Livre-se das dores com temperos anti-inflamatórios

Alecrim, gengibre, sálvia… Descubra quais são os sete temperos mais poderosos e como eles devem ser usados para preservar a saúde. Entenda o mecanismo por trás das inflamações e aprenda a usar essas especiarias na hora de cozinhar.

Bem mais do que sabor e aroma, usar ervas e especiarias nas suas receitas não só agrega esses elementos à comida como ainda protege o organismo das ardidas inflamações. Se não tratadas, elas podem levar à destruição de células e até de tecidos inteiros.
Recentemente, a ciência comprovou que a páprica, alecrim, cominho, cravo-da-índia, cúrcuma, gengibre e sálvia funcionam como anti-inflamatórios naturais, sem efeitos colaterais.
A pesquisa foi feita por um grupo de pesquisadores das universidades da Flórida, Gainesville e da Pensilvânia, nos Estados Unidos, que buscava uma resposta: os antioxidantes de ervas e especiarias são capazes de potencializar as respostas das células de defesa diante de processos inflamatórios? De acordo com o resultado, quando consumidos em quantidades moderadas e adequadas, alguns deles são capazes sim de atuar contra as inflamações.

Os cientistas analisaram por uma semana os efeitos no corpo humano de alguns temperos mais usados e conhecidos, como orégano, pimenta-do-reino e coentro. Os voluntários foram divididos em 10 grupos diferentes, cada um com 12 pessoas, e cada grupo recebeu um tipo de tempero específico.
A quantidade oferecida desses temperos imitava o que seria algo normal em uma refeição.
Por exemplo, o grupo de voluntário que consumiu orégano, recebeu 1/2 colher de chá por dia.

Ao final da semana, o sangue de todos os voluntários foi analisado e os efeitos de cada tempero comparado entre eles. A pimenta-do-reino, por exemplo, foi incapaz de diminuir a resposta inflamatória.
Em compensação, páprica, alecrim, cominho, cravo-da-índia, cúrcuma, gengibre e sálvia se mostraram capazes de reduzir processos inflamatórios em curso graças às suas substâncias antioxidantes, que combatem os radicais livres – moléculas capazes de destruir o DNA das células.

Ai, está inflamado!

Antes de entender por que estes temperos ajudam as células de defesas a combater os processos inflamatórios, primeiro é preciso conhecer os mecanismos por trás de uma inflamação. Quem explica é o Dr. Celso Cukier, médico nutrólogo do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Inflamação é um processo natural.
É o primeiro passo que nosso organismo dá com efeito reparador diante de uma agressão, como vírus, bactérias ou traumatismo”, resume.
Segundo ele, os sintomas como dor, inchaço, calor e vermelhidão, aparecem porque esta é a maneira de o organismo reagir a algo que está errado.
“Esses sintomas significam que células específicas de defesas migraram para o local afetado para proteger o organismo de um agente estranho”, diz o médico.
Ou seja, por mais incômodos e doloridos que sejam os sintomas clássicos da inflamação aguda, quando é passageira, eles indicam que o sistema imune está agindo com eficiência para remediar a agressão sofrida.

Porém, nem toda inflamação é visível aos olhos ou apresenta sintomas assim tão evidentes. Algumas vezes, elas são assintomáticas e demoram até três meses para desaparecerem. São as inflamações crônicas, como  artrite reumatoide, bronquite e celulite.
Aliás, tudo que termina com o sufixo -ite, indica uma inflamação: cistite, gastrite, amigdalite, conjuntivite, bursite e por aí vai.

As inflamações crônicas não só demoram mais tempo para sumirem como destroem células e tecidos inteiros. E aí está o perigo, que pode aumentar ainda mais se, durante o processo inflamatório, a pessoa não cuidar do estilo de vida. Os hábitos contam bastante no sucesso da cura.
Alimentação desequilibrada, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool devem ser evitados porque são hábitos que contribuem para o aumento dos radicais livres – moléculas que, em excesso, causam estresse oxidativo nas células.
Danificadas, elas ficam mais suscetíveis aos processos inflamatórios, que podem aparecer ou piorar em casos de estresse oxidativo.
E mais: como todo hábito, aqueles pouco saudáveis são repetidos diariamente, sem dar trégua para as células brancas, constantemente bombardeadas pelos radicais livres, se recuperarem de lesões.

Na dúvida, elimine

Nem todos os alimentos de origem vegetal são benéficos para todos. Alguns são conhecidos por causarem alergias e facilitarem o aparecimento de inflamações.
“Alguns alimentos podem ter um efeito tóxico, irritante em algum tecido, e para se defender o corpo pode desencadear um processo inflamatório”, observa o médico nutrólogo Paulo Henkin, da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
“Leite e derivados, alimentos com glúten (a proteína do trigo), soja, ovos, frutos do mar e peixes podem desencadear processos inflamatórios em alguns organismos sensíveis, incapazes de ingerir as grandes moléculas proteicas presentes nesses alimentos.
Por isso, o sistema imunológico é acionado desencadeando processos inflamatórios”, complementa a nutricionista Natalia Werutsky.

Nesses casos, quando o alimento vira um agente agressor, a retirada do cardápio daquilo que altera o funcionamento do sistema imunológico é a primeira coisa a se fazer.
“Enquanto você tem a presença do agente agressor, você continua levando o organismo a toda uma reação imunológica que acaba se tornando uma inflamação crônica, causada por um alimento”, diz Dr.
Celso Cukier

Hábitos antioxidantes

A regra é simples: para evitar ou combater qualquer tipo de inflamação, combata os radicais livres. Uma das maneiras mais eficientes para minimizar os danos provocados por eles é por meio de uma alimentação equilibrada e natural, rica em antioxidantes.
Estes compostos, presentes nos temperos indicados pelo estudo, mas também em frutas, verduras e legumes, funcionam no combate dos processos inflamatórios porque dão uma força ao sistema imunológico quando este precisa eliminar toxinas e agressores para fora.

Apesar da pesquisa em questão ter analisado os poderes anti-inflamatórios somente de ervas e especiarias, muitos alimentos vegetais ajudam a aliviar as inflamações graças às suas quantidades generosas de antioxidantes. A maneira mais fácil de identificar essas substâncias do bem é pela cor dos alimentos.
Alimento verde, alaranjado, vermelho, roxo ou amarelo indica que ali existe uma boa quantidade de vitaminas e antioxidantes, que modificam para melhor as estruturas das células, deixando-as mais fortes e preparadas para combater qualquer processo inflamatório.

Se por um lado alimentos naturalmente coloridos, como frutas, legumes e verduras, fazem com que as estruturas das células se modifiquem para melhor; por outro lado, uma alimentação ruim, rica em gordura saturada, presente nos alimentos de origem animal, frituras e açúcar, modifica essas estruturas para pior.
“O alimento se transforma não só em fonte energética, mas em parte da estrutura da célula.
E a reação de nossa célula diante de uma inflamação pode estar embutida na forma em que estamos nos alimentando”, destaca o médico nutrólogo  Celso Cukier.
porém, é bom lembrar que não é porque um alimento é saudável que você deve consumi-lo em excesso.
Equilíbrio em qualquer aspecto da vida, inclusive na alimentação, é a chave para uma saúde plena.

Para ajudar na manutenção deste equilíbrio, é essencial não fumar, ter um sono de qualidade e praticar atividade física moderada (em excesso, os exercícios também podem causar inflamações). Todas essas são atitudes saudáveis que todos devem tornar hábito, assim como escovar os dentes.
Para quem está com saúde para praticar os exercícios físicos, Celso aconselha a prática de atividade física moderada, como uma hora de caminhada todos os dias, porque, além de tronar o sistema imunológico mais efetivo, ele previne doenças cardiovasculares ligadas a processos inflamatórios.
Além disso, segundo o médico, os efeitos positivos dos exercícios perduram por até 24 horas depois da prática.
“Se lembrarmos que os vasos sanguíneos se modificam para permitir que as células de defesa cheguem ao local da inflamação, fica fácil entender que se nosso sistema vascular estiver adequado, teremos também uma resposta melhor do ponto de vista imunológico e inflamatório”, observa o médico.

A gordura e a inflamação

O tipo de lipídio que você ingere vai, na maior parte dos casos, prevenir o surgimento de uma inflamação. Afinal, além de serem responsáveis pela estrutura das membranas celulares, as gorduras também ajudam os antioxidantes a circularem no organismo.
“O que vai determinar a qualidade da resposta imunológica diante da inflamação será o tipo de gordura que compõem as nossas células”, revela Celso Cukier.
Por isso a importância de equilibrar o consumo dos ômegas 6 e 3 – consideradas gorduras essenciais porque o corpo não consegue produzir sozinho, devendo ser obtidas com a alimentação.

Quando uma alimentação contém muito ômega 6, presente nos óleos vegetais, como milho e canola, o organismo reage de forma menos satisfatória diante de uma inflamação porque o corpo utiliza essa gordura para sintetizar hormônios que facilitam os processos inflamatórios.
Outro problema do excesso de ômega 6 é que na dieta vegetariana ele atrapalha a transformação do ômega 3 para suas formas ativas (EPA e DHA).
Quando a dieta é pobre em ômega 6 e rica em ômega 3 o organismo reponde melhor a processos inflamatórios.

Para os vegetarianos, o ideal é consumir uma colher de sopa de óleo de linhaça ou de chia diariamente, por serem boas fontes de ômega 3, e evitar óleos de gergelim, milho e canola por serem rico em ômega 6.

“O modo de preparo das refeições também conta. Não adianta nada a pessoa optar pelo peixe, rico em ômega 3, mas fritá-lo, por exemplo, em óleo de milho”, lembra Dr. Celso.

Temperos na cozinha

Com propriedades anti-inflamatórias ou não, temperos são fundamentais para um resultado bacana na cozinha, com receitas saborosas e, por que não, mais nutritivas. Sabe-se, por exemplo, que sálvia e alecrim são ricos em cálcio e em ferro, além, é claro de antioxidantes poderosos.
Porém, é preciso saber usá-los para aproveitar ao máximo sabor, aroma e propriedades de ervas e especiarias.
Uma regra básica, segundo Renato Caleffi, chef do restaurante Le Manjuer Organique, em São Paulo, é não usar especiarias, como o gengibre, a noz moscada e o cardamomo em pó.
“O gengibre pode ser usado in natura, a noz moscada deve ser ralada na hora e as sementes do cardamomo devem ser retiradas no momento em que forem usadas”.
Já os pós, como cominho, cúrcuma e curry, Renato aconselha que sejam adicionados somente no final do cozimento, para não formar grumos nem arriscar a perda de propriedades medicinais que essas especiarias têm para oferecer, como a ação anti-inflamatória, anticancerígena e antidepressiva da curcumina – a substância que dá a cor amarelona à curcuma.

Em relação às ervas frescas, como a sálvia, o alecrim e a salsinha, o chef recomenda usá-la sem picar. “Quando a gente pica demais as ervas, elas tendem a oxidar e a escurecer. Além disso, os aromas que são voláteis escapam e isso altera o sabor final do prato”, explica.
Renato ensina que as ervas frescas precisam ser adicionadas ao final, pois o calor pode destruir seus nutrientes e seus fitoquímicos (antioxidantes).
“Tais fitoquímicos se incorporam muito bem à gordura, que melhoram a absorção dos antioxidantes das ervas.
Eu costumo fazer azeites de ervas e hortaliças para apenas finalizar ou servir à parte”.
Vale lembrar que as gorduras de boa qualidade, presentes no azeite, no abacate, nas castanhas e nas sementes de linhaça e de chia, também têm importante na cura de inflamações.

Se por um lado as ervas frescas são mais delicadas e devem ser usadas só no final do cozimento, as ervas secas funcionam ao contrário e podem ser aquecidas. Além disso, por possuírem sabores mais intensos, elas podem ser usadas em menor quantidade.
“As ervas secas também podem ser usadas também podem ser usadas para infusões e decorações decocções junto com especiarias no preparo de risotos, bebidas à base de leites e iogurtes vegetais, melhorando muito o sabor e o aspecto nutricional das receitas”, comenta Renato.
Com as ervas secas você também pode preparar banhos terapêuticos.
Basta ferver uma quantidade generosa da erva escolhida junto com um litro de água e adicionar esse chá na água da banheira ou jogar no corpo durante a ducha.

Assim como as ervas secas, as especiarias mais resistentes, como cominho, cravo, canela em pau e semente de cardamomo, também podem ser adicionadas no começo do cozimento da comida, porque seus fitoquímicos se preservam bem no calor.
“Só cuidado quando for usar especiarias como cominho, cravo e canela em pó, porque elas podem escurecer a receita.
Neste caso, é melhor adiciona-las no final do preparo”, observa Renato, que incentiva a criatividade e o paladar de cada um.
“Na hora de temperar uma comida, você não pode ter muito medo.
O rótulo sobre o que combina bem com isso ou com aquilo não ajuda em nada.
Tudo pode dar certo.
Comece usando pouco e vai ousando na cozinha”.
Com esta receita, com certeza ficará mais fácil combater qualquer tipo de inflamação.

 – Alecrim: ótimo em chás e nas infusões

O que é: o alecrim (Rosmarinus officinalis) é um arbusto perene que pode atingir 1,5 m de altura ou mais, dependendo do cultivar. Suas folhas finas e seus ramos são usados como tempero, para fins medicinais e para obtenção de um óleo essencial usado na fabricação de produtos de higiene e beleza.
Também é cultivado como planta ornamental, tendo cultivares de flores que são brancas ou de algumas tonalidades de rosa, azul ou violeta.
Até hoje em algumas praias do mar Mediterrâneo, local de origem do alecrim, é possível encontrar arbustos dessa erva, que perfuma até o ar.
Mais do que conferir aroma e sabor aos pratos, o alecrim, segundo a ambientalista e culinarista Cynthia Frank, de São Paulo, é símbolo de constância e confiança.
“Na Grécia Antiga, um ramo do alecrim era usado atrás da orelha para melhorar a memória.
Já os romanos o batizaram de rosa do mar, porque ele nascia nas orlas do mar Mediterrâneo”.

Propriedades medicinais:  ainda de acordo com Cynthia, o alecrim pode ser usado tanto para cozinhar como para preparar aromáticos chás e ainda banhos e compressas. “Quando ingerido, seu chá tonifica o coração e o estômago. Trata dores de cabeça, males do fígado e do intestino, como gases.
Também é bom para tosse, asma, gripe, febres e contusões.
Em banhos, alivia o reumatismo e rejuvenesce.
Seu poder de cura também se estende aos quadros de depressão.
Tomar duas a quatro xícaras de chá de alecrim todos os dias tira a exaustão mental e levanta o ânimo”, garante.

Para preparar um banho de alecrim, ferva 3 xícaras de suas folhas em 1 litro de água por 5 minutos. Tampe, deixe descansar por mais três minutos e misture na água da banheira. No lugar da folha, você pode usar gotas do óleo essencial.
Para aliviar dores reumáticas, misture uma colher de café de óleo essencial de alecrim em uma xícara de chá de azeite de oliva.
Use a mistura para massagear a região dolorida.
Se a intenção é melhorar a digestão, misture uma colher de chá de folhas de alecrim em uma xícara de água mineral ou filtrada e leve ao fogo.
Quando levantar fervura, apague o fogo e tampe a panela por três minutos.
Coe e tome uma xícara a cada refeição.

Como usar: o alecrim é mais versátil do que se imagina e, segundo a escritora Nicki Segnit, ele combina com alho, damasco, melancia, laranja, castanhas, chocolate, cebola, cogumelos, limão, azeitona, batata, ervilha, abóbora e uva. Até com a melancia grelhada ele vai bem, pois dá a ela um perfume todo especial.
Para fazer, fatie a melancia em pedaços de 5 cm de diâmetro (mantendo a casca).
Com o garfo, elimine o máximo de sementes que conseguir sem desmanchar a melancia.
Pincele sobre a superfície de cada pedaço uma mistura feita com quatro colheres de azeite de oliva, uma colher de alecrim picado finamente e sal a gosto.
Grele cada lado por 5 minutos e sirva com uma fatia de limão.

 – Cominho: rico em ferro e vitamina E

O que é: Apesar da pequena semente de cominho ter uma aparência bastante modesta, é bastante forte no que toca ao sabor, que pode ser descrito como penetrante e apimentado, com ligeiros indícios de citrinos.
 A excepcional complexidade do sabor do cominho tornou-o numa especiaria perfeita nas cozinhas mexicanas, indianas e do Médio Oriente.
As sementes de cominho são parecidas com as da planta caraway, tendo um formato rectangular, com sulcos longitudinais e de cor castanha amarelada.
Não é de admirar que estas duas plantas, tal como a salsa e o endro, pertençam à mesma família de plantas (Umbelliferae).

O nome científico do cominho é Cuminim cyminum. O cominho está disponível tanto como semente inteira como em pó.

Parente da erva-doce, o cominho é o fruto de uma árvore originária do Oriente Médio e da África. Felizmente, esse aroma se transforma durante o cozimento.
“Tostadas e esmagadas, deixam um aceno de nós e limão; refogadas no azeite, dão ao prato uma nota picante e vivaz”, observa a escritora e culinarista britânica Niki Segnit, autora do livro Dicionário de sabores (Editora Casa da Palavra).

Propriedades medicinais: rico em ferro e vitamina E, outro ingrediente que funciona como um antioxidante e que melhora a qualidade da pele, o cominho traz diversos benefícios para a saúde. Seu chá quente, por exemplo, complementa o tratamento de bronquite e asma.
Ele também é conhecido por aumentar a produção de leite em mulheres que estão amamentando e a ativar órgãos do sistema excretor, como fígado e intestinos.
Tem também ação antifúngica e anti micróbica.
Seu óleo pode inclusive ser aplicado sobre picadas de inseto para aliviar a irritação e a coceira.

Como usar: pode parecer estranho, mas cominho combina com diversos alimentos, como beterraba, cenoura, couve-flor refogada com um pouco de azeite, pepino, folhas de coentro, limão, manga, hortelã e batata. Ele também combina muito bem com damasco.
Em seu livro, Niki Segnit diz que a capacidade de os dois ingredientes se integrarem um ao outro fica mais evidente na receita de creme armênio: pique uma cebola e duas cenouras, doure-as no azeite de oliva extravirgem por 10 minutos.
Acrescente uma colher de chá de semente de cominho amassada.
Abaixe o fogo, cubra e refogue por 10 minutos.
Adicione 250 g de lentilha vermelha e cubra com água.
Cozinhe por 20 minutos, acrescentando mais água se necessário, ou até a lentilha amaciar.
Retire do fogo e adicione 150 g de damasco seco, sal e 1 litro de água.
Bata no liquidificador e sirva em seguida.

Outra opção é juntar o cominho com a batata. “Reúna os dois e você provará uma sensação que recorda um passeio a um castelo em ruínas em um dia de chuva. Quando são cozidas juntos, a batata deixa o cominho ainda mais aromático”, poetiza a escritora britânica.
Cozinhe a batata com casca até o miolo ficar mole e a casca rachar ligeiramente.
Escorra, descasque e corte a batata em quatro pedaços.
Na frigideira, leve a batata cortada com um fio de óleo de amendoim, cominho e sal a gosto.
Doure a batata dos dois lados e sirva com folha de coentro fresco picado.

 – Cravo-da-índia: ideal para doces

O que é: De aroma e sabor fortes e bem característicos, o cravo-da-índia que a gente conhece para uso culinário é o botão floral ainda fechado e seco da planta. Sua árvore atinge cerca de 12 metros de altura e suas flores aparecem em pequenos cachos branco-amarelados.

O seu nome científico é Syzygium aromaticum e pode ser comprado em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação e alguns mercados.

Propriedades medicinais: além das suas propriedades anti-inflamatórias, o cravo-da-índia é conhecido por suas propriedades anestésicas, antissépticas, cicatrizantes e analgésicas.
Por isso, ele pode ser usado como complemento ao tratamento de bronquite, tosses, inflamações da boca, como gengivite, e da faringe, cáries e otite (inflamação do ouvido).
Em casos de dor de dente ou de mau hálito, mastigar lentamente um cravo-da-índia funciona tanto como calmante (no caso da dor de dente ou de excesso estomacal) quanto como “pasta de dente”, pois perfuma o hálito.
Outra alternativa para dores de dente é fazer um enxague da boca com água e essência de cravo.
Não por acaso, alguns desinfetantes bucais possuem em sua composição extrato de cravo-da-índia.

Outros Benefícios do cravo-da-índia

  • Ajuda na redução da musculatura hipotônica e até mesmo doenças como a esclerose múltipla.
  • Mostrou-se ser benéfico na redução dos níveis de açúcar no sangue. A ingestão de um ou dois dentes de Cravo da Índia diariamente podem ser benéfico para a diabetes de tipo 2.
  • O óleo do cravo-da-índia podem ser aplicado diretamente sobre a testa para reduzir as dores de cabeça causadas devido ao frio e enxaquecas.
  • Ajuda na melhoria da circulação sanguínea, o que é importante para um bom funcionamento dos órgãos e as células.
  • Tem propriedades anti-inflamatórias.
    Ele contém eugenol, que ajuda na redução da dor e inchaço.

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Como usar: Ele combina muito bem com receitas doces, como bolos e tortas, mas, em pó, também pode ser usado no preparo de bebidas quentes. Uma boa pedida é uma xícara de leite vegetal quente temperado com uma pitada de canela em pó e quatro cravos-da-índia.

Contraindicações do cravo da índia: O cravo-da-índia está contraindicado na amamentação, em crianças com menos de seis anos de idade ou em doentes com problemas gastrointestinais e doenças neurológicas. Na gravidez, o uso de cravo-da-índia só deve ser feito sob indicação médica.

 – Cúrcuma: também dá cor aos alimentos

O que é: com aspecto parecido com o do gengibre, a cúrcuma (também conhecida como açafrão-da-terra ou gengibre-dourado) é um rizoma vendido normalmente em pó. graça a sua cor amarelo-ouro, ela realça a cor e o sabor de qualquer prato.

Propriedades medicinais: para os indianos não é nenhuma novidade o poder antioxidante da cúrcuma, pois, na Índia, esta especiaria é usada há mais de 5.000 anos.
Além da sua ação anti-inflamatória, a cúrcuma também pode ser aliada na prevenção e no tratamento de diversos tipos de câncer, como do cólon, da próstata, da boca, dos rins, das mamas.
Por isso, ela merece uma atenção especial.

Como usar: Atenção à cúrcuma porque o seu amarelo é capaz de tingir até os tecidos das roupas, por isso use sempre um avental quando for manuseá-lo. À parte este detalhe, a cúrcuma potencializa o sabor e a cor de diversos tipos de prato, como sopas e molhos.
Se você for do tipo ousado na cozinha, pode misturar um pouco dela até mesmo no seu iogurte de origem vegetal.
E, se você gosta de comida apimentada, saiba que a pimenta-do-reino potencializa a ação da curcumina, a substância responsável pela cor amarela da cúrcuma e pelo seu poder antioxidante.
A dose diária de cúrcuma, porém, não deve ultrapassar duas colheres de café, porque, em excesso, ela pode prejudicar os rins e provocar erupções na pele.

Se você quiser adicionar em algum caldo o ideal é diluir a cúrcuma em água fria e só então ser adicionado, pois assim não corre o risco de empelotar e não se incorporar.

Agora se pretende usar em um prato com arroz ou algo refogado (frango, por exemplo) melhor é adicionar junto com o óleo / azeite / manteiga, assim além de diluir o contato com o calor vai liberar os sabores e aromas dessa especiaria, porém tome cuidado para não queimar pois isso pode tornar o açafrão amargo.

Porque usar? O Açafrão adiciona uma bela coloração amarelada o que deixa os pratos muito mais atraentes aos olhos.

Efeitos colaterais da cúrcuma: Os efeitos colaterais da cúrcuma estão relacionados com sua utilização excessiva, podendo causar irritação no estômago e enjoo.

Contraindicações da cúrcuma: A cúrcuma está contraindicada em pacientes que estejam tomando remédios anticoagulantes e com obstrução das vias biliares devido à pedra na vesícula. A cúrcuma na gravidez ou lactação só deve ser utilizada sob orientação médica.

 – Gengibre: oferece inúmeros benefícios

O que é: O gengibre é uma planta herbácea da família das Zingiberaceae, originária da ilha de Java, da Índia e da China, de onde se difundiu pelas regiões tropicais do mundo. Outro nome conhecido no norte do Brasil, é Mangarataia. o gengibre é o rizoma, espécie de caule subterrâneo, da planta Zingiber officinale.
Tem sido usado desde a antiguidade como remédio e condimento nas tradições asiática, indiana e arábica.

Propriedades medicinais: com ação anti-inflamatória, anticoagulante, antifúngica, antiemética, antiespamótica, antipirética e analgésica, o gengibre também auxilia na proteção contra cânceres, na redução da febre, na circulação (vasodilatadora) e nos sistemas nervosos, imunológico e cardíaco.
É também importante para o processo digestivo, auxiliando no alívio de náuseas e vômitos, e na eliminação de gases.
Pode ser utilizado no tratamento de problemas circulatórios, resfriados ou inflamações, como dor de garganta, por exemplo.
Pode ser comprado em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação, mercados e feiras livres, na sua forma natural, em pó ou em cápsula.

Apesar disso, é fundamental não se empolgar nas dosagens. “O consumo excessivo pode causar quadros de úlceras, azias e gastrite, e aumento de cálculos renais”, explica a nutricionista Silvana Portugal.
Nos homens, pode causar ainda prejuízos nos receptores do hormônio sexual masculino (testosterona); nas mulheres em período menstrual, aumentar o fluxo sanguíneo.
As mulheres grávidas devem ficar atentas, pois o consumo em excesso pode provocar abortos no início da gestação.
Silvana sugere a dosagem de quatro colheres de chá da raiz para usufruir dos efeitos terapêuticos.
“Existem atualmente cápsulas e óleos essenciais de gengibre que podem ser indicados pelo nutricionista.
Procure um especialista para saber a melhor forma de uso”, recomenda.

Para que serve o Gengibre: O Gengibre serve para ajudar no tratamento de má digestão, azia, enjoo, gastrite, resfriado, colesterol alto, pressão alta, tosse, dores musculares, problemas de circulação sanguínea e artrite.

Efeitos colaterais do Gengibre: Os efeitos colaterais do Gengibre incluem dores de estômago e sonolência, quando consumido em excesso.

Contraindicações do Gengibre: O Gengibre está contraindicado para pacientes que utilizam remédios anticoagulantes, como a Varfarina. Embora o gengibre esteja contraindicado na gravidez, ele pode ser usado apenas para aliviar os enjoos durante a gestação.

Como usar: apesar do sabor forte e único, o gengibre pode ser usado para fazer diversas receitas, como caldas, bebidas, conservas e chás. Ele também combina bastante com bebidas quentes, como o famoso quentão, e para aromatizar azeite.
Corte 100 g de gengibre em rodelas e bata-o no liquidificador com uma pitada de sal, 1 alho pequeno e duas xícaras (de café) de azeite.
Em seguida, passe em uma peneira e guarde em pote fechado, ensina o chef Renato Caleffi, no seu livro Escolhas e impactos – Gastronomia Funcional, escrito em parceria com a Drª.
Gisela Savioli (edições Loyola).
Outra coisa importante a respeito do uso do gengibre é na hora da compra: prefira as raízes firmes, lisas, de casca clara e sem sinais de mofo.
Para mantê-lo conservado, armazene-o com casca, na geladeira.

As partes usadas do Gengibre são suas raízes para fazer chá, compressas ou temperar as refeições, por exemplo.

– Chá de Gengibre para resfriado e dor de garganta: colocar de 2 a 3 cm de raiz de gengibre numa panela com 180 ml de água e deixar ferver por 5 minutos. Coar, deixar esfriar e beber até 3 vezes por dia

– Compressa de Gengibre para reumatismo: ralar o gengibre e aplicar na região dolorida, cobrir com uma gaze e deixar atuar por 20 minutos.

 – Páprica: pode ser doce ou apimentada

O que é: também conhecida como colorau, ela nada mais é do que pimentão vermelho seco e moído. Ela pode ser doce, quando feita só com pimentão, ou picante quando o pimentão é misturado a pimentas. Qualquer que seja a versão escolhida, usar páprica em uma receita é ter a certeza de um prato aromático e saboroso.

Propriedades medicinais: a sua cor vermelho-alaranjada indica a presença de carotenoides, que combatem os danos causados pelo excesso de radicais livres.
Por ser da mesma família das pimentas, como malagueta, dedo-de-moça e jalapeño, ela também é rica em capsaicina, uma substância que reduz dores, estimula a circulação sanguínea e, consequentemente, protege o sistema cardiovascular.
A páprica também é rica em vitamina C, considerada um poderoso antioxidante, por isso fortalece o sistema imunológico e melhora a qualidade da pele.
Graças aos seus compostos, ela é eficaz contra alguns tipos de inflamação, principalmente artrite, e ajuda na digestão, pois estimula a salivação e os movimentos peristálticos.

Como usar: segundo o chef Renato Caleffi, o melhor é usar a páprica no final do preparo das receitas para manter os fitoquímicos dos pimentões que são instáveis ao calor. Você pode usá-lo no preparo de arroz, molhos e ensopados

 – Sálvia: comida com frutas e legumes

O que é: erva aromática intensa, com notas de cânfora e eucalipto, a sálvia fresca perde esse aroma quando é seca. O nome, de acordo com Cynthia Frank, vem do latim salvare salvus, que significa “manter as pessoas sadias”.
É o sétimo tempero ressaltado na pesquisa das universidades da Flórida, Gainesville e da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Propriedades medicinais: a sálvia é conhecida por aliviar tensões, estresse e até esgotamento. Combate principalmente as inflamações do sistema urinário e é cicatrizante. “Bochechos com o chá de sálvia fazem bem às gengivas e aos dentes. É uma planta que faz bem à boca.
Além disso, é tônica e harmoniza a digestão”, diz Cynthia.
Pode ser usada no tratamento de diversas doenças, como bronquite, reumatismo, diabetes.
Assim como o alecrim, com a sálvia você pode preparar banhos revigorantes.
Em uma panela funda, prepare um chá forte, com bastante folhas, e despeje-o na água na banheira ou diretamente no corpo durante a ducha.

Como usar: fresca ou seca, ela demonstra uma particular afinidade com a comida encorpada, doce e salgada ao mesmo tempo, como abóbora, feijão branco e cebola.Também combina com abacaxi, maçã e tomate. Em vez do manjericão, você pode fazer o molho pesto com a sálvia.
Deixe a erva repousar por alguns minutos no azeite de oliva antes de processá-la com mais azeite, alho e nozes.
Sirva com tomate.

Efeitos colaterais: Os efeitos colaterais da sálvia incluem o aumento da pressão sanguínea e irritação da pele.

Contraindicações da sálvia: A sálvia está contraindicada durante a menstruação, gravidez, aleitamento ou em indivíduos com problemas renais.

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