Psoríase – Saiba o que é, suas causas e tratamentos

Saiba o que é psoríase,  como acontece o seu diagnóstico e suas causas. Conheça o alguns dos tratamento da psoríase e remédios utilizados. Conheça também o remédio para psoríase gutata, … e descubra também se a psoríase tem cura…

Estudo mostra que 70% das pessoas com psoríase têm outro mal associado como depressão e diabetes.

A doença é diagnosticada por meio de exames clínicos e avaliação de um dermatologista ou reumatologista – nesse caso quando a doença atinge as articulações.

O que é Psoríase?

A psoríase é uma dermatose inflamatória, uma inflamação que ataca o sistema imunológico. Ela não é uma infecção, não pode ser transmitida de pessoa para pessoa. É um distúrbio que causa placas vermelhas geralmente nas nádegas e couro cabeludo, mas o lugar não coça e não dói.
A psoríase não desencadeia doenças mais graves como o câncer, a única dificuldade está relacionada à circulação, que pode gerar a artrite psoriática.

Ela se manifesta na pele por meio de manchas geralmente avermelhadas que descamam. Podem surgir em qualquer parte do corpo, porém são mais comuns no couro cabeludo, unhas, mãos, pés, cotovelos e joelhos.
Estamos falando da psoríase, doença autoimune inflamatória crônica, imunológica, sistêmica e não contagiosa, que atinge aproximadamente 3% da população mundial.
A maior incidência é em adultos, mas ela pode surgir também em crianças ou adolescentes.

Embora sua principal manifestação seja na pele, ela pode gerar outros problemas de saúde. “A doença tem outras repercussões no organismo que não se restringem apenas à pele”, destaca a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Dados preliminares de um estudo inédito realizado no Brasil, divulgado durante o 5º Simpósio Nacional de Psoríase, revelou que cerca de 70% de pacientes da doença têm outro mal associado.
A “Avaliação da gravidade da psoríase em placas em brasileiros em acompanhamento ambulatorial em centros de referência” (Appisot), realizada pelo laboratório Janssen, analisou 877 pacientes em tratamento em 26 centros no país.
Eles foram avaliados por dermatologistas especialistas em psoríase, em relação à gravidade da doença, tratamentos usados e em uso, impacto na qualidade de vida e presença de comorbidades (doenças associadas ou decorrentes).

No Dia Mundial da Psoríase, instituições de saúde e comunidade médica fazem coro à proposta de conscientizar a população sobre a doença e motivar pacientes a prosseguirem com o tratamento.
Segundo a Appisot, dos 70% pacientes entrevistados que apresentaram alguma doença associada à psoríase, 75% estavam com obesidade ou sobrepeso, 32% com hipertensão, 26% com depressão, 25% tinham o colesterol alto, 17% artrite, 17% diabetes, 33% ansiedade e 17% alcoolismo.

Quais são os sintomas da psoríase?

É necessário que atenção aos sinais, pois os sintomas da psoríase podem ser confundidos com apenas uma alergia, procure sempre um dermatologista.

Os sintomas mais comuns da doença são manchas róseas ou vermelhas na pele cobertas por escamas esbranquiçadas. A doença pode apresentar também queimação, coceira e dor no local. As unhas também, podem alterar as suas cores e textura.

tratamento da psoríase, causas e sintomas da psoríase

Essas comorbidades podem ter dois fatores:
Um é que muitos pacientes com psoríase se isolam e têm vergonha de sair de casa devido às lesões na pele.
E essas doenças podem surgir pela mudança de comportamento, como sedentarismo, o que faz com que ele coma mais e se exercite menos, causando obesidade, por exemplo.
Ou também a própria psoríase pode desencadear essas doenças para quem já tem predisposição a tê-las”, explica o dermatologista Artur Duarte, um dos especialistas responsáveis pelo estudo.
O coordenador da área de psoríase da SBD, acrescenta que pacientes com a doença podem, ainda, apresentar a artrite psoriática.
“O problema se caracteriza por inchaço e dor nas articulações. Se não for tratada de forma efetiva, essa artrite pode causar sequelas como deformidade nas articulações”, diz.

Dor, coceira e vergonha. Quem convive com os sintomas da psoríase sabe o que é ser refém da própria pele. Socialmente constrangedora, a doença obriga o paciente a se esconder por trás de mangas e calças compridas, independentemente da estação do ano. Estudos indicam uma relação com outro mal crônico que pode comprometer a vida social: a obesidade.
O mais recente deles, realizado pela Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, sugere que perder peso ameniza os sintomas da doença autoimune que atinge 3% dos brasileiros.

Psoríase Gutata

Esse tipo de psoríase atinge, na maioria dos casos, crianças e jovens com menos de 30 anos e aparece como pequenos pontos vermelhos escamosos na pele. A psoríase gutata geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como de garganta, normalmente aparecem no tronco, pernas, braços e couro cabeludo onde forma pequenas feridas (formato de gota) que são cobertas por uma fina “escama”.

remédio da psoríase - Psoríase Gutata

Psoríase do couro cabeludo

A psoríase do couro cabeludo varia de leve a muito grave. tendo condição semelhante da  psoríase em placas e atinge entre 50% e 80% da população que já possui a doença.

Psoríase eritrodérmica

A psoríase eritrodérmica pode aparecer em forma de manchas vermelhas escamosas que cobrem o corpo inteiro, é um dos tipos mais raros de ocorrer, mas um dos mais graves da doença, que pode comprometer a proteção da pele.

Os entrevistados da Appisot têm em média 48 anos e cerca da metade deles apresenta a forma moderada a grave da doença, caracterizada por lesões descamativas em mais de 10% da superfície do corpo e/ou pelo impacto na qualidade de vida maior que 10 pontos – índice obtido por meio de formulários respondidos. A outra metade apresenta a forma leve.

Diagnóstico da Psoríase

A psoríase é diagnosticada por meio de exames clínicos e avaliação de um dermatologista ou reumatologista – nesse caso quando a doença atinge as articulações.
Os sintomas iniciais são pele irritada com manchas vermelhas e/ou placas que descamam, alterações nas unhas, como espessamento da lâmina ungueal, deformação na superfície ou descolamento delas, e caspa severa no couro cabeludo.
As lesões não causam dor, mas podem provocar coceira.
“Importante destacar que a psoríase não é adquirida por contato, pois não é uma doença infectocontagiosa”, diz o médico Artur Duarte.

As causas ainda não são totalmente esclarecidas pela ciência, mas o problema costuma ter fatores genéticos. O estresse também pode contribuir para seu desencadeamento. “Se a pessoa tem predisposição genética a ter psoríase e passa por um grande estresse isso pode ser um gatilho para o surgimento da doença”, explica Duarte.
Alguns medicamentos também podem provocá-la, como efeito colateral.

Qual a causa da psoríase?

A causa da psoríase ainda é desconhecida, porém acreditamos que possa ser gerada por problemas genéticos. Ela pode ter vários níveis, e cada um deles exige remédios diferentes. Porém, acredita-se que a genética tem grande influência em, pelo menos, 30% dos casos de quem possui psoríase.

Alguns fatores podem desencadear a doença, tais como:

  • Infecções de garganta e pele;
  • Lesões na pele;
  • Estresse;
  • Variações climáticas;
  • Fumo;
  • Consumo excessivo de bebidas alcoolicas;
  • Alguns tipos de medicamentos, como antidepressivos;
  • Alterações bioquímicas.

A seguir vamos responder a dúvida mais comum: a psoríase tem cura? E vamos falar um pouco mais sobre os tipo de tratamento para psoríase.

Psoríase tem cura?

Está é uma dúvida muito frequente, temos muitos tratamentos sofisticados à disposição, mas esse problema ainda não possui cura. A psoríase não tem cura, mas com o tratamento adequado ela pode ter os sintomas amenizados.

Viver com a doença

Psoríase é uma doença inflamatória da pele, crônica, não contagiosa, multigênica (vários genes envolvidos), com incidência genética em cerca de 30% dos casos. Caracteriza-se por lesões avermelhadas e descamativas, normalmente em placas, que aparecem, em geral, no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.
A doença acomete cerca de dois por cento da população mundial, piora no inverno, afeta igualmente homens e mulheres, e pode acontecer em qualquer idade.

Além disso, não é contagiosa, e ainda não se sabe se tem caráter hereditário. Viver com essa doença é um desafio para os pacientes, já que exige dedicação redobrada no tratamento, mas também não significa que você precise ficar trancado em casa, para deixar de curtir a vida.

Segundo a Geriatra Dermatológica, Doutora Izilda Peres Penteado da Biobella Cosméticos, apesar de a Psoríase causar certo desconforto, o paciente pode levar uma vida normal, desde que tome os cuidados necessários contra a doença: “procurar hidratar sempre a pele, pegar sol nos horários recomendados, não tomar banho muito quente, nem usar sabonete duro a base soda caustica, pode ajudar a controlar o distúrbio”.

A especialista explica ainda que, via de regra, a Psoríase ataca, com mais frequência, as regiões que não pegam sol.
Por isso, a base do tratamento deve ser feita com corticosteroides, acompanhamento psicológico, e emissão de raio UV artificial: “a ação benéfica do ultravioleta, principalmente da onda A, que age como um anti-inflamatório faz com que as células inflamadas atinjam a sua maturidade, ou seja, não descamem, completando seu ciclo normal de vida”.

Vale lembrar que, qualquer tratamento para a Psoríase proporciona o alivio temporário dos sintomas, por isso, a limpeza normal da pele, ao redor das áreas afetadas, é importante para prevenir infecções.

Mas, preste atenção, pois limpeza normal não deve estar associada ao uso de ácidos, ou esfoliantes pra ajudar na descamação da pele, o que pode piorar a evolução da doença: “não faz sentido tentar esfoliar uma pele que já está em processo de descamação numa tentativa de trazer uma aparência melhor.

Isso pode complicar ainda mais o tratamento, pois o paciente tende a não deixar a pela integra, como ela deve ficar”, explica.

Como é feito seu tratamento da psoríase?

Psoríase não tem cura, tem tratamento. Não há como prevenir a doença, embora seja possível controlar a reincidência. Casos leves e moderados (cerca de 80%) podem ser controlados com o uso de medicação local, hidratação da pele e exposição ao sol.

Para quem não tem tempo para exposições diárias ao sol, são preconizados banhos de ultravioleta A e B em clínicas especializadas e sob rigorosa orientação médica. Esses banhos não são recomendados para crianças.

Algumas pomadas à base de alcatrão já provaram sua eficácia no controle da doença, mas têm o inconveniente de sujarem a roupa de vestir e de cama e de terem cheiro forte, parecido com o da creolina. Medicamentos por via oral só são introduzidos nos casos mais graves de psoríase refratária a outros tratamentos.

As causas não estão esclarecidas, mas sabe-se que há fatores genéticos, psicológicos, estresse, sendo que a exposição ao frio, medicamentos e bebidas alcoólicas agravam a doença. A Psoríase é mais frequente em pessoas de pele branca, sendo rara em negros, índios e asiáticos.

O tratamento deve ser feito regularmente, assim como o do diabetes, por exemplo. Felizmente, temos muitas opções disponíveis. O Brasil não perde para nenhum país em recursos. O tratamento da psoríase é feito de maneiras diferentes dependendo da intensidade da doença. Para pacientes leves, os médicos recomendam medicamentos tópicos como cremes, loções ou géis, a serem aplicados nas lesões.

Já para os que apresentam a forma moderada a grave da psoríase o tratamento pode ser feito com medicamentos orais ou injetáveis, sejam eles tradicionais ou biológicos.

Existem diversos tipos de tratamento para psoríase, que tem como objetivo, regular e normalizar a aparência da pele, reduzindo a inflamação e formação das placas, fazendo com que as células da pele parem de crescer rapidamente.

Existem três opções de tratamento da psoríase:

  • Tópico (cremes e pomadas)
  • Sistêmico
  • Por fototerapia

A escolha depende do tipo de psoríase e do histórico do paciente. Apenas o médico poderá indicar qual o melhor tratamento.

Normalmente é possível tratar pacientes que apresentam uma forma leve de psoríase, com pequenas e poucas lesões cutâneas, sem comprometimento das articulações, com medicações tópicas, além de orientações sobre os benefícios dos hidratantes e da exposição solar (leve e protegida) na psoríase, normalmente a hidratação da pele, a aplicação de medicamentos tópicos sobre as lesões e a exposição diária ao sol já ajudam na melhora dos sintomas.

Dentre os medicamentos tópicos que podem ser receitados estão as pomadas com corticoides e outras substâncias que sejam mais adequadas, caso a caso, para aliviar os sintomas. Em casos moderados, além dos tratamentos citados acima, o tratamento com luz ultravioleta A é recomendado também.Já em casos graves, a medicação via oral ou injetável é fundamental à pessoa que possui a doença.

Já os pacientes que apresentam formas de psoríase mais graves frequentemente necessitam de medicamentos sistêmicos, que são os de uso via oral, subcutâneo, intramuscular, ou intravenoso, para o controle da doença. Eles também são indicados nos casos em que apenas com o tratamento tópico não se obteve o resultado esperado.

Também pode ser usada a fototerapia, que é um procedimento no qual a pele é cuidadosamente exposta à luz ultravioleta, ou a PUVAterapia, que é a utilização de psoralênicos mais fototerapia com ultravioleta A. A fototerapia para psoríase pode ser aplicada com luz ultravioleta A (UVA) ou ultravioleta B (UVB).

Remédio para psoríase

O remédio para psoríase é normalmente indicado para aliviar a coceira e a inflamação, mas também ajudam no processo de cicatrização das lesões. Alguns exemplos de medicamentos para psoríase são:

  • Etretinato;
  • Isotretinoína;
  • Antralina;
  • Metotrexato;
  • Ciclosporina.

Lembre-se sempre de consultar um especialista antes de fazer o uso de qualquer medicamento.

Remédios caseiros para psoríase

Remédios para psoríase - Remédios caseiros para psoríase

Além dos medicamentos que o seu dermatologista receitar, hábitos e receitas caseiras também podem ajudar o tratamento da psoríase:

  • Consuma alimentos depurativos do sangue, como agrião, açafrão e água de coco;
  • Consuma alimentos de cor laranja todos os dias;
  • Usar cremes ou pomadas a base de Aloe Vera;
  • Usar creme hidratante de gérmen de trigo;
  • Tomar banho de imersão com água e sal marinho;
  • Fazer compressa de malva no local das lesões.

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico.

Desmotivação

Segundo Marcelo Arnone, pacientes com a doença sofrem preconceito devido às lesões que se manifestam principalmente nas áreas mais visíveis do corpo. Por isso, eles tendem a evitar exposição e a ficar mais em casa, o que contribui para o surgimento de depressão. “Ele sente vergonha e rejeição por causa das lesões.
Como sua autoestima está afetada, evita situações de exposição”, pontua.
Em alguns casos o médico pode indicar um tratamento psicológico devido aos problemas depressivos.

Outro fator preocupante para a comunidade médica é que muitos pacientes quando descobrem que a doença não tem cura perdem a motivação de prosseguir com o tratamento. E para incentivar esses pacientes a não desistirem de se tratar, está sendo realizada uma campanha nacional que começou no domingo e vai até 3 de novembro.
“Um tema que vem ganhando muito destaque é o tratamento mais humanizado do doente de psoríase.Normalmente ele se sente desmotivado a buscar tratamento quando descobre que não tem cura.

O enfoque da campanha é motivar o paciente a procurar se tratar “, diz Arnone. Uma série de ações educativas será desenvolvida em várias regiões do país com esse objetivo e com o de esclarecer à população leiga de que a psoríase não é contagiosa.

Recomendações

  • Hidrate muito bem a pele, para evitar seu ressecamento excessivo que favorece a possibilidade de desenvolver lesões.
  • Exponha-se com cuidado e moderadamente ao sol, mas antes passe um creme hidratante ou terapêutico. Você vai ter de usá-lo a vida inteira;
  • Evite a ingestão de bebidas alcoólicas.
  • Procure não se desgastar emocionalmente. O estresse tem papel importante no aparecimento das lesões. Como não é uma tarefa fácil, procure ajuda de um profissional se considerar necessário.
  • Não fuja de encontros sociais e de lazer por causa das lesões. Psoríase não é contagiosa e, se você se afastar de tudo e de todos, pode comprometer o estado emocional e aumentar o problema.
  • Visite regularmente o dermatologista e siga à risca suas orientações. Isso o ajudará a controlar as crises.

 

Obesidade x Psoríase

A relação da obesidade com a psoríase acontece além da derme, está no interior do organismo. É lá que o sistema imunológico reage ao excesso de gordura aumentando substâncias que contribuem para o desenvolvimento ou o agravamento da psoríase. “Tudo tem a ver com a inflamação.

Ela circula pelo corpo inteiro, ampliando o risco de dano dentro das artérias e, por consequência, de entupimento de veias e de doenças cardíacas“, explica André Carvalho, médico responsável pelo Ambulatório de Psoríase da Santa Casa de Porto Alegre.

Segundo Carvalho, uma das substâncias pró-inflamatórias mais relacionada ao aparecimento das lesões características da psoríase chama-se fator de necrose tumoral alfa (TNF- alfa).
Ela é produzida pelo tecido adiposo (gordura), em que há aumento dos níveis de leptina e redução dos níveis de adiponectina, duas substâncias que, em desequilíbrio, levam ao aumento de peso e estimulam a inflamação.

“Dessa forma, como a psoríase grave pode levar ao aumento de peso e o peso excessivo pode aumentar a chance de lesões ou dificultar a resposta ao tratamento, é aconselhado o acompanhamento com um endocrinologista para a adequação do peso”, explica o médico.

Para saber até que ponto as duas doenças se relacionam, o dermatologista Peter Jensen conduziu, durante quatro meses, um estudo no Hospital Universitário Gentofte com 60 pacientes de psoríase, todos obesos.
Eles foram divididos em dois grupos – um seguiu uma rígida dieta de baixo consumo calórico (de 800 a mil calorias por dia); o outro foi instruído a consumir alimentos saudáveis, mas sem seguir um plano alimentar.
Após 16 semanas de acompanhamento, os voluntários responderam a um questionário sobre qualidade de vida dermatológica.

Os resultados indicaram que, além de emagrecerem em média 15kg, os pacientes submetidos à dieta perceberam uma trégua significativa nos sintomas da psoríase. “Aqueles que perderam peso tiveram resultados melhores no questionário, que consegue medir o impacto da psoríase na vida de quem sofre com ela.
Em outras palavras, a vida deles melhorou porque eles conseguiram sentir os efeitos combinados da perda de peso”, acredita Jensen.
Segundo ele, os resultados da pesquisa, publicados no Jama Dermatology, revelam que “a gravidade da doença autoimune parece diminuir com o peso, e o problema da obesidade deve fazer parte do tratamento em alguns pacientes”.

Cautela

Embora concorde que há relação entre a obesidade e a psoríase, Carvalho destaca que é preciso precaução ao avaliar os resultados descritos por Jensen. “(O estudo) foi feito com poucos pacientes, e seria interessante outras tentativas com maior número de pessoas para estatísticas mais confiáveis.
Ele não consegue afirmar uma relação específica para perda de peso e diminuição das lesões de psoríase, apenas sugere isso”.
O médico, no entanto, ressalta que perder peso é um indicação frequente para os pacientes obesos.
“A gordura corporal também é um órgão imunologicamente ativo e produz, se em excesso, substâncias pró-inflamatórias.
É um ciclo de retroalimentação em que mesmo um pequeno nível de inflamação produzido pelo tecido adiposo induz a inflamação na pele e nas artérias e vice-versa.

Segundo Gladys Aires Martins, dermatologista e coordenadora do Ambulatório de Psoríase do Hospital Universitário de Brasília (HUB), a lista de comorbidades da doença é longa, principalmente em pacientes que sofrem com ela há muito tempo.
“A causa exata da associação da psoríase com a obesidade e a síndrome metabólica ainda não está totalmente esclarecida, mas a explicação pode estar no processo inflamatório mediado por linfócitos T, encontrado tanto na psoríase quanto na obesidade.
Trabalhos como esse recém-publicado comprovam melhora da psoríase apenas com o tratamento das comorbidades, com correção da dieta, perda de peso e diminuição da massa corpórea.
Na nossa prática clínica, já pudemos constatar a melhora de pacientes portadores de formas graves da doença após a cirurgia para a redução de estômago.

Marcelo Arnone, dermatologista e coordenador da campanha de psoríase da Sociedade Brasileira de Dermatologia, também destaca que a associação da perda de peso com a melhora nos sintomas já era percebida pelos médicos.
Mas ainda não está claro se a psoríase engorda ou se os obesos têm mais chances de desenvolvê-la, pois os resultados da literatura médica são controversos“.
Ele sugere duas interpretações para o alívio da doença quando os quilos a mais são eliminados.
“Nesse estudo dinamarquês, uma das possibilidades é que, além de emagrecer, os pacientes estavam recebendo medicação sistêmica.
Então, como eles reduziram o peso, passaram a consumir uma dose maior de remédio por quilo.

A outra possibilidade envolve os efeitos da mudança física no psicológico dos pacientes. “Quem tem psoríase vive desmotivado e deprimido. Quando existe essa mudança, há uma automática melhora na qualidade de vida. O paciente sente-se mais disposto, dorme melhor e se relaciona mais.
É uma melhora global, interfere no físico, no emocional e no psicológico”, conclui Arnone.

Limitações desgastantes

“Esses pacientes parecem depositar todos os problemas deles nos sintomas que se apresentam na pele. Em vez de falar sobre eles, falam sobre os exames. Isso não acontece com pacientes com outras doenças psicossomáticas, que preferem relatar o sofrimento provocado pelo problema.

É um desafio enorme para quem sofre com psoríase entender que o corpo é uma vivência psíquica e que não pode estar isolado do mundo. Ás vezes, essas pessoas sentem culpa por precisarem explicar que a doença não é contagiosa.

Isso é desgastante. Então, a estratégia é a invisibilidade. Muitos usam a comida ou o álcool para compensar as limitações impostas pela doença. É preciso entender que os sintomas psicossomáticos não são aleatórios.
É pelo corpo que recebemos e damos afeto e amor. A pele é a superfície de contato.

Então, o paciente possivelmente sofre com questões ligadas a isso. Eles organizam a vida em função da doença e chegam a trabalhar à noite para não encontrar outras pessoas.

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