos casos raros de localização, por exemplo, na cicatriz umbilical, septo nasal e na pleura.
“As localizações mais comuns são a cavidade peritoneal (peritônio é a membrana que recobre os órgãos do abdômen), os ovários, os ligamentos uterinos e intestinos.
Os tipos, portanto, estão relacionados com sua localização: peritoneal, ovariana, profunda (quando acomete os ligamentos uterinos e o intestino terminal) e de outras localizações.
Ressalte-se que a endometriose pode aparecer em mais de uma localização na mesma paciente.

O especialista ressalta que as causas definitivas da endometriose ainda são pouco definidas. “Fatores genéticos e imunológicos estão relacionados com a gênese da doença. É sabido, também, que mulheres que postergam a gravidez, com perfil empreendedor, têm maior propensão à doença. Os sintomas estão mais relacionados com o período menstrual.
O mais clássico é a dismenorreia (desconforto e cólicas menstruais) intensa e progressiva (piora com o passar do tempo)”.
Quando a doença surge em órgãos como a bexiga, pode haver sangramento ao urinar (hematúria), e quando a endometriose atinge o septo nasal, sangramento nessa região (epistaxe).

Ceccato salienta que os sintomas intensos da endometriose pioram muito a qualidade de vida das mulheres acometidas pela doença, que sofrem durante o período menstrual não apenas com as cólicas e o desconforto, mas também com sintomas psicológicos associados, que podem comprometer o relacionamento familiar e social.
“As mulheres no período reprodutivo estão propensas à doença.
Há fatores genéticos e imunológicos bem definidos que predispõem o desenvolvimento dela, assim como fatores comportamentais, como a postergação da gravidez”.

Um mal assintomático

Rivia Mara Lamaita, presidente do Comitê de Reprodução Humana da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais, diz que a incidência de endometriose na população feminina é variável, devido à presença de uma grande porcentagem de mulheres que são assintomáticas e às limitações dos exames de imagem para evidenciar um diagnóstico preciso da doença.
“É uma afecção ginecológica comum, presente na mulher principalmente durante seu período reprodutivo, podendo ser encontrada também entre adolescentes.
As estimativas da doença dependem da população que está sendo avaliada.

Segundo a médica, observa-se uma prevalência da doença em achados acidentais cirúrgicos em torno de 1,6 casos por 1 mil pacientes.
Em mulheres assintomáticas, o problema está presente em entre 2% e 22% delas; entre 20% e 50% em pacientes que não conseguem engravidar espontaneamente; e nas portadoras de dor pélvica, a prevalência fica entre 40% e 50%.
A médica esclarece que as principais consequências da doença são a dismenorreia incapacitante (dores tão fortes, que a mulher acaba se afastando das atividades diárias, como trabalho, vida social, academia), que habitualmente leva a paciente ao uso excessivo de analgésicos para controle do quadro ou ao pronto-atendimento para medicações intravenosas, e também o insucesso de tentativas de um casal com desejo de engravidar.
“A dor pélvica cíclica ou acíclica, associada ao quadro de dispareunia (dor que aparece nos órgãos genitais durante ou logo após as relações sexuais) ou à mudança do hábito intestinal ou à dor ao evacuar, limitam e atrapalham a qualidade de vida da mulher, que se depara com limitações sociais durante esse período.
Muitas vezes, há uma demora no diagnóstico da endometriose e a paciente vai experimentando um estresse enorme frente à falta de controle do quadro.
A progressão da doença também pode alterar o funcionamento de outros órgãos e até obstruções quando comprometem o intestino ou bexiga.

A médica Rivia Mara diz que a incidência de endometriose na população feminina é variável, pois em muitas mulheres os sintomas não aparecem

Terapia individual

Rivia ressalta que não há uma terapia curativa para a endometriose e o tratamento deve ser individualizado e voltado para as queixas relevantes de cada paciente. “Os sintomas de dor pélvica são tratados com analgésicos potentes e anti-inflamatórios, e a supressão hormonal na mulher auxilia muito no controle da endometriose.
Podem ser usados contraceptivos combinados ou somente com progestágenos.
Em casos mais graves, até bloqueios mais intensos com análogos do GnRH (hormônio estimulante de gonadotrofinas).
Há casos que somente se beneficiarão com intervenções cirúrgicas.

O inventário da cavidade pélvica, um exame bem minucioso feito por videolaparoscopia, é um dos melhores para obter um diagnóstico preciso para endometriose.
“Durante essa intervenção, ao mesmo tempo que é feito o diagnóstico, é possível realizar a retirada dos focos comprometedores da endometriose e, assim, amenizar a doença e melhorar seus sintomas.
Depois desse tratamento, as pacientes inférteis sem comprometimento tubário e sem outros fatores de infertilidade associados podem melhorar sua chance de engravidar, tanto de forma espontânea como com auxílio de um especialista”.

Qual é o seu conselho para a paciente?

É preciso ter respeito e seriedade diante da doença. Não adianta achar que quando tiver um problema como a endometriose é só ir até o consultório que o especialista irá remover a lesão com uma cirurgia.

Se a mulher tiver a consciência de que ela é uma parceira do médico no tratamento, passará a cuidar melhor de sua saúde, praticando atividades físicas, mantendo uma dieta saudável e um contato periódico com seu médico.

Tudo isso considerado, é possível garantir uma boa saúde e qualidade de vida para a paciente.

Dor amenizada

O ginecologista e obstetra Jurandir Passos, explica que as quinases são enzimas envolvidas em diversos processos inflamatórios. “Esses pesquisadores descobriram que, quando utilizam os inibidores de quinase, é possível impedir a produção dessas substâncias inflamatórias. Assim, pode-se acabar com a dor sofrida pelas pacientes”, diz.
O especialista ressalta que o tratamento proposto é para amenizar os sintomas da endometriose, não para curar o problema.

Segundo Passos, ainda é cedo para apostar em um novo tratamento, ainda que a pesquisa tenha aberto o caminho no desenvolvimento de novas possibilidades de intervenção. “Os pesquisadores, além de proporem uma maneira diferente de classificar as pacientes, sugerem outro tipo de tratamento.
É um estudo sério e muito promissor, mas ainda precisamos aguardar mais pesquisas com um grupo maior de mulheres para realmente afirmarmos alguma coisa”, pondera.