Pós-parto – 12 coisas que ninguém te conta

Chegar em casa com o bebê pela primeira vez é um momento único, mas só passando por ele para saber, de verdade, tudo o que acontece.

Todo mundo fala sobre as maravilhas de se tornar mãe. Do amor incondicional, da emoção do parto, do momento de cumplicidade na amamentação… O que quase ninguém comenta, porém, é que depois que o bebê nasce a mulher não fica em estado de graça, não.
O corpo fica inchado, começa um sangramento intenso e amamentar pode não ser tão simples quanto parece.
Embora, ainda assim, a gente ame passar por isso só para ter nosso pequeno nos braços, nunca é demais se informar sobre o assunto.

 – Sangramento

Sabe quando o dia do nascimento se aproxima e você começa a estocar coisas em casa para não precisar sair depois que o bebê nascer? Então, capriche nos absorventes! Depois do parto, é normal ter um sangramento intenso durante algumas semanas e, em geral, o fluxo costuma ser ainda maior para quem tem parto normal.
Isso acontece porque o corpo está eliminando o material que revestia o útero durante a gravidez e o sangramento dura por volta de 40 dias, mas são nos primeiros 10 que você vai precisar dos absorventes mais poderosos.

Leva aproximadamente 10 dias para que o lugar onde a placenta esteve seja curado. Durante esse tempo você vai ter um corrimento vaginal chamado de lóquio que é bem vermelho durante os dois primeiros dias (muito parecido a uma menstruação forte). Depois diminui e fica marrom, depois rosa até que termina sendo branco e depois desaparece.
Quando chegar a este ponto, você vai saber que o processo de recuperação do útero terminou.
Isto pode se acelerar nas mamães que amamentam já que a estimulação do mamilo faz com que o útero se contraia, curando mais rapidamente.

Para que você tenha uma boa circulação depois da cirurgia, os médicos vão te pedir que mexa muito as pernas, os pés e os dedos logo que passar o efeito da anestesia. Também vai pedir que você sente na cama, depois numa cadeira e depois começar a caminhar um pouco.
Talvez te digam que use meias de lycra para estimular a circulação e prevenir coágulos nas pernas.
Como o processo de cesariana é mais complicado que o de parto natural, você vai ter que ficar mais tempo no hospital, talvez 3 ou até 5 dias.

 – Depressão pós-parto

Sim, você passará por uns dias de tristeza, mais conhecido como “Baby Blues”. Essa pequena fase de tristeza que deixa a mulher reflexiva e meio tristonha acontece com 90% das recém mães. Por isso se logo após o nascimento do seu bebê você sentir que seu humor esta depressivo, respire fundo e se lembre que em alguns dias vai passar.
Mas é preciso ficar atenta, se a tristeza não der lugar a alegria, se estiver sofrendo com insônia ou não tem vontade de se alimentar, procure um especialista, pois pode ser a depressão pós parto dando seus primeiros sinais.
Você sempre ouviu dizer sobre o amor imenso e incondicional de quando se torna mãe, mas vivia se pegando triste ou meio deprimida? Não precisa se sentir culpada ou envergonhada por isso! “O pós-parto é uma verdadeira explosão hormonal e essa alteração por si só já pode levar ao Baby Blues.
Associado a isso, ainda têm todos aqueles sentimentos normais quando o bebê nasce, como medo e ansiedade”, explica a Dra.
Natalia Tannous, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz.

 – O bebê sai, a barriga fica

Se prepare para ouvir piadinhas do tipo: nossa e essa barriga ai? Tem outro bebê? Principalmente se você tiver um parto cesária, já que os músculos são cortados e recosturados a recuperação do corpo é mais demorada.
Por isso minha amiga, não se sinta pressionada a fazer uma dieta logo na primeira semana após o nascimento do bebê, quando escutar esse tipo de piadinha, respire fundo e finja que não é com você.
Nem adianta criar expectativas, pois você não vai sair da maternidade com a barriga igual à anterior à gravidez.
“O tempo de recuperação varia de acordo com a musculatura que a mulher tinha antes da gestação, mas em qualquer caso, o útero não volta imediatamente ao tamanho normal.
Ele leva mais ou menos um mês para recuperar as dimensões de antes”, destaca a especialista.
Algo que pode auxiliar nesse processo é o uso da cinta, que funciona como um mecanismo que ajuda a colocar a musculatura no lugar.

 – Amamentar: não é tão natural quanto dizem

Há quem diga que amamentar é um ato instintivo. Pode até ser, mas a verdade é que, em muitos casos, dói, machuca e é difícil. O ideal é pedir ajuda e aprender novas posições, além da pega correta, claro.
Mesmo assim, há mulheres que não conseguem amamentar tanto quanto gostariam – seja porque não têm leite suficiente ou porque ele empedra, por exemplo.
O importante é não se comparar às suas amigas e saber que é normal ter dificuldades no começo.

Sim, amamentar é lindo e maravilhoso, mas se prepare para isso. Amamentar pode ser muito doloroso, depois de 2 ou 3 dias que o bebê nasceu, o leite vai “descer” e aí se prepare, pois os seios ficarão gigantes, e vão vazar toda hora, não tem absorvente de seio, fralda, camisetas ou bebê mamando que aguente tanto leite.
Nas primeiras semanas você vai sentir cheiro de leite até na lasanha que esta preparando para o jantar.
E em alguns casos, esse aumento de leite pode gerar a famosa mastite (A mastite é uma inflamação da mama que provoca o surgimento de sintomas como dor, inchaço ou vermelhidão na mama).
Se preparem para amamentar, leiam e colham o máximo de informações que puderem a esse respeito.

 – Visitas nem sempre são tão bem-vindas

Você não vai aguentar mais ouvir a campainha tocar e vai ter vontade de fingir que não tem ninguém em casa. A gente ama a família e adora saber como nosso filho já é querido por tanta gente. Mas depois do esforço e da ansiedade, receber o pessoal do escritório no hospital não é aquela maravilha toda.
Em casa, normalmente, o cansaço é ainda maior e só de pensar em levantar para abrir a porta já dá uma preguiça… A campainha toca e a vontade é de se esconder em baixo dos lençóis.

Não deixe que acordem o bebê só para vê-lo acordado, não se sinta obrigada a estar sempre apresentável pois você terá acabado de parir e esta se adaptando a maternidade, quando o bebê dormir jogue uma indireta dizendo que gostaria de ir tirar um cochilo junto com ele, enfim, não se sinta obrigada!

 – A quarentena

O seu médico vai recomendar cerca de 40 dias de resguardo. Isso é importante para manter a recuperação do organismo e evitar infecções, já que o colo leva esse tempo para fechar. Mas o que acontece com muita gente – e poucas contam – é que o desejo sexual não aparece, necessariamente, quando a quarentena termina.
Porque o cansaço é muito, você fica com medo de sentir dor ou até mesmo porque simplesmente não quer.
“Acho que até mais importante do que a recomendação médica é respeitar o tempo da mulher.
Ela precisa ter vontade de ter relação e saber se está com alguma dor ou não”, aponta a obstetra.

 – Cansaço

Você se sentirá muito cansada nas primeiras semanas, afinal você e o bebê ainda estão se adaptando a nova vida. Por isso sempre que puder peça ajuda, não se sinta obrigada a cumprir todas suas obrigações de antes, agora você tem um bebezinho que depende totalmente de você, então as prioridades agora são: você e ele.
Ok, sobre isso todo mundo fala e você não pode dizer que não foi avisada.
Mas embora a gente escute a vida inteira as mães contando sobre a exaustão de cuidar de um recém-nascido, só descobre mesmo como isso funciona na prática.
E é quando você passa o dia inteiro de pijama esperando alguém chegar para poder tomar um banho de dois minutos que entende exatamente o que elas queriam dizer.

Saiba quando pedir ajuda: se nos primeiros dias você precisa de tempo só com o seu bebê, ao longo das semanas seguintes surge a necessidade de ter gente por perto, seja para conversar ou simplesmente para ficar com seu bebê enquanto você toma um merecido banho.
“Muitas vezes o pós-parto é um momento de isolamento e solidão para a mulher, o que é muito ruim, porque é quando ela mais precisa de suporte e apoio.
É preciso buscar uma ajuda encorajadora, seja do parceiro, familiares ou amigos”, afirma a psicanalista Vera Iaconelli.

 – Gases e inchaço

Não é só a barriga que sai maior do que você gostaria do hospital. O corpo todo fica meio inchado, principalmente os pés. “Na gravidez, o tamanho da barriga já dificulta a circulação e faz as extremidades ficarem inchadas.
No pós-parto isso continua, principalmente para quem fez cesárea, pois o tempo em repouso na cama também contribui para isso”, esclarece a Dra.
Natália, que acrescenta: “como na cesariana abrimos o ventre da mulher, a entrada de ar ajuda a formar gases, que pioram com o repouso”.

 – Contrações: elas continuam

Você sabia que o útero continua tendo contrações mesmo depois do parto? Pois é. E dá até para sentir! Isso porque ele está voltando ao tamanho normal e esse processo é estimulado pela amamentação. Conforme o bebê suga, estimula a produção de ocitocina que torna essa diminuição do útero ainda mais rápida.

Minutos depois do parto, o útero se contrai para que não saia mais sangue. Estas contrações uterinas são sentidas como fortes câimbras nos primeiros dias depois do parto, mas logo vão reduzindo sua intensidade. É comum que você sinta estas dores enquanto amamenta o bebê, já que a estimulação do mamilo faz com que o útero se contraia.

Você pode tomar analgésicos se as câimbras te incomodarem muito. Mesmo assim, fale com o seu médico antes de tomar qualquer medicamento.

As contrações depois do nascimento farão com que sinta o seu útero como uma bola. A cada dia vai diminuindo até que já não o sinta mais. À medida que diminui, se move em direção à pelvis e atrás do osso púbico. Isto é chamado de processo de involução.
Enquanto você continuar no hospital, a enfermeira vai controlar o progresso do útero com um monitor.
Se não involuciona sozinho, terão que estimulá-lo para que o faça.

 – Palpites

De repente, todo mundo vai entender tudo sobre recém-nascidos e te dar mil conselhos sobre como dar banho, como colocar o bebê para arrotar e até no tipo de roupa que você coloca nele. Sim. Inclusive gente que não tem a mínima ideia do que fazer com uma criança. Apenas sorria!

Essas são coisas que acontecem com a maioria das mães logo na primeira semana após o nascimento do bebê, então não se sinta culpada, ou não ache que você está sozinha nessa caminhada. A maioria das mulheres não comentam sobre isso, ou não se lembram mesmo, falar das partes boas é sempre mais gostoso, você ainda vai compreende-las.

 – Bebê mais magro

Você sabia que o bebê perde cerca de 10% do peso nos primeiros dias de vida? Essa perda fisiológica, como dizem os especialistas, é normal e esperada. “Muitas mães ficam preocupadas, acham que é porque não estão amamentando direito, ou porque o leite é fraco, mas não tem nada de errado. O bebê nasce inchado e vai perdendo isso aos poucos.
Além do mais, ele recebia os nutrientes diretamente do cordão umbilical e agora a alimentação mudou, então existe um período de adaptação”, explica a obstetriz Nathalie Leister, do espaço de apoio para gestantes Commadre, de São Paulo.

 – Rotina de ponta-cabeça

Esqueça tudo o que estava estabelecido como padrão no seu dia a dia: a chegada de um bebê muda completamente a rotina da casa e da família. Nos primeiros meses, o bebê é totalmente dependente dos pais, principalmente da mãe, com relação à amamentação. O sono é uma das maiores e mais pesadas mudanças desse período.
Se você estava acostumada a dormir oito horas, agora precisará acordar junto com seu bebê, e entrar na rotina de sono dele.
Parece o fim? Fique tranquila, porque isso melhora conforme ele vai crescendo e ganhando mais autonomia.
É só uma fase! Aliás, várias de agora em diante!.

O pós-parto requer muito cuidado, paciência, compreensão e carinho de todos em volta da nova mãe, afinal ela só esta começando a dar seus primeiros passos nessa linda e longa jornada que é a maternidade.
Não se assuste com nada, pois um dia, você não se lembrará de nada disso, só dos sorrisos, olhares e amor com que o seu bebê vai te recompensar por todo o sacrifício que você fará por ele.

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