Saúde dos olhos: cuide bem da sua visão

Alerta: conheça as principais ameaças que podem afetar sua visão e saiba como tratá-las. O brasileiro cuida pouco da visão, indica uma recente pesquisa. A seguir, saiba detectar possíveis problemas, mas lembre-se: a ajuda de um oftalmologista é essencial! A visão é o sentido mais requisitado na vida contemporânea.
Cerca de 80% de tudo que está à nossa volta é recebido pelos olhos, que enviam a informação ao cérebro para ser processada.
Mas, bombardeados com imagens, símbolos e informações digitalizadas, eles andam sobrecarregados.
Somam-se a isso os agentes agressores, que crescem com a poluição e a secura do ar.
A visão, então, deveria receber tratamento vip.
Não é o que acontece: 64 milhões de brasileiros nunca foram ao oftalmologista e 20 milhões estiveram ali uma única vez.
Isso significa que quase metade da população (46%) não faz check-up para prevenir doenças, segundo revelou uma pesquisa realizada  em 2011 pelo Ibope a pedido da Sociedade Brasileira de Glaucoma.
O levantamento, que ouviu 2 002 brasileiros, revelou que a desinformação é grande.
Por exemplo: 40% das mulheres supõem que é possível voltar a enxergar após tratar o glaucoma.
“Ele até pode ser controlado, mas a visão perdida não é mais recuperada.
Daí a importância de detectar o problema o quanto antes”, diz o oftalmologista Vital Paulino, presidente da sociedade.
Embora a hereditariedade tenha peso alto no aparecimento dos distúrbios, a recomendação dos especialistas é aprender a poupar os olhos, conhecendo melhor as ameaças para saber como se esquivar delas.

Você sabe como o olho funciona?

Conheça as estruturas responsáveis pela visão:

Ela é um dos cinco sentidos do ser humano e a responsável por sua interação com o mundo que o rodeia. Para ter uma visão livre de complicações, é preciso cuidar da saúde de cada uma das estruturas que compõem o olho. Confira a função de cada uma delas:

Saúde dos olhos: cuide bem da sua visão

 – CVS – Computer Vision Syndrome

O nome completo, em inglês, é computer vision syndrome. Trata-se de um mal que ataca o usuário do computador, smartphone e tablet, provocando vermelhidão, ardor, fadiga ocular, coceira e dor de cabeça. Ainda deixa a imagem desfocada ou dupla. A culpa não é da tela.
“Em atividades que exigem o foco para perto, piscamos 20% menos, e isso reduz a lubrificação do olho”, explica o oftalmologista Fernando Tarcha, da Faculdade de Medicina do ABC.
Quem tem astigmatismo, miopia e hipermetropia sofre mais, pois faz esforço extra para enxergar.
Se o grau dos óculos estiver inadequado, as dificuldades aumentam.
Repouso e analgésico aliviam.
Mas o melhor é prevenir: a cada hora de trabalho, é preciso dar uma parada, piscar, desviar da tela e mirar o infinito.
O monitor deve ficar a uma distância de 50 a 65 centímetros do nariz e um pouco abaixo dos olhos.
O médico pode indicar um colírio para lavar, nutrir e proteger.

Por que a CVS acontece?

A visão não foi criada para encarar uma tela de computador durante muitas horas. Monitores são compostos de pixels (minúsculos pontos) nos quais o olho não consegue foco. O usuário de computador tem que “focar e refocar” para manter as imagens bem definidas. Isto resulta em tensão dos músculos do olho.
Adicionalmente, depois do uso prolongado do computador, é diminuída a freqüência de piscar, que causa olhos secos e doloridos.
Como resultado, a habilidade para focar diminui e podem ocorrer dores de cabeça e no pescoço.

Quem corre risco de apresentar CVS?

Qualquer pessoa que passa aproximadamente duas horas por dia em um computador está em risco de desenvolver CVS. As causas destes sintomas são uma combinação de:

  • Problemas visuais (miopia, hipermetropia, presbiopia, etc.
    );
  • Condições inadequadas de uso (iluminação, posição);
  • E hábito de uso do computador impróprios (por horas sem descanso).

CVS pode ser prevenido?

Quando trabalhando no computador, há certas medidas preventivas que podem reduzir o cansaço visual.
 Algumas boas dicas são:

  • Posicionar o monitor 50 a 60 centímetros dos olhos;
  • O topo do monitor deve estar na altura dos olhos ou ligeiramente abaixo;
  • Se você usa documentos junto ao computador, procure mantê-los perto da tela (como com pranchetas com apoio ou suportes presos diretamente na lateral do monitor).
    Estes minimizam os movimentos da cabeça e dos olhos;
  • Ilumine bem a sala do computador;
  • Minimize os reflexos na tela, alterando a posição do monitor ou das luzes;
  • Evite o ofuscamento.
    Cuidado com luzes incidindo direto sobre os seus olhos (como luminárias de mesa);
  • A tela do computador é um grande coletor de pó e deve ser limpa freqüentemente para melhorar a visibilidade;
  • Se necessário, utilize um filtro anti-reflexo na tela do computador;
  • Descansos periódicos são importantes.
    O uso do computador requer longos períodos com cabeça, olhos e corpo imóveis, o que costuma ser fatigantes;
  • Além das mudanças da sala e do computador, pode ser necessário o uso de óculos;
  • Para continuar usando tranquilamente o seu computador, é importante procurar seu oftalmologista e verificar se não está com problemas oculares ou necessitando de óculos, ou alteração do grau atual.

Podemos ver cores alteradas após o uso do computador?

Algumas pessoas notarão temporariamente que objetos brancos ou pretos parecerão tingidos após o uso do computador por uma hora ou mais (efeito de McCollough). Estas cores geralmente são complementares (opostas) às cores dos caracteres ou imagens do monitor. Não são sinal de doença ocular, de lesão nos olhos ou de cansaço visual.

São necessários óculos especiais para usar o computador?

Se uma pessoa de idade está usando óculos desenhados para leitura, eles podem não obter foco no vídeo, que costuma estar a maior distância dos olhos. Se a mesma pessoa usa bifocais (com a visão para perto na parte inferior), ela precisará elevar a cabeça para utilizar a parte adequada do óculos.
Estas situações causam problemas óbvios que podem ser facilmente resolvidos com o uso do óculos adequado.
Estes óculos não são especiais para o computador, mas tem seu grau adaptado pelo oftalmologista para a distancia do monitor.
Seu oftalmologista pode prescrever os óculos corretos para você.
Além do exame dos olhos, seu oftalmologista poderá diagnosticar se o desconforto que você sofre com o uso do computador é devido ao simples cansaço visual (que não traz outros problemas), ou se outras doenças estão presentes.

 – Olho seco

O ar condicionado e a baixa umidade do ar agravam essa doença. “É caracterizada pela deficiência na produção de lágrimas e pode provocar lesão na córnea”, afirma o oftalmologista André Berger, de São Paulo.
Afeta 30% da população e é mais comum a partir dos 40 anos, em mulheres na pós-menopausa e em quem toma diuréticos, antidepressivos e remédios para emagrecer.
O sinal de alerta é a sensação de areia no olho, coceira, ardência, intolerância à luz e visão turva.
Esses são alguns dos sintomas da Síndrome do Olho Seco, um dos problemas mais comuns nas clínicas de oftalmologia e facilmente confundidos com alergias oculares.
Ocorre quando a película que lubrifica o olho não funciona corretamente: a umidade torna-se insuficiente e a visão pode ficar prejudicada.
Pode haver lacrimejamento: “É uma lágrima emergencial, como a do choro, sem os nutrientes para lubrificar os olhos”, diz o médico.
A lágrima serve para proteger, nutrir e limpar os olhos.
Ela impede a proliferação de fungos e bactérias.
Portanto quando não há lubrificação correta dos olhos, eles ficam suscetíveis a infecções e lesões na córnea.
O tratamento é feito com colírios lubrificantes e umidificadores de ambiente.

Atenção as causas

Baixa umidade do ar, vento, fumaça de carros, locais ensolarados e ar condicionado aumentam a evaporação das lágrimas. Outros fatores podem provocar ou agravar o olho seco, como:

  • Uso de lente de contato.
  • Medicamentos como antidepressivos.
    pílulas para dormir, anestésicos e pílulas anticoncepcionais.
  • Idade avançada.

Não deixe piorar

Após diagnosticada a Síndrome do Olho Seco, por meio de um exame que mede a lubrificação dos olhos, o oftalmologista indicará qual o melhor tratamento. Os colírios a base de lágrimas artificiais são os mais indicados, porém, em casos mais graves, os pontos lacrimais podem ser fechados, para que haja um reservatório de lágrimas.
Quem trabalha em frente ao computador por muito tempo (mais de 4 horas) deve tomar alguns cuidados:

  • Descanse os olhos durante 5 minutos para cada hora em frente à máquina.
  • Prefira usar óculos, ao invés de lentes, quando for utilizar o computador.
  • Evite ventiladores ou ar condicionado direto sobre seu rosto quando estiver usando o computador.
  • Regule para o máximo de contraste e não de brilho.

O contrário nos bebês

É comum notar os olhos dos bebês lacrimejantes, mesmo que eles não estejam chorando. Esse excesso de lubrificação nos olhos pode ser resultado de uma obstrução na região entre os olhos e o nariz (o ducto naso-lacrimal). Massagens na região podem aliviar os olhinhos constantemente molhados.
Basta colocar o dedo indicador sobre os pontos lacrimais e descê-los para a asa do nariz.
Porém, se além das lágrimas o bebê apresentar outro tipo de secreção ou olhos vermelhos, pode ser sinais de infecções como a conjuntivite.
Procurar um pediatra é o melhor a fazer.
Geralmente, os sintomas não necessitam de tanta preocupação, pois é normal infecções oculares leves em bebês e colírios devem curar o problema.
Mas lembre-se de que a mesma dica para os adultos vale para as crianças: não utilize medicamentos sem recomendação médica!

 – Conjuntivite

Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva (membrana que envolve a parte branca do globo ocular). Há casos em que uma hemorragia subconjuntival pode ser confundida com conjuntivite.
Esta hemorragia provoca vermelhidão nos olhos, devido ao rompimento de vasos sanguíneos por traumatismo ou mudança de pressão no interior da cabeça (por estresse, choque ou esforço físico, por exemplo).
Apesar do aspecto, geralmente a hemorragia é inofensiva e desaparece por si.

Quais os tipos?

Existem três tipos da doença, de acordo com as formas de contágio.  São eles: Conjuntivite infecciosa, desencadeada por uma bactéria ou vírus e altamente contagiosa; conjuntivite alérgica, geralmente em pessoas predispostas, com histórico de outras alergias; e conjuntivite tóxica, resultado do contato direto com algum agente tóxico.
Leia mais sobre cada um dos casos:.

Conjuntivite infecciosa – É transmitida por vírus (mais frequentemente) ou bactérias e pode ser contagiosa. Nestes casos, a contaminação se dá pelo ar, especialmente em ambientes fechados, pelo uso de objetos contaminados, pelo contato direto com pessoas contaminadas e até mesmo pela água da piscina.
 Existem diferenças entre os vírus, sendo que alguns se mostram mais agressivos e provocam grande desconforto ao paciente.
A doença pode apresentar-se na forma aguda ou crônica e os sintomas são: olho vermelho, coceira, lacrimejamento, sensibilidade à luz e secreção branca ou amarelada.
Também podem ocorrer febre, dor de garganta e dores pelo corpo.
Normalmente, a pessoa acorda com os olhos grudados devido à secreção.
Este tipo de conjuntivite requer alguns cuidados especiais que podem evitar a transmissão.

Conjuntivite alérgica – Cosméticos, poeira, fumaça e o cloro da piscina podem acarretar reações como coceira, vermelhidão, inchaço da pálpebra e sensibilidade à luz. Mais comuns em crianças com asma ou rinite, as alergias também se manifestam na vida adulta.
“Há colírios antialérgicos eficazes, mas não devem ser usados por conta própria”, avisa o oftalmologista Edmundo Velasco Martinelli, diretor da Clínica Laser Ocular, em Santo André.
Vale investigar o causador da crise.
Se a suspeita recai sobre o rímel ou o creme da área dos olhos, por exemplo, suspenda o uso e avise o médico.
 Geralmente ocorre nos dois olhos e em pessoas predispostas à alergia (que já têm rinite, bronquite e/ou outras atopias).
Não é contagiosa, ou seja, não passa de uma pessoa para outra e nem de um olho para o outro, mesmo que em alguns casos se apresente antes em um olho e depois no outro.
Nas conjuntivites alérgicas os sintomas são a coceira nos olhos e/ou pálpebras, olhos vermelhos e secreção (geralmente pegajosa e clara).
Pode haver períodos de melhora e reincidência.
Nestes casos, é importante que a causa da conjuntivite seja encontrada, pois pode variar de pessoa para pessoa.

Conjuntivite tóxica – Este tipo de conjuntivite é causado pelo contato direto com o agente tóxico. Muitas vezes este agente pode ser medicamentoso, como o colírio, por exemplo.
Em alguns casos, este tipo de conjuntivite ocorre em recém-nascidos devido ao uso obrigatório do colírio (Nitrato de prata 1%) no momento do nascimento.
O sintoma é olho(s) vermelho(s) e irritado(s).
 Entre as substâncias mais comuns que causam a conjuntivite tóxica podemos citar alguns produtos de limpeza, fumaça de cigarro e poluentes industriais.
 A pessoa com conjuntivite tóxica deve se afastar do agente causador e lavar os olhos com água abundante.
Se a causa for medicamentosa, deve-se suspender o uso, sempre mediante orientação médica.

Os sinais

Dentre os principais sintomas desencadeados pela doença estão olho vermelho e lacrimejante, presença de secreção, inchaço nas pálpebras, visão borrada e intolerância à luz. Na conjuntivite viral, a secreção é esbranquiçada e em pequena quantidade. Com o tratamento, tende a cessar em 15 ou 20 dias.
Já a conjuntivite bacteriana apresenta secreção abundante, de cor amarela, que desaparece de 5 a 7 dias após iniciado o tratamento.

Tratamento

O tratamento é feito, na maioria das vezes, apenas com colírios, que devem ser receitados pelo médico, já que de acordo com a causa existe um medicamento específico. Por essa razão, ao notar os primeiros sintomas da doença, procure um especialista e siga o tratamento recomendado.
Jamais faça uso de pomadas, colírios ou compressas sem orientação médica, pois podem agravar o quadro clínico.

É possível prevenir?

Não é uma tarefa fácil, mas algumas medidas são capazes de reduzir as chances de contrair a doença. “A prevenção da conjuntivite infecciosa consiste em evitar o contato com a pessoa contaminada, evitar levar as mãos aos olhos e, principalmente, na higienização das mãos e dos olhos.
A alérgica exige não entrar em contato com o que desencadeia”, esclarece a oftalmologista Franciele Vegine.

 – Glaucoma

É a principal causa de cegueira e aparece a partir dos 40 anos. No país, há 1 milhão de pessoas com glaucoma, mas apenas 50% estão em tratamento. Sem alarde, ele destrói as fibras do nervo óptico, que levam as informações visuais ao cérebro.
Segundo Vital Paulino, a pressão alta no olho é fator de risco, apesar de não ser condição obrigatória; o quadro também se manifesta em pessoas com pressão intraocular normal.
Exames periódicos de fundo de olho flagram os primeiros sinais.
O controle é feito com colírios, laser e cirurgia.
A visão vai sofrendo um estreitamento da periferia em direção ao centro.
isso é o que o glaucoma causa.
O problema pode ser caracterizado como uma doença progressiva que acomete o nervo óptico, que é a parte do olho responsável por levar a informação visual até o cérebro.
No glaucoma, geralmente a pressão intra-ocular aumenta e as células do nervo óptico ficam comprimidas e se danificam, o que, com o tempo, pode causar perda permanente da visão.

Fatores de risco

Há vários tipos de glaucoma. O tipo mais comum, o crônico simples, tem como fatores de riscos a pressão intraocular elevada, a genética (pacientes com parentes de primeiro grau com a doença), raça negra e miopia. Outros tipos de glaucoma, como o que apresenta pressão do olho normal, são mais comuns em asiáticos.
A doença pode ser decorrente do uso de medicamentos, como antidepressivos, anti-histamínicos e cortisona, de diabetes e de cirurgias oculares.
Pode acontecer em qualquer idade, porém é mais comum a partir dos 40 anos.

A importância do diagnóstico precoce

O tipo mais comum de glaucoma não apresenta sintomas e, na maioria das vezes, é diagnosticado em consultas oftalmológicas de rotina. Todos devem ir ao oftalmologista ao menos uma vez por ano para que seja medida a pressão do olho e avaliado o nervo óptico.
Em alguns casos, o paciente pode apresentar sintomas como dificuldades para se adaptar-se a ambientes escuros e perda de visão lateral.
O médico especialista solicitará exames específicos caso haja suspeita da doença.
Como a lesão visual causada pelo glaucoma é irreversível, o diagnóstico precoce é fundamental para que não haja perda de visão.

É preciso tratar

O glaucoma tem tratamento e ele precisa ser iniciado o quanto antes. O importante é não usar medicamentos sem recomendação médica, pois pode agravar o problema. Na maioria das vezes, o tratamento é feito com colírios que deverão ser usados diariamente.
Dependendo do tipo e da gravidade do glaucoma, pode ser necessário o tratamento com laser ou cirurgia.
A pressão intraocular precisa ser mantida baixa e medicamentos orais também podem ser usados, em combinação ou não com colírios e cirurgias, dependendo da recomendação médica.

 – Vista cansada (presbiopia)

Uma forma de observar que uma determinada pessoa já possui alguma presbiopia é notar que ela afasta um livro dos olhos ao ler. Após os 40 anos, quase 100% da população tem presbiopia, nome oficial desse problema. O músculo encarregado de contrair a lente do olho (cristalino) para focar objetos próximos perde a força, e fica difícil ver de perto.
A mulher precisa de óculos de leitura antes do homem.
Não é por causa de diferenças hormonais, como já se cogitou.
A questão é anatômica: o braço mais curto não permite afastar muito o livro ou o tablet, concluiu um artigo recente da revista científica IOVS – Investigative Ophthalmology & Visual Science, que analisou nove estudos.
Segundo o oftalmologista Eduardo de Lucca, do Instituto de Moléstias Oculares, em São Paulo, a correção é feita com óculos, lentes de contato ou intraoculares inseridas em cirurgia.

Existem algumas teorias para que a presbiopia ocorra.
Alguns acreditam que a presbiopia é devida à esclerose do cristalino, outros que é devida ao enfraquecimento do músculo ciliar (músculo esse que modifica a forma do cristalino e permite o foco dos objetos próximos), e ainda, uma teoria mais recente (1992 – Ronald Schachar) afirma que o cristalino cresce durante toda a vida, o que diminui o espaço entre ele e o músculo ciliar (desta forma, mesmo contraindo-se normalmente, este músculo – por falta deste espaço – não consegue mais atuar sobre o cristalino).

Saúde dos olhos: cuide bem da sua visãoNo olho normal, o músculo ciliar contrai ou expande o cristalino, permitindo a alteração do foco dos objetos próximos.

Saúde dos olhos: cuide bem da sua visãoNa presbiopia, seja pela esclerose do cristalino, pelo crescimento contínuo do cristalino, ou pela inatividade do músculo ciliar, a alteração de foco não ocorre.

Tratamento

Os recursos tradicionais apontam para o uso obrigatório de óculos para perto, do tipo meia-armação, bifocais ou multifocais. Um pouco mais avançado, encontramos as lentes de contato bifocais e a técnica da monovisão, em que um olho recebe a lente para visão de longe e o outro para perto, mas não são todas as pessoas que se adaptam a essas soluções.

Correções cirúrgicas

Uma nova cirurgia está sendo desenvolvida. Nela a esclera é expandida em torno do cristalino, visando gerar mais espaço para que o músculo ciliar possa voltar a realizar seu trabalho de alternância de foco com o cristalino. Essa cirurgia no entanto ainda é muito nova, e melhores resultados ainda estão sendo esperados.

Uma outra alternativa utilizada pelo Dr. Edigezir, que tem demonstrado grande sucesso entre alguns de seus pacientes com presbiopia, é deixar uma miopia muito leve em um dos olhos que passou por cirurgia LASIK – seja para correção de miopia, hipermetropia, ou astigmatismo. A explicação é simples.
O olho que recebeu correção total, vai apresentar presbiopia, mas o olho que ganhou uma leve miopia é capaz de continuar vendo os detalhes bem próximos.
Passado algum tempo da cirurgia, o cérebro do paciente vai aprendendo qual olho deve ser o dominante – de acordo com a distância do objeto a ser focado.
A cada dia esse processo passa a acontecer numa velocidade tão grande que a pessoa não mais percebe que a visão de um olho é diferente do outro.

Saúde dos olhos: cuide bem da sua visãoO olho direito (vermelho – com leve miopia) até certa distância possui boa visão. Já o olho esquerdo (azul – com correção total, mas com presbiopia) a partir dessa distância é que começa a focar os objetos e detalhes. O cérebro decide qual é o olho dominante para o melhor foco a cada instante.

 – Catarata

No Brasil, a cada ano surgem 100 mil casos dessa doença, que, gradualmente, deixa o cristalino opaco e a visão embaçada. Embora seja comum em velhos, já há registros na faixa dos 50 anos. Técnicas cirúrgicas avançadas substituem o tecido danificado por uma lente intraocular sem a necessidade de esperar a catarata amadurecer.
“A melhor hora de operar é quando começa a prejudicar as atividades”, afirma André Berger.
“A catarata é a opacificação do cristalino, que é a lente dos nossos olhos”, define a oftalmologista Franciele Vegine.
O cristalino é responsável por focar a visão para longe e pera perto.
Ele é transparente e permite que os raios de luz o atravessem para formar a imagem na retina.
Se ele fica opaco é sinal de problema.

Causas

A principal causa da catarata é o envelhecimento, segundo a especialista. Diabetes, trauma ocular, algumas medicações (como cortisona) e inflamações intraoculares também podem desencadear o problema.
A catarata também pode ser congênita, ou seja, há crianças que já nascem com a doença, devido a problemas na gestação, por infecções intraneurais (doenças como a sífilis) ou à genética.
Geralmente ela não é percebida logo após o nascimento.
Por isso, deve-se fazer um exame ocular precoce.
Não há formas comprovadas de prevenir a catarata relacionada à idade avançada, porém, sabe-se que o tabagismo, a ingestão excessiva de álcool e o uso indiscriminado de medicamentos, como colírios, aceleram o aparecimento do problema.

Como saber?

A pessoa com catarata só percebe o problema quando começa a enxergar os objetos embaçados. O problema pode causar embaçamento visual tanto para perto quanto para longe, interferindo nas atividades do dia a dia do paciente; torna-se a percepção das cores alteradas, com os objetos parecendo mais amarelados.
A visão noturna muitas vezes é a mais prejudicada.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito pelo médico oftalmologista, que verificará lesões no cristalino. Portanto, assim que houver percepções de alterações visuais, é importante procurar um médico, pois a catarata pode evoluir e causar perda progressiva da visão. Após o diagnóstico ser feito, é possível tratar efetivamente a catarata.
“O único tratamento disponível atualmente é a cirurgia.
A técnica mais moderna é a chamada facoemulsificação, em que é feita uma incisão de cerca de 2 mm no olho.
A catarata é aspirada por meio de um ultrassom e uma Lente Intra-Ocular (LIO) é implantada dentro do olho, com o intuito de restituir a função do cristalino”, explica a oftalmologista Franciele Vegini.

Existem vários tipos de Lente Intra-Ocular (LIO) e, basicamente, podemos dividir em três grupos os modelos existentes:

LIO padrão – que corrigem os erros refracionais básicos como miopia e hipermetropia. São implantadas por uma incisão de no máximo 3 mm.

LIOs especiais – que corrigem os erros refracionais básicos como miopia e hipermetropia, são asféricas e corrigem algumas aberrações corneanas. São implantadas através de uma microincisão de 1,8 a 2,2 mm.

LIOs premiums – que corrigem o astigmatismo e a visão de perto (multifocal), são asféricas e implantadas através de microincisão.

Orientações: a cirurgia é realizada no centro cirúrgico, com anestesia local e sob sedação. O paciente tem alta no mesmo dia sem nenhum tipo de oclusão.
Toda cirurgia de catarata, assim como qualquer procedimento cirúrgico, está sujeita a todas as adversidades como inflamação, infecção e não obtenção do resultado desejado; havendo, em alguns casos, a necessidade de outros procedimentos cirúrgicos de reparação.
Para realização do procedimento cirúrgico, uma gama de exames pré-operatórios é necessária.

A cirurgia é rápida e indolor e o curativo pode ser removido logo no dia seguinte da operação. O tratamento pós-operatório é feito com usos de colírios e pomadas, e deve-se tomar alguns cuidados, como:

  • Não esfregar os olhos.
  • Não coçar.
  • Não dormir sobre o olho operado nos primeiros dias.
  • não realizar esforço físico.
  • Não nade ou tome sauna no primeiro mês.
  • Evite aglomerações (ônibus, boates, esportes coletivos) no primeiro mês pós operatório para reduzir o risco de traumas oculares.
  • Não utilize maquiagem próxima aos olhos na primeira semana e evite na segunda.
  • Não tome banho até 24 horas após a cirurgia.
  • Não deixe escorrer espuma de sabonete ou shampoo nos olhos na primeira semana após a cirurgia.
  • Durante um mês, utilize óculos escuros sem grau sempre que sair de casa ou do trabalho (escola) para proteger contra algum corpo estranho e contra a claridade.
  • É proibido levar as mãos aos olhos no dia da cirurgia.
    Durante uma semana, não esfregue, aperte ou coce os olhos.
    Se ocorrer lacrimejamento, use lenço de papel descartável.
    Lave bem as mãos antes de aproximá-las dos olhos.
  • A sensação de areia ou cisco nos olhos costuma aparecer algumas horas após a cirurgia e amenizam lentamente.
  • Para uma recuperação mais rápida e confortável, é muito importante manter os olhos fechados no dia da cirurgia e no seguinte.
    Assim, você deve ouvir TV e não vê-la.
    Também não se recomenda leitura ou computador nestes 2 dias.
  • Durma com o protetor ocular durante 3 dias.
    Não durma encostando o olho operado no travesseiro.
  • Não carregar peso nem abaixar a cabeça durante 5 dias após a cirurgia.
  • Não cozinhar durante 5 dias (evitar vapor nos olhos).
  • Evite tomar sol no primeiro mês (ele pode interferir na cicatrização).
  • Não há restrição à ingestão MODERADA de bebida alcoólica, trabalho burocrático ou relação sexual.
     Ao seguir estas orientações, estará contribuindo para o sucesso da cirurgia !!

 – Degeneração da retina

“Afeta as células do meio da retina, levando à perda da visão central e da capacidade de ver detalhes, atrapalhando a leitura”, explica o médico Danilo Soriano, do Departamento de Oftalmologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. A chamada degeneração macular da retina cresce com a idade.
Mas após os 50 já dá para detectar pistas e iniciar tratamento para retardar o processo.
Ler no avião não aumenta o risco, como se acredita.

Riscos paralelos

Diabetes, hipertensão arterial e tabagismo comprometem os nervos e os vasos que irrigam os olhos. Colírios adotados por conta própria também são um risco. Já uma dieta pobre em nutrientes deve ser incrementada com fontes de ômega 3 (salmão, sardinha) e antioxidantes (verduras verde-escuras, hortaliças, frutas de cores vivas).
Para garantir boa visão, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica recomenda o teste do olhinho na maternidade, que diagnostica doenças, tumores e inflamações no recém-nascido.
Depois, até 2 anos, faz-se um exame completo (com dilatação da pupila) a cada seis meses.
Se tudo estiver bem, as consultas passam a ser anuais pela vida toda.

Não basta ser fashion

Para regular a entrada de luz nos olhos, a pupila se contrai em ambientes iluminados e se dilata no escuro. Assim, quando usamos óculos de sol, ela tende a se dilatar.
“Se as lentes não têm proteção contra raios ultravioleta (UV), os olhos ficarão muito mais expostos, o que pode causar catarata e danos à retina”, diz Liliane Ventura, coordenadora do Laboratório de Instrumentação Oftálmica da Escola de Engenharia da USP, em São Carlos (SP).
Para avaliar a qualidade das lentes, a equipe dela criou o Self-Service, que mede a porcentagem dos raios filtrados e permite conferir para quais situações elas são mais adequadas – se para a praia com sol a pino ou para dirigir.
A ideia é instalar um aparelho em cada campus da USP e, mais tarde, introduzi-lo no mercado – em lojas e consultórios – para que as pessoas possam checar seus óculos.
Antes, isso era feito pelo espectrofotômetro, equipamento caro que raros médicos têm.
Enquanto o Self-Service não chega, o mais seguro é comprar óculos com certificação, em óticas idôneas, e evitar os de camelô.

 – Quando algo falha

Astigmatismo, hipermetropia e miopia são condições visuais em que há um erro de refração, ou seja, a imagem não é projetada na retina e, por essa razão, não é recebida adequadamente pelo cérebro. Esses erros de refração ou ametropias podem mudar com o tempo, aumentar, estabilizar ou até diminuir.
As causas vão desde a variação no tamanho do globo ocular até problemas em estruturas como cristalino e córnea.
Compare a visão normal com as demais (abaixo) e conheça os métodos de correção para as distorções:.

Visão normal – Ao olhar para um objeto, a luz refletida por ele (sua imagem) passa pela córnea e chega até a íris, que possui uma abertura, a pupila, responsável por controlar a entrada de luz no olho. Em seguida, a luz chega ao cristalino e é focada pela retina.
O cristalino projeta na retina uma imagem invertida, que é ajustada na posição correta pelo cérebro.
Para chegar até esse órgão, as células receptoras de luz da retina transformam as ondas luminosas em impulsos eletroquímicos, transportados por meio do nervo óptico.
O cérebro, então, identifica a imagem captada pelo olho.

Miopia – É um defeito da visão em que a convergência da imagem ocorre antes da retina, tornando a visão para longe embaçada. Isto acontece porque o olho míope é maior que o normal ou em razão das córneas serem muito curvas.
Esse é um problema transmitido geneticamente e, na maioria dos casos, é descoberto por volta dos 8 ou 12 anos de idade.
Durante a adolescência, a miopia tende  a se intensificar, já que o olho acompanha o crescimento corporal.
Porém, a partir dos 20 até os 40 anos tende a se tornar estável.
Dores de cabeça podem acompanhar a perda progressiva da qualidade visual.
Por isso, aos primeiros sinais, faça uma consulta oftalmológica.
Dentre as opções de tratamento estão o uso de lentes divergentes, que prolongam a imagem até a retina, lentes de contato e cirurgias a laser.

Saúde dos olhos: cuide bem da sua visãoHipermetropia – Quem enxerga mal objetos que estão perto mas apresenta uma boa visão para longe possui hipermetropia. Ela surge quando o olho tem tamanho menor que o normal ou quando o poder de convergência do cristalino ou da córnea é fraco, fazendo com que a imagem se forme atrás da retina.
Além da dificuldade de ver objetos próximos ou ler, sintomas como dores de cabeça e cansaço visual também podem estar presentes.
Por isso, recomenda-se procurar um oftalmologista assim que surgirem os primeiros sinais.
quando identificada a partir dos 40 anos de idade, a hipermetropia é classificada com outro nome: presbiopia.
Mesmo sem nunca ter utilizado óculos antes, a maior parte das pessoas após essa faixa etária necessitará desse acessório.
Entre as formas de correção do problema estão o uso de óculos com lentes convergentes, que direcionam a luz sobre a retina, lentes de contatos ou cirurgia refrativa.

Saúde dos olhos: cuide bem da sua visãoAstigmatismo – Visão borrada é a principal característica de uma pessoa que possui astigmatismo. Os raios luminosos são focalizados em dois pontos diferentes porque há uma alteração na curvatura da córnea e ou do cristalino.
Uma córnea normal tem a forma arredondada, enquanto a córnea de uma pessoa com astigmatismo é ovalada.
Ao passar por ela, a luz se espalha ao invés de se focar em um único ponto, resultando em uma visão borrada.
O mesmo princípio serve para o cristalino, a lente do olho, responsável por focar a imagem.
Qualquer alteração nessa estrutura faz com que a imagem não seja direcionada para um único ponto na retina.
O astigmatismo não pode ser prevenido e está associado a históricos familiares.
Ele também pode vir acompanhado de outros problemas de visão, como a miopia, e é diagnosticado em exames de rotina realizado pelo oftalmologista.
Os métodos de correção vão desde o uso de óculos e lentes de contato até cirurgia a laser.

Quando optar por cirurgias?

Para quem deseja abandonar os óculos e não tem uma boa adaptação às lentes de contato, que exigem cuidados especiais devido ao alto grau de contaminação e risco que podem oferecer aos olhos, as cirurgias corretivas se apresentam como uma boa opção., porém, alguns pré-requisitos devem ser seguidos.
“A cirurgia refrativa é melhor indicada em pacientes adultos, acima de 21 anos, com graus estabilizados, com cerca de até 12 graus de miopia, 6 graus de hipermetropia e 6 graus de astigmatismo, e que não possuam outros problemas oculares associados”, explica Franciele Vegine.
Antes da cirurgia, o paciente deverá ainda ser submetido a um rigoroso exame oftalmológico, que atestará ou não a possibilidade do paciente passar pelo procedimento cirúrgico e se há riscos.

  – Estrabismo

Os olhos desalinhados tem cura! mas é preciso buscar ajuda o quanto antes. O estrabismo caracteriza-se pelos olhos desalinhados. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, de 2% a 5% das crianças sofrem com esse problema.

As causas

O fator comum que desencadeia o estrabismo é a genética. Em razão dos músculos que controlam o movimento dos olhos serem regulados pelo cérebro, doenças que afetam o órgão, como hidrocefalia, Síndrome de Down, paralisia cerebral, tumores e traumas também podem desencadear o problema.

Diagnóstico e tratamento

Com um exame clínico, o oftalmologista faz o diagnóstico do estrabismo e avalia se os dois olhos estão se desenvolvendo, já que a tendência é o olho desviado tornr-se “preguiçoso” (ambliopia), pois passa a não ser utilizado. Nesse caso, o médico recomenda o uso de tampão no outro olho, para estimular o que não está se desenvolvendo.
A partir daí, o oftalmologista definirá se o tratamento deve ser feito com o uso de óculos ou de cirurgia.
Vale ressaltar que, em grande parte dos casos, as cirurgias devem ser feitas até o segundo ano de vida.
Em estrabismos tardios, em que há casos de visão dupla (diplopia), cirurgias também são recomendadas.

Atenção

  • O estrabismo deve ser tratado na infância.
    Quanto antes, melhor!
  • Toda criança deve fazer o Teste do Olhinho, para verificar possíveis problemas.
  • Até os dois anos de idade, recomenda-se avaliação médica oftalmológica a cada seis meses.
    Depois desse período, avaliação anual até os 10 anos de idade.

  – Ceratocone

O ceratocone é uma desordem ocular não-inflamatória caracterizada pelo aumento da curvatura e afinamento progressivo da córnea, que fica com formato cônico. Isso acontece devido a baixa rigidez do colágeno presente na córnea, que permite que a estrutura sofra essa mudança.

Os sintomas

A mudança no formato da córnea desencadeia um astigmatismo irregular, que provoca uma redução da qualidade visual e não melhora com o uso de óculos. Normalmente, o ceratocone se desenvolve em um dos olhos e depois atinge o outro. Tem início por volta dos 15 aos 20 anos e sua progressão se estende até a faixa etária compreendida entre 35 e 40 anos.

Exames e tratamentos

Ainda não se sabe o que desencadeia o ceratocone, mas é certo que traumas mecânicos, como o ato de coçar os olhos, contribui para a progressão da doença. para a confirmação dessa condição clínica, o oftalmologista faz uso de dois exames: a ceratometria e a topografia corneal computadorizada. Ambos confirmam o aumento da curvatura da córnea.

Após identificado o ceratocone, é feita uma classificação de 1 a 4, de acordo com a progressão da doença. É essa classificação que definirá o tratamento a ser utilizado para controlar o problema.
O uso de óculos e lentes de contato rígidas, implantes de anéis na córnea (que barram a deformação) e transplante de córnea são as opções utilizadas no tratamento do ceratocone.

Veja abaixo os tipos de problemas visuais mais comuns

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