Refluxo: em adultos e bebês. O que fazer?

Vinte milhões de brasileiros sofrem com aquela queimação no tórax que delata o problema, embora muitos não desconfiem do motivo nem o levem tão a sério. Mas saiba que consertá-lo é o caminho para apagar a azia e evitar que o incêndio culmine em doenças como o câncer.
 Condição que afeta a saúde digestiva está diretamente relacionada à alimentação desregrada e à obesidade.
 Especialista chama a atenção para dicas de alimentação e mudanças de hábitos que ajudam a evitar o incômodo.

Nos últimos 10 anos, a incidência da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) vem apresentando aumento constante, consequência dos maus hábitos alimentares e do crescimento acelerado dos casos de obesidade na população – uma epidemia global, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Fatores comportamentais como fumar, ingerir bebidas alcoólicas, consumir café, chocolate e gorduras em excesso, permanecer sentado por muito tempo, passar longos períodos em jejum e ingerir alimentos de maneira acelerada também têm colaborado para as estatísticas relacionadas à doença.

“A doença, negligenciada por muita gente, parece estar em franca ascensão. Isso porque anda de braços dados com maus hábitos que, infelizmente, permanecem em voga: a dieta gordurosa, o sedentarismo e o resultado dessa combinação, a obesidade.
Antes que um hipocondríaco se atreva a se autodiagnosticar, vale esclarecer que, se o fogaréu capaz de escalar abdômen acima ocorre somente de vez em quando, sobretudo depois daquela feijoada, trata-se de algo natural.
Todos nós temos esse refluxo ocasional”, tranquiliza o gastroenterologista Cláudio Bresciani, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.

O problema nasce quando essa tortura é recorrente e não depende só dos exageros à mesa. “Se acontecer mais de uma vez por semana, há uma suspeita da doença”, esclarece Nasi, que também atua no Hospital das Clínicas de São Paulo.
Tudo acontece porque o esfíncter, uma válvula que fica na divisa entre o esôfago e o estômago, relaxa demais em momentos inoportunos.
“Sua função é impedir a volta da comida”, diz Bresciani.
Ao perder a pressão, porém, ele deixa de funcionar direito e permite que o conteúdo gástrico retorne, contrariando a lei da gravidade.

O refluxo gastroesofágico (retorno do conteúdo gástrico para o esôfago) é provocado principalmente pelo relaxamento do esfíncter esofágico, músculo localizado no fim do esôfago que normalmente se abre para a passagem da comida e depois se fecha para evitar o retorno dos alimentos ou do suco gástrico.
Quando esse mecanismo apresenta algum problema de funcionamento, como o fechamento inadequado, o refluxo aparece.

O azar é do esôfago. “Ele não está acostumado a conviver com a acidez que vem do estômago”, observa o gastroenterologista José Galvão Alves, da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. O suco gástrico, essencial para a quebra dos alimentos, agride o tubo – e o pior é que ele pode subir com pedaços de comida.
Com o tempo, o esôfago fica refém de uma inflamação permanente, o que cria um ambiente perfeito para tumores.
“A irritação pode levar a alterações no órgão típicas de um quadro chamado esôfago de Barrett, o que aumenta o risco de um dos tipos mais comuns de câncer ali”, alerta o cirurgião oncológico Felipe Coimbra, diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do Hospital A.
Camargo, em São Paulo.

Embora frequentemente esteja acompanhada de azia, queimação ou mau hálito, a condição pode ser assintomática. Contudo, quando atinge a parte alta do esôfago, pode haver engasgo, rouquidão, pigarro e tosse crônica, já que o suco gástrico agride a laringe e as cordas vocais.
O líquido também pode entrar no pulmão, levando à asma, bronquite e até à pneumonia.

Mas para que esses sintomas possam realmente indicar a doença, é preciso apresentá-los várias vezes por semana e durante alguns meses seguidos. ”Parte do refluxo é fisiológico, comum e assintomático, todos nós temos em algum momento.
É necessário ficar atento quando os sintomas aparecem de forma frequente: eles não devem fazer parte do dia a dia”, explica o Dr.
Sidney Klajner, cirurgião do aparelho digestivo e vice-presidente da Diretoria Eleita do Einstein.

Apesar de o diagnóstico ser realizado por meio do relato dos sintomas, para avaliar a gravidade da doença e encontrar o melhor tratamento, o médico pode pedir alguns exames complementares, como a endoscopia digestiva alta. “Cerca de 20 ou 30% das pessoas podem apresentar exames normais, mas ainda assim ter a doença do refluxo.
Isso só quer dizer que o refluxo não causa alteração importante”, explica o Dr.
Angelo Ferrari Junior, clínico e endoscopista do Einstein.
Nesse procedimento o especialista poderá verificar se há alguma lesão causada pelo refluxo, como úlceras e esofagites, ou alterações anatômicas que predispõe à doença, como hérnia de hiato.

A pHmetria esofágica também pode ser solicitada. O exame mede a quantidade de ácido que ascende para o esôfago. Uma sonda inserida pelo nariz até o fim do órgão, ligada a um holter, medirá o pH da região durante 24 horas. De forma resumida, considera-se anormal a presença de refluxo (pH menor que quatro) acima de 4% do tempo total do exame (24 h).

As principais manifestações são:

  • Regurgitação de conteúdo ácido – refluxo de conteúdo estomacal que se é sentido na boca, causando sensação de azedume e amargor.
    Não se relaciona com náuseas e vômitos
  • Rouquidão, pigarro e tosse
  • Azia, que tem o nome técnico de pirose – sensação de queimação entre o queixo e o estômago, que é sentida por trás do osso presente no meio do peito (o esterno).
    É o sintoma mais comum.

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Tratamento

A definição do tratamento dependerá do resultado dos exames realizados. Os mais eficazes ainda são os medicamentos inibidores da produção de ácido pelo estômago.
 Em casos de hérnia de hiato grande, em pacientes jovens, ou naqueles que necessitam de doses altas de medicamentos, pode-se pensar na indicação de cirurgia, realizada geralmente por via laparoscópica.
“Hoje o acesso à medicação é grande e os remédios são muito eficazes.
Mas é importante ressaltar a necessidade de uma avaliação bem-feita, a fim de identificar alguma lesão ou não e optar pelo caminho mais adequado”, enfatiza o Dr.
Angelo.

Se não tratado, um quadro leve da doença poderá piorar com o tempo. Conforme vai se agravando, as alterações, como erosões e úlceras no esôfago, também se tornam mais perigosas à saúde geral. Pode haver estreitamento do órgão em decorrência de úlceras cicatrizadas, o que dificultaria a alimentação.
Outra situação é a mucosa do esôfago se transformar em mucosa gástrica, fenômeno conhecido como esôfago de Barrett (também chamado de síndrome de Barrett).
Os pacientes portadores dessa condição têm 30 vezes mais chance de ter câncer no esôfago do que uma pessoa sem o problema.

Independentemente do quadro, seguir a orientação dietética, combater a obesidade, alimentar-se de forma correta e evitar o cigarro são atitudes essenciais para que o tratamento seja eficaz e leve à extinção dos sintomas. Elevar 15 cm a cabeceira da cama também é uma medida indicada para impedir o refluxo.
Os médicos não aconselham o uso de travesseiros altos porque eles podem prejudicar a coluna, elevando apenas o pescoço e a cabeça e não o tronco.

Estômago cheio, náusea, queimação e dor torácica. Se você sente alguns desses sintomas, é sinal de que está com refluxo gastroesofágico, caracterizado pelo retorno de sucos gástricos, bebidas e comidas do estômago para o esôfago.
 Segundo o endoscopista Gustavo Andrade de Paulo, diretor da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), o problema ocorre quando o esfíncter esofágico não se fecha corretamente.

Como evitar

Por meio do exame de endoscopia é possível detectar a esofagite, consequência do refluxo. O especialista chama a atenção para dicas de alimentação e mudanças de hábitos que ajudam a fugir do incômodo.

Confira abaixo sete maneiras de evitar os sintomas do refluxo:

 – Procure comer mais vezes ao dia: O ideal é se alimentar de quatro a cinco vezes por dia, a cada três horas, e em pequenas porções. Comer demais pode piorar o refluxo.

 -Não durma depois das refeições: É comum o refluxo em pessoas que costumam dormir logo depois do almoço ou jantar. Isso ocorre devido à ausência de gravidade, facilitando o encaminhamento do conteúdo gástrico para o esôfago.

 – Diminua a quantidade de café, chocolate e cigarro: As substâncias presentes no cigarro e em bebidas como o café relaxam o esfíncter esofágico inferior, o que pode facilitar a volta dos alimentos.

 – Evite bebidas gasosas: Os gases ficam concentrados no tubo digestório, ocasionando a distensão do estômago, o que facilita o refluxo. Refrigerantes e águas com gás, portanto, devem ser evitados.

 – Evite alguns condimentos: Temperos como a pimenta podem estimular a produção da secreção de ácido pelo estômago, aumentando a chance de refluxo. Prefira incrementar a comida com ervas aromáticas.

 – Reduza a quantidade de frituras: Alimentos que contêm alto teor de gordura sobrecarregam o estômago e também relaxam o esfíncter, o que pode resultar no caminho contrário do alimento.

 – Fuja das roupas apertadas: Peças justas na região do abdômen, como calças, cintas e cintos, aumentam a pressão nessa região do corpo, facilitando o refluxo do ácido para o esôfago.

Refluxo: em adultos e bebês. O que fazer?

Refluxo no bebê. O que fazer?

Você acha que seu filho tem refluxo? Tenha calma. Não é qualquer volta de leite que o bebê apresenta que pode indicar que ele tem o problema.
“Os adultos confundem a regurgitação comum, que ocorre com cerca de 50% dos bebês e não interfere em seu desenvolvimento, com o refluxo gastroesofágico, que merece atenção médica e, algumas vezes, remédios”, alerta o pediatra Mauro Batista de Morais.
E até mesmo alguns médicos vêm fazendo confusão.

A questão é que os pais, ansiosos por natureza, ficam muito preocupados em ver o bebê devolvendo o alimento pela boca. Pensam que ele está doente e sofrendo. Se não encontram pela frente alguém para acalmá-los, tomam atitudes desnecessárias, como medicar o filho com o remédio que a vizinha usa ou trocar o peito pela mamadeira com leite engrossado.
“O leite materno é mais leve, por isso mais fácil de voltar.
Mesmo assim, é melhor o bebê regurgitar do que perder as vantagens da amamentação”, aconselha Mauro.

O que é comum?

A regurgitação ocorre porque a válvula entre o esôfago e o estômago, conhecida como esfíncter esofagiano, ainda está se desenvolvendo. Normalmente, após a passagem do leite, ele fecha e segura o líquido. Com a imaturidade, o esfíncter relaxa e não faz seu trabalho.
Por isso, o retorno de um pouco de leite após a mamada, quando o bebê arrota, ou mesmo um tempo depois em forma de “queijinho” é normal.
Trata-se de um tipo de refluxo fisiológico, ou apenas regurgitação, que acontece em algumas ou todas as mamadas.
Ela também ocorre porque nem sempre é possível notar que o bebê mamou em excesso e lotou o estômago.
Nesse caso, até um arroto mais intenso traz o líquido de volta.
Regurgitar não tem nenhuma conseqüência para o bebê e não causa desconforto.
Não há remédio que faça o esfíncter amadurecer mais rápido.
“O amadurecimento acontece entre os 6 meses e 1 ano.
Enquanto isso, é preciso paciência e fraldas extras”, diz o pediatra Glaucio Granja de Abreu.

É normal meu filho regurgitar?

Depende. O bebê pode regurgitar ou golfar um pouco de leite depois de mamar ou até acabar vomitando de vez em quando, sem causa aparente. Pode ser que às vezes ele tussa depois de regurgitar, como se o leite tivesse entrado pelo “buraco errado”.
 Isso tudo é normal e esperado em crianças de até 1 ano, por isso, se seu filho não tiver nenhum outro sintoma, não há com o que se preocupar.
 Só mantenha uma fraldinha ou paninho de boca sempre à mão para emergências, e não se esqueça de colocar uma blusa extra para você na sacola do bebê, para o caso de um “acidente”.

Tanto bebês que mamam no peito quanto bebês que tomam fórmula podem regurgitar ou ter refluxo. Algumas crianças, no entanto, regurgitam em grande quantidade, chegando a afetar seu ganho de peso, causando dores de garganta e até problemas respiratórios, o que já indica um quadro bem mais sério de refluxo.

Preciso falar com o médico?

É sempre bom comentar com o pediatra o que está acontecendo com o bebê, mas é preciso mais urgência na atenção às regurgitações se:

  • Seu bebê parecer não estar ganhando peso
  • O bebê chorar muito sempre depois de mamar
  • Ele estiver vomitando com muita frequência
  • Ele começar a ter muita tosse
  • Ele ficar irritado, curvando-se para trás, depois de mamar

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O diagnóstico do refluxo pode ser apenas clínico, ou seja, baseado no exame físico do bebê e na descrição dos sintomas. Existem outros exames para investigar o refluxo, como um raio-X do sistema digestivo (o bebê precisa tomar um contraste).

Você pode tentar em casa algumas medidas simples para ver se o problema melhora, como manter o bebê em posição ereta por 20 minutos depois de cada mamada e elevar um pouco a cabeceira do berço.

Outra estratégia é aumentar a frequência das mamadas para diminuir a quantidade de leite em cada uma delas — às vezes os bebês mamam demais de uma vez só, o que acaba provocando vômitos.

Alguns médicos sugerem ainda que a mãe elimine o leite de vaca de sua própria alimentação, porque os sintomas de refluxo podem ser causados por intolerância a certas proteínas presentes no leite de vaca, que passam para o leite materno. O mesmo se aplica a bebês que tomam fórmula.

Qual é a causa do refluxo?

A regurgitação ocorre porque a válvula entre o esôfago e o estômago, conhecida como esfíncter esofagiano, ainda está se desenvolvendo. Normalmente, após a passagem do leite, ele fecha e segura o líquido. Com a imaturidade, o esfíncter relaxa e não faz seu trabalho.
Por isso, o retorno de um pouco de leite após a mamada, quando o bebê arrota, ou mesmo um tempo depois em forma de “queijinho” é normal.
Trata-se de um tipo de refluxo fisiológico, ou apenas regurgitação, que acontece em algumas ou todas as mamadas.
Ela também ocorre porque nem sempre é possível notar que o bebê mamou em excesso e lotou o estômago.
Nesse caso, até um arroto mais intenso traz o líquido de volta.
Regurgitar não tem nenhuma conseqüência para o bebê e não causa desconforto.
Não há remédio que faça o esfíncter amadurecer mais rápido.
“O amadurecimento acontece entre os 6 meses e 1 ano.
Enquanto isso, é preciso paciência e fraldas extras”, diz o pediatra Glaucio Granja de Abreu.

Cerca de 50 por cento de todos os bebês apresenta algum tipo de refluxo, mas apenas em uma pequena porcentagem ele se torna um problema sério. Aos 10 meses, somente cerca de 5 por cento dos bebês ainda sofre com o refluxo.

Existe algum tratamento médico para o refluxo?

Nos casos mais graves, o pediatra pode receitar antiácidos, medicamentos anti-refluxo, produtos para engrossar um pouco o leite ou fórmulas anti-refluxo já prontas. Só use esse tipo de tratamento sob a orientação do médico. Talvez o pediatra prefira encaminhar o bebê para um gastroenterologista, que possa prescrever outros tipos de medicamentos.

Crianças só são tratadas quando o refluxo realmente atrapalha a vida delas. Existem bebês que simplesmente regurgitam mais que os outros, mas não têm nenhum outro desconforto e se desenvolvem normalmente. Nesse caso, o tratamento não é necessário.

O refluxo é grave?

É importante acompanhar atentamente o ganho de peso de bebês com refluxo. Alguns bebês não engordam o suficiente porque não conseguem manter muito leite no estômago, e outros acabam perdendo o apetite por causa do desconforto causado pelo ácido.
 Existe também o risco de desenvolver esofagite, uma inflamação da mucosa do esôfago, que pode ser persistente e provocar problemas mais sérios no futuro.

Se a regurgitação ou o vômito entrarem no sistema respiratório, o bebê pode adquirir problemas como pneumonia, tosse persistente à noite, sinusite (em crianças maiores) ou otite, por isso é bom ficar de olho em sinais dessas doenças. O ácido estomacal também pode prejudicar o esmalte dos dentes da criança.

Em casos raros, o conteúdo gástrico não chega a sair na forma de regurgitação, mas fica entrando nas vias respiratórias, causando problemas. Por esse motivo, no caso de infecções respiratórias recorrentes ou tosse, a possibilidade de refluxo deve ser levada em conta.

Mais que tudo, o refluxo pode dificultar muito a vida da família toda, pois os pais não conseguem aliviar o desconforto da criança, além de terem de lidar com o estresse de alimentá-la e mantê-la limpa.
O consolo é lembrar que o refluxo vai embora sozinho, e um dia a choradeira, o cheiro de azedo e as constantes fraldinhas sujas serão só uma lembrança distante no seu passado.

Como evitar o refluxo no bebê?

Apesar de muito comum, o refluxo pode ser facilmente evitado. A primeira medida é fazer o bebê arrotar imediatamente.
“É só ficar uns 10 ou 15 minutos com o bebê no colo, na posição horizontal, e logo depois, quando ele dormir, deitá-lo de barriga para cima”, explica Lucília Santana Faria, pediatra e coordenadora da UTI pediátrica do Hospital Sírio-Libanês (SP).
Ela explica que, ao contrário do que muitos pensam, a posição de bruços deve ser evitada, para evitar que o bebê sufoque.
Outra dica da pediatra é evitar trocar o bebê imediatamente.
Já no caso de bebês que dormem durante a mamada, por exemplo, a recomendação é não colocá-lo imediatamente na cama e segurá-lo no colo por alguns minutos, na posição vertical.

E quando o refluxo é patológico? Nesse caso, o problema precisa ser diagnosticado por um especialista por meio de exames específicos e tratado com medicamentos. Casos mais graves podem precisar de cirurgia. “Um dos sinais de alerta para diagnosticar casos de refluxo patológico é quando o bebê vomita demais”, explica Lucília.
Nesses casos, além de colocá-la de barriga para cima, também é recomendável usar travesseiros especiais anti-refluxo e elevar o colchão, para que a criança não fique totalmente na posição vertical.

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