Queloide

O queloide é uma cicatriz mais alta do que o normal, com um formato irregular, de cor avermelhada ou escura, que aumenta de tamanho pouco a pouco devido a uma alteração na cicatrização do indivíduo, que faz com que haja um produção exagerada de colágeno.

Geralmente, o queloide aparece após cirurgias, feridas ou queimaduras, mas também pode surgir devido a inflamações na pele causadas por acne, borbulhas ou piercings no nariz e orelha, por exemplo.Segundo cientistas dos EUA, ao interferir na expressão do gene AHNAK, é possível evitar essa falha na cicatrização de lesões e suturas. A cicatrização normal gera uma marca quase imperceptível no local em que ocorreu a lesão ou a sutura cirúrgica. Essa é a regra.

Entre a mais famosa das exceções, está o queloide, problema menos comum e mais complicado do que o imaginado.
Muitas pessoas confundem uma cicatriz um pouco mais alta ou larga com um queloide, mas não conseguem perceber a amplitude do problema quando realmente diagnosticado.

Ele tem o aspecto endurecido devido à hipercicatrização, que gera o acúmulo de fibras e colágeno esteticamente desfavorável e, muitas vezes, incômodo.Além disso, não há garantia de solução com os tratamentos disponíveis.

Radioterapia, injeções de corticoide, betaterapia (uso de raios beta), laser e cremes siliconados revezam-se entre as melhores opções. Porém, talvez venha das mãos de cientistas do Hospital Henry Ford, em Detroit, nos Estados Unidos, a melhor solução: eles propõem uma terapia genética para o tratamento definitivo do problema.

Os pesquisadores identificaram que o gene AHNAK pode oferecer uma melhor compreensão sobre como os queloides se desenvolvem.

Não só isso, a equipe liderada por Lamont Jones, vice-presidente do Departamento de Cirurgia Pescoço, Cabeça e Otorrinolaringologia do hospital, é a primeira a demonstrar que a alteração nesse gene pode ter um papel significativo no desenvolvimento biológico ou não do queloide.

Queloide: pesquisa desenvolve nova terapia que evita falha na cicatrização“Temos agora uma melhor compreensão de como esse gene se encaixa no quadro mais amplo do processo de cicatrização de feridas, o que pode ser importante na prevenção de cicatrizes em geral”, garante Jones.

O queloide forma áreas de pele levantadas e firmes. É mais frequente no peito, nos ombros, nas orelhas (após furar a orelha), nos braços e no rosto. Ao contrário das cicatrizes regulares, não diminui ao longo do tempo e, muitas vezes, se estende para fora do local da ferida.

Uma combinação de tratamentos pode ser utilizada, dependendo do indivíduo; mas entre 50% e 100% das vezes volta após o tratamento.

“Essa descoberta é uma grande promessa para a melhor compreensão de como os queloides funcionam, além de oferecer um alvo em potencial para tratamentos mais eficazes e inovadores”, resume Jones.

O trabalho foi apresentado, neste ano, no Encontro de Seções Triológicas Combinadas, em San Diego (EUA).

Adesão celular

Do AHNAK é transcrita uma proteína localizada na membrana celular de células epiteliais e no núcleo e no citoplasma de outros tipos de células, como os fibroblastos.
Estudos anteriores levantaram a possibilidade de esse gene contribuir para a adesão entre as células, mas, para seu estudo, Jones o investigou como um potencial biomarcador de queloides.

Ele e a equipe examinaram amostras de tecido fresco queloidal e normal para a expressão do gene.
Três das cinco amostras de queloide apresentaram uma grande redução na expressão do gene quando comparadas às normais.

A expressão do AHNAK foi consistente com a metilação, um processo que permite aos investigadores procurar anormalidades genéticas dentro de amostras tumorais. “Identificar esse gene dessa forma coloca a nossa investigação um passo mais perto de sair do balcão de laboratório para as mesas de cabeceira dos pacientes”, aposta Jones.

Segundo Murilo Drummond, professor titular do Instituto de Pós-Graduação Carlos Chagas e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, é preciso ter muita calma com as perspectivas do estudo. A terapia genética ainda não é uma realidade da clínica médica dermatológica, ressalta ele.

“No momento, não aplicamos isso, pois consideramos ainda em fase anterior de investigação.

Ele explica que o queloide é uma forma anormal de cicatrização com uma predisposição genética. Costuma ser mais com comum na raça negra, mas pode acometer todas as pessoas. “Desde criança, com facilidade, se percebe (o problema) até mesmo em uma picada de inseto, um machucado. É importante saber se a pessoa tem essa predisposição”.

Drummond ressalta que, identificada a tendência, se no futuro a pessoa precisar fazer uma cirurgia maior, ela poderá tomar algumas providências para evitar o problema.

Queloide: pesquisa desenvolve nova terapia que evita falha na cicatrização

Machucado selado

Contribuem efetivamente para o processo de cicatrização de ferimentos. São ativados por mediadores químicos de cicatrização, se deslocam até a região ferida da pele e ficam hipertrofiados (excessivamente desenvolvidos). Assim, produzem enorme quantidade de fibras e substância amorfa.
Em pouco tempo, a lesão é envolta por uma rede de fibroblastos e pequenos vasos sanguíneos.
Os fibroblastos grandes passam, então, a se contrair facilmente, o que sela a lesão.

Risco de confusão

Mesmo sendo um problema de certa forma comum, o queloide é objeto de confusão entre os pacientes e até mesmo os médicos. Em muitos casos, a marca em destaque não se trata do problema, mas de uma cicatriz hipertrófica. “Nela, a pessoa se machuca e fica uma cicatriz feia. Ela, porém, é molinha, possível de mexer.

Não tem esse aspecto de madeira que tem o queloide”, diferencia o dermatologista Murilo Drummond.

A cirurgia é uma opção viável para a cicatriz hipertrófica quando outros tratamentos tópicos não surtem efeito. Segundo a cirurgiã membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Andrea Yuan, o resultado, nesse caso, é muito melhor. A cirurgia plástica para o queloide é o último recurso.
“Ainda assim, é comum chegar a esse ponto, especialmente se for grande.
O queloide aparece muito no ombro, na região torácica e na face.
Então, tende a ficar muito visível e incomodar.

Segundo Yuan, há casos que não são resolvidos nem com cirurgia. “Às vezes, a cicatriz que deixamos para retirar o queloide pode ficar maior que a anterior e ainda pode voltar a aparecer o problema nessa segunda cicatriz”, explica. A cirurgiã conta que, para evitar esse problema, se recomenda preparar a prevenção antes mesmo da cirurgia.
“Acabou o procedimento já pode começar a radioterapia e as injeções de corticoide na cicatriz”, diz.

Terapias diversas

“A grande questão está em identificar se é uma cicatriz queloidiana ou hipertrófica. A última não tem o fator genético. Na primeira, há um aumento da produção de fibras durante a cicatrização, que ultrapassa o limite da ferida. Existem formas de prevenir ou mesmo, se já existe o queloide, regredir a situação.
Pode ser colocada, fita de silicone ou de corticoide, que inibem o processo inflamatório.
Uma vez que foi formado, há a indicação de cirurgia ou de injeção de corticoide.
Também temos a opção de radioterapia”.
Helena Costa, membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia.

Células-tronco podem agilizar processo de cicatrização

A descoberta pode reduzir o tempo de hospitalização dos pacientes e também evitar que feridas dolorosas se abram novamente, além de ser utilizada em cirurgias plásticas

Uma espécie de costura cicatrizante, que pode tratar feridas de forma mais rápida e eficaz, foi patenteada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para demonstrar a eficácia da técnica, os especialistas introduziram no intestino de ratos um fio cirúrgico colado com células-tronco.
Na primeira etapa da pesquisa, feridas que demorariam até 10 semanas para fecharem, cicatrizaram em três dias.
A descoberta pode reduzir o tempo de hospitalização dos pacientes e também evitar que feridas dolorosas se abram novamente, além de ser utilizada em cirurgias plásticas.

Na prática, os animais receberam pontos (sutura) ao redor do local da lesão. O resultado surpreendeu. A regeneração do tecido foi bem mais rápida que a obtida com recursos convencionais e, em alguns casos, não deixou marcas. O método também se mostrou mais eficaz do que um processo semelhante testado por pesquisadores espanhóis.

“Em três dias, os fios com células-tronco provocaram uma regeneração das feridas da ordem de 70%.
Em 21 dias, as feridas haviam reduzido em 90% ou fechado totalmente”, diz Ângela Cristina Luzo, professora de pós-graduação em ciências da cirurgia na Faculdade de Medicina da Unicamp, que orientou o aluno Bruno Bosch Volpe no estudo, resultado de seu mestrado.

O fio de sutura usado é enriquecido com células mesenquimais. “São células-tronco adultas, encontradas em todos os tecidos do organismo humano, sendo suas principais fontes a medula óssea, o sangue do cordão umbilical e o tecido adiposo”, explica Volpe.
De acordo com ele, a adoção do material na terapia celular vem crescendo muito, uma vez que essas células apresentam um cultivo fácil, além de ter crescimento rápido.

“Também não enfrentam os problemas éticos que encontramos nas células-tronco embrionárias”, ressalta.
O pesquisador conta que o grande desafio foi modificar a concentração dos reagentes da cola de fibrina usada para aderir e prender as células no fio cirúrgico.
Foram testadas várias concentrações, até que se chegasse a um resultado ideal.

“Com a mudança da concentração, conseguimos que um grande número de células ficasse preso ao fio e, assim, fosse transferido para o local da lesão”, comemora.

De acordo com Ângela Luzo, as células-tronco podem ser obtidas do próprio organismo do paciente em um processo simples, como a lipoaspiração. O próximo passo do estudo será desenvolvido no trabalho de doutorado de Volpe, quando será avaliado o processo de liberação de substâncias pela célula que melhoram a vascularização dos tecidos.

Nessa etapa futura, serão feitos testes com humanos, passo fundamental para que o método seja utilizado no mercado. “Assim que tivermos a liberação do comitê de ética, iniciaremos os testes”, conta o especialista.
Como nas feridas intestinais (fístulas) estudadas já houve a aplicação de células-tronco na Espanha, a expectativa é de que a liberação do teste em humanos seja mais rápida.

O que se espera é que, quando estiver acessível, a nova tecnologia permita um tratamento para feridas mais simples e menos doloroso, reduzindo o tempo de recuperação dos pacientes e melhorando a qualidade de vida.

Estima-se que, em média, 2% dos pacientes submetidos a cirurgias no intestino desenvolvam fístulas que podem ser tratadas com o método, mas esse número pode chegar a 20% no caso de pacientes de risco, que fazem uso de medicamentos imunossupressores, estão debilitados pelo câncer ou são portadores de doenças específicas.

Costura mágica

Veja como funcionará a técnica quando puder ser aplicada em humanos:

  • Os pesquisadores extraem células-tronco mesenquimais de tecido adiposo.
    Elas são encontradas em todos os tecidos do organismo humano, sendo as principais fontes a medula óssea, o sangue do cordão umbilical e o tecido adiposo
  • Um fio cirúrgico funciona como carreador das células-tronco
  • Em uma concentração ideal para permitir o transporte de muitas células, cola de fibrina reveste o fio
  • As células-tronco aderem ao fio e, depois da sutura ou dos pontos, são transferidas para a ferida
  • A ferida se fecha mais rapidamente pelo método da sutura com células mesenquimais

O que são queloides?

Os queloides são respostas cicatriciais anômalas e exacerbadas, constituídas por lesões fibroelásticas salientes, de cores rosadas, avermelhadas ou escuras que podem ocorrer sobre quaisquer cicatrizes na pele. São cicatrizes aberrantes que acontecem apenas nos seres humanos.
Apesar de benignas, não contagiosas e indolores, constituem um problema estético de grande importância.

Queloide: pesquisa desenvolve nova terapia que evita falha na cicatrização

Nem toda cicatriz feia é queloide. O verdadeiro queloide é uma cicatriz grassa, em alto relevo, endurecida, avermelhada e que frequentemente apresenta coceira ou dor.

Costuma surgir a partir de 14 a 21 dias da lesão (trauma ou cirurgia), inicia como uma cicatriz avermelhada que se torna cada vez mais elevada, com coceira intensa, e que aos poucos vai se estendendo além dos limites iniciais da cicatriz.
Essa última é a característica mais marcante do queloide, ultrapassar o limite da cicatriz original.

Tem maior prevalência em negros e asiáticos e afeta preferencialmente áreas de pela espessa e tensa, como os ombros, as costas, a área entre as mamas.
Apesar de não se enquadrar nestas características, a orelha também é área frequentemente acometida.

O queloide não costuma apresentar involução com o tempo (um processo de regressão orgânica), ficando sempre com volume exacerbado e inestético.

Muito parecida e frequentemente confundida com o queloide é a cicatriz hipertrófica. Também em alto relevo, avermelhada, apresentando coceira, de início nas primeiras semanas de cicatrização, este tipo de cicatriz fica delimitada à cicatriz original, não se estendendo além dela.

Menos intensa que o queloide, tem evolução favorável, como o tempo (meses) vai clareando e aplainando, acabando como uma cicatriz plana, muitas vezes alargada.
Acomete todo tipo de raça e tem predominância em áreas onde a pele está tensa.

Quais são as causas dos queloides?

Os queloides parecem ter um forte componente genético e geralmente têm a sua formação no interior dos tecidos, em cicatrizes em que a pele tenha sofrido algum corte, abertura ou lesão; como em queimaduras, doenças como a varicela e a acne, furos nas orelhas ou para colocação de piercing, arranhões, cortes cirúrgicos, feridas traumáticas, locais de vacinação, etc.
Os queloides se caracterizam pela produção exagerada de fibroblastos, que são células que produzem o colágeno.

Quais são os principais sinais e sintomas dos queloides?

Queloide: pesquisa desenvolve nova terapia que evita falha na cicatrizaçãoOs queloides ocorrem em ambos os sexos, embora seja relatada uma maior incidência no sexo feminino.
Quase sempre eles se localizam em locais de lesões prévias da pele, sejam acidentais, cirúrgicas, provocadas por doenças, por abrasões ou inflamações, no entanto, mais raramente, os queloides podem também ocorrer em regiões de pele íntegra.
As lesões que estão sobre o local de um machucado ou ferimento na pele apresentam-se como protuberâncias salientes de consistência endurecida e superfície lisa e cor vermelha, rosada ou semelhante à pele.
Os locais mais comuns em que surgem os queloides são a região do esterno, os ombros, as orelhas e a face.
As lesões podem coçar.

Como o médico diagnostica os queloides?

O diagnóstico de queloide depende de uma observação direta da lesão. Porém não é fácil diferenciar entre queloide e cicatriz hipertrófica, tanto ao microscópio ótico quanto ao eletrônico.

O queloide pode alastrar-se além da área da lesão e pode não regredir, enquanto que a cicatriz hipertrófica é limitada à área do trauma e em muitos casos regride com o tempo.
Uma biópsia da pele pode ajudar a descartar outras formações patológicas que ocorrem na pele.

Como o médico trata os queloides?

O tratamento dos queloides representa um desafio para os médicos. Eles são difíceis de erradicar e mesmo quando retirados cirurgicamente, tendem a recidivar. Existem várias técnicas para tratar os queloides, à escolha do médico.
Dentre elas pode-se citar a remoção cirúrgica, a radioterapia, a crioterapia, o gel de silicone, a injeção intralesional de agentes diversos e a laserterapia ou a malha de compressão, em casos de queimaduras.
O queloide não tem cura, no entanto, existem alguns tratamentos, como injeções de corticoides ou cirurgia, que ajudam a tornar a cicatriz queloide menos visível.

Queloide: pesquisa desenvolve nova terapia que evita falha na cicatrização

Como tratar a cicatriz com queloide

O queloide deve ser tratado por um dermatologista e, normalmente, o tratamento pode ser feito com:

Pomadas para queloide: como Cicatricure gel, Contractubex, Skimatix ultra, C-Kaderm, ou Kelo Cote, que ajudam a alisar e disfarçar a cicatriz;

Injeções de corticoides: são feitas injeções no tecido da cicatriz para reduzir a inflamação local, fazendo com que a cicatriz fique mais plana. Geralmente, são feitas 3 sessões com intervalos de 4 a 6 semanas, mas algumas cicatrizes queloides podem necessitar de mais tempo para disfarçar;

Curativo de silicone: são folhas de silicone que devem ser aplicadas sobre a cicatriz queloide durante 12 horas por dia até cerca de 3 meses, para diminuir a vermelhidão da pele e altura da cicatriz;

Cirurgia: só deve ser utilizada em último caso ou para complementar outro tipo de tratamento, uma vez que existe o risco de criar uma nova cicatriz ou piorar o queloide existente.

Além disso, para ajudar a disfarçar ou tirar o queloide deve-se utilizar protetor solar com fator de proteção 30, todos os dias, e evitar cortes ou feridas sobre a cicatriz, para não estimular o seu crescimento.

Antes de qualquer cirurgia, o cirurgião deve avaliar o risco de queloide do paciente, através dos antecedentes pessoais e familiares, assim como da avaliação do tipo racial e de pele. Porém, caso aconteça a infelicidade da cicatriz evoluir para um queloide, o cirurgião plástico tem um arsenal de formas para combatê-lo.
Desde cremes, adesivos de corticoides, injeções, placas de silicones, até um tipo de radioterapia específica para a pele, chamada de Betaterapia.
Para quem já tem o queloide formado, o melhor é retirá-lo com cirurgia e logo em seguida fazer a Betaterapia.

O que é betaterapia?

Betaterapia é um tratamento que utiliza energia emitida por elétrons, para prevenir a formação de queloide e cicatriz hipertrófica.

Queloide: pesquisa desenvolve nova terapia que evita falha na cicatrizaçãoO procedimento anula a proliferação anormal de células colágenas, responsáveis pelos queloides (cicatrizes maiores que podem ser avermelhadas, escuras, rosadas ou até mesmo brilhantes). Assim, a cicatrização acontece de forma tranquila e o risco de formação de queloide é de apenas 3%.

O tratamento por betaterapia é realizado com um aparelho de fonte radioativa, geralmente de estrôncio, que emite raios beta na camada da pele, onde estão as células responsáveis pela formação de cicatrizes. Uma placa de 1,5 cm é colocada em contato com a área afetada.

Porém, antes de iniciar o procedimento, a cicatriz deve ser retirada com cirurgia, para a terapia ajudar na cicatrização correta do local.
As sessões são realizadas com intervalos de 24 horas e o tempo dispensado depende do tamanho da marca.
Em média, são necessárias dez repetições.

A médica oncologista e especialista em radioterapia Silvana Maria Trippi Moraes Gotardo garante que o tratamento é completamente seguro e pode ser feito em qualquer região do corpo, pois os raios penetram apenas na pele. Mesmo assim, existe uma ressalva: ele deve ser iniciado até 48 horas após a realização da cirurgia.
“É o período em que essas células, os fibroblastos que causam as queloides, começam a se proliferar”, explica.

Ainda de acordo com Silvana, o único efeito colateral é que durante o período da terapia pode aparecer um “discreto escurecimento da pele, que some em alguns dias”.

A empresária Beth Steffen fez betaterapia há três anos e meio, após o aparecimento de um queloide na orelha, fruto de uma operação plástica no rosto. “Ficou um quelóide feio, então, meu médico indicou uma clínica em São Paulo para fazer betaterapia. Aquilo me incomodava bastante, porque era um vergão vermelho, feio.
Em volta da orelha tinha ficado tudo vermelho.
Fiquei uns três meses assim, até fazer o tratamento.
Hoje, não tenho nada”, declara.

Por não sentir dor, coceira ou ardor nas sessões, ela chegou até a suspeitar da eficácia do tratamento. Depois do resultado positivo, Beth afirma que vale a pena fazer sacrifícios para resolver problemas estéticos. “Nestes casos, você não imagina que é um problema seu. Muita gente fala que é culpa do médico, mas não é.
É uma reação do corpo, então, vale a pena fazer um sacrifício, dividir, parcelar o pagamento e ficar bem consigo mesma”, garante.

Segundo Jackeline Mota, dermatologista e diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo, a betaterapia é um método reconhecido cientificamente pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e seu sucesso varia de pessoa para pessoa.
“Assim como os outros tratamentos realizados para a diminuição do queloide, o resultado depende de uma resposta individual, daquele que está sendo tratado”, explica.

Como evoluem os queloides?

Embora os queloides não representem risco à saúde, podem afetar grandemente a aparência e serem, mesmo, desfiguradores. Em alguns casos, ao longo dos anos os queloides podem diminuir, ficarem mais lisos e menos visíveis.

  • A exposição ao sol faz com que o queloide fique mais escuro do que a pele no seu entorno.
  • A remoção do queloide pode produzir uma cicatriz ainda maior e mais anômala que a anterior.
  • Os queloides muito extensos podem causar limitação da mobilidade nas áreas afetadas do corpo.

Como prevenir os queloides?

Muitas vezes a prevenção não é possível, mas para toda cicatriz valem alguns cuidados:

  • Não arranhe a crosta em formação. Não coce a cicatriz, não tire as crostas formadas.
  • Adicione alimentos ricos em vitamina E à sua dieta (tomates, pimentões, ovo, fígado, sementes, cereais, etc.
  • Limpe a ferida e cubra-a com gaze limpa.
  • Se a cicatriz começar a transformar-se em queloide, fale logo com o seu dermatologista sobre o melhor tratamento a realizar.
    Existem algumas pomadas cicatrizantes que podem ajudar.
  • Se você ou algum membro da sua família é propenso ao desenvolvimento de queloides, procure não submeter-se a cirurgias evitáveis ou a perfurações da pele.
  • Evite fumar e tomar banhos de sol.

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Há a opção é retirar cerca de 90% do queloide. A ideia de manter os 10% é para evitar a reativação da cicatrização. A infiltração de corticoide em períodos de tempo determinados pelo médico vai ajudar a nivelar a cicatriz com a pele. Mesmo assim, há 30% de chances do queloide voltar.

Já o processo de retirada total do queloide seguido por uma radioterapia é o mais eficaz, mas tem o custo elevado.
As chances de o problema retornar são de apenas 10%, mas existem.

Grávidas que pensam na cesariana devem tomar seus cuidados com o processo de cicatrização, principalmente se o caso for comum na família.

Não se desespere. Pode ser uma cicatriz hipertrófica, muito confundida com o queloide. A diferença é que a cicatriz hipertrófica é menos intensa e regride sozinha com o tempo. Então, se houver alguma dúvida sobre o seu caso, o ideal é consultar um médico e saber qual o procedimento mais adequado.

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