Medicina amplia chances de realizar sonho de ser pai

A infertilidade masculina pode ter várias causas, mas para quase todas há um tratamento específico. Necessidade de recorrer ao banco de sêmen foi bastante reduzida.  Entenda agora o porquê.

Com a evolução das técnicas, a necessidade de recorrer a espermatozoides doados passou a atingir menos de 1% dos homens que desejam ser pais. Se, nos anos 90, um casal com dificuldades para engravidar procurasse ajuda e o problema estivesse relacionado ao esperma do candidato a pai, a solução mais frequente seria recorrer a um banco de doadores.
Apenas 20 anos depois, a realidade é bem diferente, e as chances de realizar esse sonho aumentaram muito também para os homens.

O primeiro esclarecimento já começa na diferença entre infertilidade – redução das chances de se conseguir uma gestação natural, que conta com várias opções de tratamento – e a esterilidade, que é a ausência total dessa chance, determinando o uso de gametas (células que se fundem no momento da fecundação) doados

De acordo com o especialista em reprodução assistida Marco Melo, da Clínica Vilara, as causas mais comuns da infertilidade masculina são as alterações na produção dos espermatozoides. Elas podem ser de:

Concentração: a quantidade de espermatozoides encontrada no líquido ejaculado;

Motilidade: capacidade de o gameta se movimentar;

Morfologia: o espermatozoide deve ter uma forma adequada para conseguir fecundar o óvulo.

Essas alterações, por sua vez, podem ter diversas causas, mas na grande maioria dos casos – 85% – não é possível identificar um único elemento responsável pela infertilidade.
“Além dos fatores genéticos, estudos associam o tabagismo, o abuso de drogas e de hormônios anabolizantes, além do uso de computadores portáteis no colo, às alterações na fertilidade.
Elas podem ser temporárias ou permanentes.
Entretanto, as causas ainda não foram totalmente esclarecidas”, explica o médico.

Uma condição que também pode afetar a possibilidade de uma gestação natural é a ausência de ejaculação ou a ejaculação retrógrada, que respondem por menos de 5% dos casos de infertilidade masculina. Um dos fatores de risco para esse problema é o diabetes, porque as altas taxas glicêmicas favorecem o desenvolvimento da doença neuropática periférica.
Com nervos danificados, a ejaculação pode ser direcionada à bexiga; e não à uretra, como seria o caminho normal.
E mais: caso o paciente desenvolva aterosclerose, a obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam o pênis pode dificultar a ereção.
Ou seja, mais um motivo pelo qual diabetes é uma doença que deve ser controlada e acompanhada com atenção.

Outra possibilidade é a obstrução dos canais que transportam os espermatozoides a partir do testículo. As causas são variadas – desde uma doença genética ou sexualmente transmissível, até uma obstrução consciente causada pela cirurgia de vasectomia.
Entre os males de origem genética que podem afetar a fertilidade está a fibrose cística, caracterizada por uma produção de muco muito mais viscosa que o normal.
Esse muco pode formar ‘rolhas’ nos canais deferentes, responsáveis pelo transporte dos espermatozoides para fora dos testículos.

Marco Melo destaca que a varicocele – aparecimento de varizes de maior calibre que aumentam a temperatura dos testículos e podem afetar a produção de espermatozoides – está, atualmente, na berlinda. Vários estudos indicam que ela pode ser consequência – e não causa – de um problema de fertilidade”.Existem homens que têm varicocele e são férteis.
E existem aqueles que não tem essa alteração e apresentam problemas de fertilidade.
Por não haver uma conclusão definitiva, a cirurgia para tratamento da varicocele só é indicada nos casos em que há dor e/ou há alteração morfológica, com o crescimento exagerado da bolsa escrotal”, esclarece o especialista.

O médico acrescenta que a melhor forma de tratar a varicocele seria com sua identificação precoce, ainda na infância e na adolescência – antes que o problema cause danos aos testículos. Mas essa possibilidade normalmente esbarra na falta de hábito do homem brasileiro de frequentar o consultório urológico.

Além da azoospermia – nome que se dá à ausência de espermatozoides no líquido ejaculado – por causas obstrutivas, existe ainda a azoospermia secretora. Ela pode aparecer em vários graus – desde uma concentração menor de espermatozoides até a ausência completa deles. Nos casos de ausência total, aí sim, a única saída será o banco de sêmen.
Essa situação atinge menos de 1% do total de casais com problemas de fertilidade.

Soluções

Portanto, em todos os outros casos, há alternativas, que só foram possíveis com a evolução mais recente das técnicas. “Nos anos 90, passamos a utilizar a técnica ICSI – Intra Citoplasmatic Sperm Inject ou Injeção Intracitoplasmática.
Por meio da micromanipulação de gametas, cada óvulo é fecundado individualmente pelo espermatozoide, no laboratório, diminuindo drasticamente a quantidade de gametas masculinos necessários para que se tenha sucesso.
Com as técnicas que existiam até então, eram necessários pelo menos 80 mil espermatozoides para realizar a fertilização in vitro, tornando o procedimento impossível para os homens que produziam uma quantidade menor”, esclarece Melo.

Para coletar os espermatozoides, é possível realizar uma biópsia do testículo ou a aspiração de epidídimo – pequeno duto retorcido responsável pelo armazenamento dos gametas produzidos.
Para casos mais graves, existe ainda a microdissecção testicular, que, desde os anos 2000, tornou viável alcançar as ‘ilhas’ de geração das célula reprodutivas, aumentando o espectro de homens candidatos a participar da fertilização in vitro.

No caso da ejaculação retrógrada, Marco Melo lembra que é possível também fazer um tratamento medicamentoso para reverter o processo. Ou ainda uma terapia para que a urina presente na bexiga não cause danos aos espermatozoides e seja possível coletar os gametas na própria excreção.

Importante: Cercada de preconceitos, a infertilidade masculina não tem, na maioria dos casos, vínculo com o vigor sexual. A alteração espermática, mesmo com nível de testosterona normal, é frequente.
Além disso, os tratamentos para fertilidade não favorecem a disfunção erétil – este é um outro mito que acaba se transformando em uma cilada para a vida sexual, familiar e afetiva masculina.
Muitos homens evitam procurar uma solução para a infertilidade por medo de que isso signifique redução da virilidade.

Saiba a diferença entre Inseminação e Fertilização

Uma vez que seja definido o procedimento mais indicado para cada caso de infertilidade, poderá ser definido também, se necessário, o método que será utilizado para fecundação do óvulo, que pode ser a inseminação artificial ou a fertilização in vitro (FIV):

Na inseminação, os espermatozoides com maior mobilidade e mais potencial são separados em laboratório e injetados no útero da mulher, em uma área próxima às trompas. Se tudo der certo, eles vão fecundar o gameta feminino e gerar o feto. Para potencializar as chances de fecundação, a mãe faz um tratamento hormonal.
É uma técnica indicada no caso de problemas de mobilidade e a taxa de sucesso é de 15% a 17%, em mães com menos de 37 anos; e de 8%, em mães com mais de 40 anos.
Para se ter uma ideia, a taxa de sucesso em tentativas 100% naturais é de 20 a 25% nos seres humanos.

No caso da fertilização, o tratamento começa com injeções diárias à base de hormônios, para que depois o especialista possa coletar os óvulos da mulher e colocá-los em um ambiente que simula as condições das trompas em laboratório. Nesse mesmo ambiente, são colocados os espermatozoides selecionados.

Dentro dessa modalidade, com a técnica ICSI, um aparelho injeta um espermatozoide em cada óvulo. Ela é indicada quando o homem tem uma quantidade muito baixa de espermatozoides. No momento em que um óvulo for fecundado, o embrião é transferido para o útero.
A taxa de sucesso é de 40%, em média, mas pode aumentar para até 50%, quando a mãe tem menos de 37 anos; e cair para 20%, quanto tem mais de 40.
“Se o homem tem uma ‘vantagem’ reprodutiva, é essa: um indivíduo de 50 anos carrega espermatozoides que têm, no máximo, 90 dias de vida.
Uma mulher de 37 anos carrega óvulos de 37 anos”, lembra Marco Melo.

O especialista relata que, por outro lado, alguns estudos apontaram maior frequência de autismo e esquizofrenia em filhos de homens que foram pais após os 50 anos.
Ou seja, não foi identificado problema de fertilidade, ou capacidade de gerar filhos, vinculado à idade; mas a maior prevalência dessas doenças estaria relacionada à fragmentação ou lesão do DNA espermático com o envelhecimento.

A infertilidade conjugal acomete quase 20% dos casais e, quando avaliadas as causas detectáveis mais comuns, observa-se que os fatores de origem masculina estão presentes em uma proporção semelhante aos de origem feminina.
Em termos gerais, é possível considerar que 40% das causas são puramente masculinas, 40% são femininas, 10% são causas mistas e em 10% dos casos não se encontra um fator determinante.

Quando procurar o médico? Indica-se que seja realizada a consulta inicial se houver ausência de gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares, sem uso de método anticoncepcional, é claro.
É preciso ficar atento a alguns fatores que determinam a redução desse prazo: se a mulher tiver mais de 35 anos, se é portadora da síndrome dos ovários policísticos ou de endometriose; se o homem passou por cirurgia de reversão da vasectomia ou teve infecções pélvicas.
Nestas situações, a consulta deve ser feita após seis meses de tentativas regulares.

Carência de vitaminas pode influenciar a fertilidade masculina

Conheça alguns micronutrientes e sua importância para a saúde do homem:

Geralmente, são elas que procuram os médicos preocupadas com os níveis de ferro, angustiam-se em repor as vitaminas essenciais e observam as prateleiras de suplementos vitamínicos das farmácias. Eles, no entanto, precisam tanto das reposições quanto elas.
E, porque tendem a resistir mais a visitas periódicas ao médico, é comum que os exames acusem carências nutricionais ocultas e níveis baixos de vitaminas.
Tanto que já há no mercado polivitamínicos específicos para eles e para elas.
Alguns especialistas afirmam que não existe tanta diferença assim entre as vitaminas essenciais para homens e mulheres – o que manda não é o sexo, mas sim o organismo, o estilo de vida e a alimentação de cada um.
Outros vão mais longe: a carência de alguns micronutrientes poderia até influenciar na fertilidade dos homens.

“Essa coisa de vitaminas e outros micronutrientes está super na moda agora na medicina, especialmente na área da fertilidade”, confirma Conrado Alvarenga, urologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, especialista em fertilidade do homem.
Segundo o médico, os estudos das últimas três décadas vêm mostrando que a fertilidade masculina tem caído no mundo inteiro.
A culpa é de uma série de fatores, como o consumo de tabaco e outras drogas recreativas, o sedentarismo, a obesidade e até a baixa exposição ao sol, que compromete a ativação da vitamina D.
O último aspecto preocupa porque, segundo o médico, a hipovitaminose D – nome que se dá à baixa concentração do nutriente no sangue – poderia estar relacionada a problemas tanto na produção de espermatozoides quanto de testosterona.
Por isso, hoje, a dosagem da vitamina D é quase obrigatória quando um paciente chega ao consultório com problemas para engravidar a companheira.

Em segundo plano ficam as vitaminas que agem como antioxidantes, como a C e a E. “A vitamina C é um potente agente na melhora da qualidade da produção dos espermatozoides. Já a E, presente em alguns óleos e castanhas, como nozes e amendoins, está associada ao reparo nas mutações durante a síntese de espermatozoides.
Ela age como uma reparadora de danos, ou seja, sua falta pode estar relacionada à produção de espermatozoides ‘com defeito’.
Por isso, elas também são medidas nos pacientes”, explica.
Além disso, outros micronutrientes, como zinco e ácido fólico, também entram em cena quando o casal tem dificuldade em engravidar.
“O zinco está relacionado ao aumento da concentração de espermatozoides no sêmen e é perdido na ejaculação.
Como quando se está tentando engravidar se ejacula mais, normalmente se faz a suplementação dele durante o processo também”, acrescenta Alvarenga.

Mas, se por um lado, a vitamina E é aliada da fertilidade, por outro pode ser inimiga da estética. De acordo com o dermatologista Gilvan Alves, o nutriente, muito receitado para as mulheres, acaba ficando de fora das fórmulas dos pacientes masculinos.
“O homem tende a ter a pele naturalmente mais oleosa, e a vitamina E estimula ainda mais a oleosidade.
Assim, para eles, investe-se mais naquelas que combatem a acne, como o retinol, que é a vitamina A, e a vitamina C”, esclarece.

A queda de cabelos – que nas mulheres pode estar associada a fatores como estresse e falta de micronutrientes – quase nunca encontra solução na suplementação nutricional para eles. “Nos homens, a reposição de vitaminas não costuma dar resultado. O tratamento para a calvície tende a ser medicamentoso, com maior sucesso”.

Melhora na imunidade

O professor de educação física Diego Renato, de 28 anos, passou a tomar um complexo multivitamínico formulado por uma nutricionista há um ano e sete meses, depois de passar por uma série de exames. A mudança ocorreu também no cardápio: a alimentação passou a ser mais equilibrada e rica em grãos.
A princípio, a ideia era acompanhar a rotina de exercícios na academia – ele treina seis vezes por semana -, mas as mudanças foram além do esperado.
“O sono, a pele, o bem-estar, tudo melhorou”, enumera o personal trainer.
“Mas, principalmente, senti diferença na minha imunidade.
Desde que comecei a reposição, não fico doente.
Sempre tive muita amigdalite e, no último ano, não tive nem coriza.
A diferença é impressionante”, conclui.

Eles e as vitaminas

Alguns micronutrientes e sua importância para a saúde do homem

Vitamina D: Relacionada à produção de espermatozoides e testosterona. Produzida pelo organismo por meio da radiação solar

Vitamina C: Melhora a qualidade da produção de espermatozoides. Encontrada nos alimentos cítricos e nas frutas vermelhas.

Vitamina E: Melhora a qualidade dos espermatozoides, já que auxilia a reparar danos nas mutações na espermatogênese. Para quem não tem problemas de fertilidade, os dermatologistas alertam que ela tende a aumentar a oleosidade da pele, já naturalmente maior nos homens.
 Os alimentos ricos em vitamina E são, na sua maioria, alimentos de origem vegetal, como cereais integrais, óleos vegetais e sementes (óleo de gérmen de trigo, sementes de girassol, avelá, amendoim, óleo de amêndoa, amêndoa, castanha-do-pará).
Porém, a gema do ovo, o fígado e a gordura que envolve a carne também são ricos nesta vitamina.

Zinco: Tem papel importante também na espermatogênese. Aumenta a concentração de espermatozoides no sêmen. As principais fontes de alimentos ricos em zinco são ostras, camarão, carne de vaca, frango e de peixe, fígado, gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos.
 Já as frutas e hortaliças, em geral, são pobres em Zinco e são menos aproveitadas pelo organismo.

Ômega 3: Estudos sugerem que está relacionada à motividade dos espermatozoides, ou seja, melhoram a sua movimentação. Alguns mostraram que, usada por um longo período de tempo, a substância conseguiu reverter o quadro de infertilidade de ratos.
 O ômega 3 é facilmente encontrado nos peixes, mas a sua maior concentração está na pele dos peixes e, por isso, esta não deve ser retirada.
Para garantir a presença do ômega 3 é importante que o alimento não seja confeccionado em altas temperaturas, nem seja frito.
É encontrado também nas sementes de chia, linhaça e nozes.

O que deve ser levado em conta

Ponderações e casos específicos à parte – como a dificuldade de engravidar -, é consenso entre os especialistas que não existe tanta diferença assim entre nutrientes que eles e elas precisam. Mais do que o sexo do paciente, o que manda na suplementação, segundo médicos e nutricionistas, são os exames laboratoriais e o estilo de vida de cada um.
 “No caso das mulheres, elas têm um sangramento mensal, com perda maior de ferro e ácido fólico, então precisam de um aporte maior desses nutrientes.
Além disso, alguns trabalhos mostram que, na TPM, os níveis de magnésio costumam estar mais baixos.
No caso do homem, não há necessidade desse ferro ou do magnésio”, argumenta o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia.

A nutricionista Camila Mognatti endossa: “Não existe muita diferença, a importância dessa ou daquela vitamina para sexos diferentes. Na verdade, a falta de algumas vitaminas pode evoluir para problemas encontrados mais em homens, como a obesidade, relacionada à vitamina D. Mas dizer isso é generalizar.
A diferenciação ocorre no consultório, por meio de uma análise do paciente.
Um atleta, por exemplo, vai precisar de nutrientes que outras pessoas precisam menos”, explica a especialista.

O nutrólogo Ribas Filho concorda que a suplementação é um processo personalizado. “Esses multivitamínicos para homens e para mulheres são baseados em estudos que definem que mulheres precisam de um aporte maior de certas coisas e homens de outras, mas é percentual. A diferença é essa dose ajustada.
São os exames que detectam a necessidade maior ou menor de um nutriente”, complementa o nutrólogo Ribas Filho.

O outro lado: reversão da vasectomia é um procedimento com grande chance de sucesso

Cirurgia é de baixo trauma cirúrgico, ou seja, muito pouco invasiva. A checagem prévia à operação inclui exame físico, verificação hormonal e análise dos espermatozoides

A decisão de ser pai envolve muitas variáveis e, por vezes, os prós não se sobressaem aos contras. Por isso, muitos homens que não desejam a paternidade recorrem à vasectomia, procedimento cirúrgico masculino para evitar filhos. Para os que mudarem de ideia, a boa notícia é que a reversão do procedimento tem muitas chances de sucesso.
De acordo com Mauro Bibancos, especialista em fertilidade masculina do Grupo Huntington, o princípio básico da vasectomia é cortar o canal usado pelo espermatozoide para chegar até os órgãos sexuais femininos.
“É como se tirássemos a conexão do espermatozoide, como se a passagem ficasse entupida”, detalha o médico.
“A reversão consiste em restabelecer essa conexão.

Gustavo Caserta Lemos, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, complementa: a reversão da vasectomia (também conhecida como vaso-vasoanastomose) é uma cirurgia de baixo trauma cirúrgico, ou seja, muito pouco invasiva. “As duas incisões, uma de cada lado do escroto, são um pouco maiores que a da vasectomia e nos mesmos lugares”, esclarece.
Os exames pré-operatórios são aqueles necessários antes de qualquer cirurgia, dependendo da idade do paciente e do seu histórico.
“Em pacientes acima dos 50 anos, pedimos consulta ao cardiologista ou clínico para avaliação de risco anestésico.

A checagem prévia à operação inclui exame físico, verificação hormonal e análise dos espermatozoides, de acordo com Mauro Bibancos.
Embora não existam impedimentos significativos para a realização do procedimento, Silvio Pires, urologista e parceiro da empresa Criogênesis, explica que, quanto mais tempo se espera, menos chances de a cirurgia dar certo.
“Nos casos de reversão com até 10 anos de vasectomia, a chance de sucesso é superior a 90%”, estima.
Após 10 anos, essa taxa cai para menos de 50 %, segundo o médico.
Se esse tempo for maior que 15 anos, os índices despencam para menos de 30%.
“Para casos com longo período de vasectomia, talvez o melhor método seja a punção do epididimo e a fertilização in vitro.

A taxa de sucesso da reversão varia de 20% a 80%, porém a taxa de gestação natural após o procedimento é de cerca de 30%. Isso se deve a outros fatores envolvidos, tais como a idade da parceira e se não há alguma outra causa que possa dificultar uma futura gestação após a reversão da vasectomia.
 Mesmo casais que já tiveram filhos podem apresentar alguma dificuldade para ter uma nova gestação, mesmo com presença de espermatozoides no sêmen após a reversão da vasectomia, por motivos de infertilidade associados à idade ou a algumas doenças que podem surgir nesse interim.

Outro problema que pode ocorrer é quando após a recanalização dos ductos, os mesmos apresentam alguma obstrução parcial do canal, o que diminui a concentração e a motilidade dos espermatozoides e dificulta a gestação natural.
 Após a reversão da vasectomia, o tempo necessário para a produção de espermatozoides viáveis varia de 6 a 12 meses, variando conforme cada caso, e a gestação natural pode demorar até 18 meses para acontecer, sem que isso implique em casos de infertilidade.

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