Leite e Laticínios Saudáveis

Falar sobre leite de vaca e laticínios dá para encher um livro inteiro. Na nossa sociedade crescemos com a ideia que o leite e o queijo devem ser uma das bases da nossa dieta, principalmente por causa do cálcio que supostamente nos dão. O que os cientistas sabem é que a qualidade do leite se modificou drasticamente no ultimo século, mudando por isso as doses diárias recomendadas de três para zero.

Além disso muita gente sofre de intolerância à lactose e escolhem alternativas ao leite de vaca que acabam por ser piores para a saúde. Veja também os artigos sobre os benefícios da soja e sobre as isoflavonas de soja.

Neste artigo vou falar das diferenças que existem na produção do leite e laticínios e das implicações que isso têm no consumo destes produtos.

Leite Cru Biológico

As minhas teorias e opiniões sobre os laticínios (leite, iogurte, queijo, etc) surpreendem muita gente. Eu acredito que os únicos laticínios que os humanos devem consumir não devem ser pasteurizados, não devem ser homogeneizados e devem vir de gado que anda a pastar erva livremente.

Apesar de algumas pessoas terem medo de ficar doentes por consumir leite cru, milhares de pessoas neste pais (incluindo a minha família) consomem o leite assim, e não estão a ficar doentes por isso, estão até mais saudáveis do que as pessoas que consomem laticínios pasteurizados.

O leite cru pode ser difícil de conseguir. Tem de procurar uma cooperativa de leite onde pode comprar uma parte da propriedade de uma vaca; na maioria dos casos a lei permite o consumo de leite cru de uma vaca que é sua, não pode é vender o leite ao público.

De uma perspectiva econômica o leite cru é muito mais caro para produzir (porque as vacas requerem mais cuidados), e os consumidores não estão dispostos a pagar mais por leite cru quando há leite pasteurizado barato em todos os supermercados.

Esta diferença é equivalente a gastar mais dinheiro em alimentos biológicos, que podem ser mais caros de produzir mas são muito mais saudáveis do que os alimentos convencionais.

Pasteurização, o Processamento Convencional do Leite

Em meados de 1900 começou a ser utilizada a pasteurização por causa do medo da tuberculose, botulismo e uma panóplia de outras doenças que eram espalhadas através do leite. Apesar de essa preocupação ter sido válida nessa altura, muitos profissionais de saúde eram (e ainda são) contra a pasteurização.

No livro The Medical Mafia, Ghislaine Lanctôt afirma que as bactérias que causam a tifóide e a tuberculose não são eliminadas com as temperaturas utilizadas na pasteurização (porque não são suficientemente altas), e uma boa quantidade de epidemias de envenenamentos de salmonela foram ligadas ao leite pasteurizado (Lanctôt, 1995, 165).

Na realidade a todos os incidentes de leite contaminado com salmonela nas últimas décadas ocorreram no leite pasteurizado. Uma contaminação de salmonela nos EUA ocorreu em Illinois em 1985 e afetou 14.000 pessoas e resultou em pelo menos uma morte (Fallon 2001, 34).

O leite não pasteurizado contém bactérias que o protegem de patógenos e provavelmente não causaria esta doença; infelizmente é a pasteurização que mata estas bactérias benéficas. Enquanto que o leite cru se transforma em leite manteiga ou em natas, o leite pasteurizado pode causar doenças graves quando está estragado.

A ordenha moderna, o empacotamento e os métodos de distribuição são mais sanitários do que eram quando a pasteurização foi dita como necessária. Na minha opinião a pasteurização não é necessária e destrói o leite.

Lanctôt afirma que a pasteurização destrói as propriedades germicidas do leite e também destrói as enzimas saudáveis (a maioria delas são necessárias para uma boa digestão). Ela vai mais longe e diz que 50% cálcio do leite pasteurizado é inutilizável, pois o corpo não o pode assimilar.

Não é de admirar que nos países onde se consome bastante leite existe uma incidência mais alta de osteoporose do que em outros países. Muitas pessoas experienciam desconforto digestivo extremo (intolerância à lactose) depois de consumir lacticínios pasteurizados, que também vem carregados de químicos (adicionados para suprimir o odor e restaurar o sabor) e vitamina D2 sintética (tóxica e ligada a doenças cardíacas) ou o D3 (que é difícil de absorver) (Fallon 2001, 35).

No leite cru e nos lacticínios de leite cru, as enzimas que ajudam na digestão estão intactas tal como as vitaminas (Chek 2004, 66). A maioria das pessoas que têm sensibilidade ao leite pasteurizado conseguem tolerar o leite cru.

Leite Filtrado a Homogenização

A homogenização é um processo onde o leite é passado por um filtro fino que torna as moléculas de gordura mais pequenas. Assim as moléculas não são digeridas e isso aumenta a probabilidade de digestão de proteínas incompletas no intestino delgado e permite que algumas proteínas do leite seja absorvidas de forma intacta para a corrente sanguínea.

Isto pode sensibilizar o sistema imunitário a ter uma alergia ou uma intolerância ao leite (Chek 2004, 66).

Vacas e Leite com Hormônio de Crescimento e Antibióticos

Outro problema dos laticínios industriais é que as vacas são injetadas com hormônio de crescimento para aumentar a produção de leite. Normalmente uma vaca produz leite durante 12 semanas depois de parir um bezerro. É um desgaste para a vaca produzir leite tão depressa e durante tanto tempo. Durante este tempo a vaca perde peso, fica infértil e está muito susceptível a doenças como a mastite (infecção da glândula mamária).

Ao adicionar hormônio de crescimento bovina recombinante (rBGH) um agricultor pode aumentar a o período de produção de leite de uma vaca por 8 a 12 semanas submetendo a vaca a uma carga adicional para produzir mais leite (Chek 2004, 66).

A administração de rBGH também aumenta o risco de infecção da vaca em 80%. Se uma vaca fica com mastite e é obrigada a continuar a produção de leite, o pus do úbere da vaca acaba no leite. Se o agricultor dá antibióticos para tratar a infecção esses antibióticos também acabam no leite.

A prática da pasteurização, homogenização e da administração de hormônios vai continuar porque a indústria dos laticínios é muito rentável desta forma. Muitos agricultores não tem a vontade de gastar o seu tempo, esforço e dinheiro para criar vacas de forma natural nem para assegurar que elas pastem e comam erva fresca e saudável.

Os industriais dos laticínios tentam produzir o máximo de leite que conseguem (para conseguir o máximo de lucro possível), as vacas ficam doentes e tóxicas, tornando a pasteurização necessária supostamente para proteger a saúde dos consumidores.

E o Iogurte?

O iogurte pode ser um dos alimentos mais saudáveis se conter culturas vivas de acidophilus e de bifidus, que são bactérias “boas” e benéficas para o cólon. Estas bactérias amigáveis são necessárias para produzir várias vitaminas e para um funcionamento digestivo saudável. A presença destas bactérias amigáveis também ajuda na prevenção e no tratamento de infecções de candidíase.

Muitas pessoas intolerantes à lactose (não conseguem digerir leite) podem consumir iogurte sem efeitos negativos. O iogurte é mais fácil de digerir do que o leite porque as culturas vivas criam lactase, uma enzima de que as pessoas com intolerância à lactose tem falta.

Apesar disso, como em todos os alimentos, o iogurte só pode ser tão saudável como a sua fonte e os ingredientes adicionados podem transformar o leite de benéfico a prejudicial. Quando comprar iogurte escolha um iogurte biológico, que vai esteja livre de antibióticos e de hormônio de crescimento bovino.

Preste também atenção à quantidade de açúcar. O iogurte natural vai ter a quantidade menor de açúcar e os iogurtes com frutas ou adocicados tem as maiores quantidades de açúcar. A maioria dos iogurtes de hoje em dia tem mais açúcar e emulsionantes que muitos doces!

Passos a Tomar

  • Se você consome leite regularmente tente comprar leite biológico cru (não pasteurizado).
  • Se não consegue encontrar leite cru, compre a segunda coisa melhor: leite biológico certificado. Apesar do leite ter sido pasteurizado, homegenizado ou os dois, ele não contém antibióticos, hormonas ou resíduos de pesticidas.
  • Se você não consegue encontrar ou comprar leite cru ou biológico, evite os lacticínios por completo. A maioria do cálcio não é absorvido, por isso os lacticínios não são necessários para uma dieta saudável. Obtenha cálcio de outras fontes tal como vegetais de folhas verdes, brócolos, sardinhas (com espinhas) e salmão.

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